29 - A Predestinada Batalha Entre Irmãos

23 5 6
                                    

Capítulo 29

A Predestinada Batalha Entre Irmãos



Anjos e demônios se confrontavam no céu do Plano Espiritual. Um combate de proporções épicas, jamais visto antes no Éden. As legiões se digladiavam mortalmente, causando baixas constantes em ambos os lados da batalha. Enquanto o céu era tomado por alados e infernais se enfrentando, o chão era tomado por montanhas de corpos degolados e estripados.

— Céus... — Evagrius fitou a guerra. — Estamos em menor número.

— Não é fácil encontra anjos dispostos a dar suas vidas pelos humanos — disse Miguel, ao seu lado. — E mesmo assim, Lúcifer, como boa parte dos caídos, sente inveja dos mortais.

— Eu causei isso... — Evagrius lamentava as vidas perdidas.

— Você não escolheu nada disso — Miguel pôs a mão sobre seu ombro. — E mesmo sendo condenado injustamente, você lutou. Mas ainda há uma última batalha a ser travada.

Dito isso, Evagrius se dispôs a voar de encontro às legiões angélicas. No entanto, o próprio Lúcifer deixou seu exército e voou na direção do caçador.

Miguel logo disparou na direção do inimigo. Ambos se chocaram no céu, causando uma onda de impacto que jogou anjos e demônios para trás. Cada soco e cada chute desferido liberava uma onda de energia. Estrelas explodiam a cada golpe. Afinal, não eram alados comuns; era um combate de arcanjos!

— Irmão! — Miguel tomou certa distância de Lúcifer. — Retire suas tropas agora!

Tem medo de perder? — Lúcifer, com um sorriso debochado na face, voou na direção do irmão, lhe desferindo um soco.

Miguel conseguiu desviar do golpe, lhe desferindo uma joelhada no abdome. Mas o diabo foi capaz de bloquear o golpe com as mãos. Lúcifer segurou firme as pernas do anjo, então rodopiou no ar e o lançou contra uma montanha. O arcanjo bateu de costas contra o rochedo, perfurando a montanha e a atravessando, criando um túnel por onde passara. Caiu no chão antes de cuspir sangue. A montanha atingida começou a desmoronar em uma avalanche. Miguel entendeu que seu irmão não iria aliviar. O amor de eras passadas não existia mais. Apenas o ressentimento da época da queda.

Sem tempo para se erguer, Miguel viu seu irmão surgir diante de seus olhos, lhe desferindo uma joelhada na boca no estômago.

Cuspiu mais sangue.

Com fúria nos olhos, Miguel segurou a cabeça do demônio com ambas as mãos, então lhe deu uma cabeçada no nariz. Enquanto o demônio tombava a cabeça para trás, o arcanjo lhe deu um chute no queixo, de baixo para cima, o projetando ao alto. Antes de cair no chão, Lúcifer foi atingido por mais um chute, dessa vez no peito, o jogando contra a mesma montanha atingida antes por Miguel.

A montanha, ao recebê-lo, desmoronou de vez.

Ambos eram arcanjos, moldados pelo próprio Yahweh. Os seres mais poderosos do universo, abaixo apenas de Deus. E mesmo sendo arcanjos, ambos ganharam acréscimos de seus poderes ao longo das eras. Lúcifer, após sua queda, passou a influenciar as mentes mortais. A energia da adoração das seitas satânicas, de seus rituais e sacrifícios, lhe preenchiam de poder. O rei do Inferno se tornara mais poderoso que os demais arcanjos. No entanto, Miguel não ficou para trás. O arcanjo angelical também fora agraciado pelos humanos, recendo acréscimo de poder após ser canonizado pela Igreja Católica, tornando-se um santo.

O combate poderia durar séculos, sem jamais alcançar um fim. Ou poderia durar poucos minutos, ocasionando o fim de todo o universo.

Enquanto isso, Evagrius se viu cercado de anjos em meio ao combate. O caçador sugava a energia maligna dos demônios feito um aspirador, enquanto os alados o cercavam no céu, protegendo seu corpo. Dentro de tal círculo angelical, Evagrius era imbatível. Ele foi capaz de virar a balança, dar a vantagem aos anjos. Mesmo em menor número, os alados derrotavam muito mais demônios do que o contrário.

No entanto, quando Lúcifer percebeu que seu combate contra Miguel era apenas uma distração, logo mudou de estratégia.

Você roubou meu servo fiel! — gritou o demônio, voando em direção ao chão.

Miguel não entendeu para onde ele iria. Quando bateu suas asas para persegui-lo, surgiu um grupo de demônios diante de si. Anjos caídos, antigos aliados ao arcanjo. Miguel, no entanto, jamais perdoou um demônio antes. Os matou com facilidade, degolando um por um.

— Chega de brincadeiras — disse, fitando sua espada recém desembainhada.

Ao voltar a atenção ao seu irmão, o viu derrotando os anjos incumbidos de proteger São Gregório.

Lúcifer mantinha a mão no pescoço do santo, com suas unhas afiadas apontadas na garganta. Qualquer movimento poderia causar a morte de Gregório. Evagrius e Miguel paralisaram.

Se Evagrius deixasse o campo de batalha para salvar seu amigo, os demônios retomariam o controle do confronto, e então estaria nas mãos de Lúcifer, justamente o que ele queria. Caso ignorasse a provocação do diabo, perderia seu grande amigo de séculos.

O que fazer?



--- || ---


Olá leitor(a)! Tudo bem? faltam poucos capítulos pra terminar. O que tá achando dessa conclusão épica? Deixa aí nos comentários. Até o próximo capítulo, abraços!


--- || ---


Arte da capa feita por Hudin Santos.

Arte da capa feita por Hudin Santos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O Caçador de PecadosOnde histórias criam vida. Descubra agora