Vinte e um.

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Quinta-feira.


POV C.M.C.

-Sabe qual é o problema dos moleques, querida? – Adam pergunta olhando em meus olhos, nego – Eles almejam o que nunca terão, e mais que isso, não sabem qual é a hora certa de parar – explica enquanto se aproxima de Ian e se apoia no encosto de sua cadeira.

-O que quer dizer com isso? – questiona, percebendo o tom ameaçador.

Adam puxa discretamente o braço de Ian da mesa e o vira para trás, o colocando sobre as costas e forçando. Faz tudo discretamente, sem que se chame atenção.

-Quero dizer que a próxima vez que te ver secando a minha mulher vou quebrar a sua cara – sussurra em sua orelha enquanto aperta mais o braço – E não vou me importar se terá pessoas envolta ou se você é meu "amigo".

-Ca...cara, está machucando – gagueja, suas caretas expressam toda dor que deve estar sentindo – Jamais faria isso com você, Adam – respira fundo, tentando encontrar forças para continuar a falar – Mulher de amigo meu para mim é homem.

-Homem? – Adam ri apertando mais seu braço – Você fica babando no peito de homem agora?!

-Mano, você vai quebrar o braço dele – Malik intervém, mas ele o ignora.

-Adam, chega! Já foi longe demais – digo.

Ainda bem que Ivy é pequena para processar o que vê ou ouve, não quero que veja seu pai agindo como um acéfalo.

Ele segura com maior pressão o braço do amigo e então o solta, fazendo com que Ian volte a respirar aliviado, este se levanta da cadeira e some de nossas vistas.

 Adam toma seu lugar e se senta ao meu lado.

-Meu, isso foi insano! – Malik diz risonho, é jovem demais para levar algo a sério – Você tá bem?  

Tenho certeza que não é para Adam que ele deveria perguntar isso.

-Eu estou bem campeão, agora vaza, daqui a pouco conversamos! – Adam responde orgulhoso, como se nada tivesse acontecido.

Eles realizam um toque de mão e Malik se vai.

-Não será fácil cumprir minha parte se você não cumpre a sua – digo.

Adam entende que me refiro a nossa conversa de alguns dias. Ele precisa saber controlar melhor os seus ciúmes.

-Você acha que extrapolei? – questiona cético.

-Ian não fez absolutamente nada, estava aqui apenas para te provocar.

-Ótimo, então ele teve o que procurou, deve estar feliz – diz com ironia, o encaro – Qual é amor, você acha mesmo que estou errado?!

Coloco Ivy em seu carrinho ao meu lado e a conforto, não gosto de discutir com ela no colo, além de quê minha filha já está a tempo demais no colo.

-Não acho, tenho certeza – agora é ele quem me encara.

-Isso não foi ciúmes possessivo Marjorie, além do mais eu me controlei, MUITO – frisa – Consigo imaginar milhões de possibilidades onde isso teria acabado muito mal.

-Isso acabou mal.

-Ele continua com o braço, querida.

-Adam! Que horror, como consegue brincar com isso?

-Não é brincadeira, fui cuidadoso. Ele poderia estar todo ensanguentado – arregalo os olhos – Me diz o que você faria se uma mulher, sabendo que sou comprometido com você, se esfregasse em mim?

Do terno à mamadeiraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora