4.4 • épilogue

11.2K 860 3.8K
                                    

Et dès que je l'aperçois
Alors je sens en moi
Mon coeur qui bat

- "La Vie En Rose"; Édith Piaf

Se olhou no espelho mais uma vez, estava encantada com a imagem ali refletida. Passou as mãos pelo fino tecido da saia, seus olhos ainda presos no vestido. Aquilo não podia ser real! Era inacreditável, era... a azulada não tinha mais nenhum outro adjetivo para descrever, tanto a emoção que sentia dentro dela, quanto seu reflexo no espelho.

Tentou não chorar, claro que tentou. Seus olhos ardiam, e ela sorria tanto, que era engraçado ver aquelas malditas lágrimas em seus olhos. Seus dias de garotinha assistindo qualquer filme clichê iriam ter inveja do que ela estava vendo no espelho. A pequena Marinette, que sonhava até acordada com um romance perfeito, via Julia Roberts se casar em vários filmes não iria acreditar.

O vestido havia sido desenhado para ela, por ninguém menos que Gabriel Agreste, pai de seu noivo e um estilista mundialmente renomado, o qual algumas garotas interessadas por moda e algumas pessoas famosas poderiam ter o sonho de ter um vestido desenhado por ele. Era sob medida, feito apenas para Marinette Dupain-Cheng Agreste - ela sentia um arrepio percorrer todo seu corpo, deveria se acostumar com seu novo sobrenome.

Sabine e Alya a ajudaram a se vestir e Gabiel estava junto, acompanhando, e ajudando-as. Ele era o designer, podia estar ali, ajeitando a saia, o tule e se certificando que o véu estaria correto. Os três sorriam para ela. Era engraçado perceber que Sabine chorava de emoção sem se importar com nada, Alya enxugava as que escapavam, já Gabriel tentava não chorar, segurava-as com toda a intensidade, e assim que uma teimosa escapou ele a deixou escorregar pelo seu rosto.

Marinette, no auge dos seus 14 anos, nunca pensou que iria se casar com Adrien Agreste; na verdade, sequer ousou realizar tal ato, dito o fato de que era uma ideia absurda e, caso alguém desse presente consiga realizar o milagre de viajar no tempo, e tente contar para a azulada de que, aos seus 22 anos, depois de um relacionamento lindo de 6 anos (sendo que três deles foram como noiva) com o filho dos Agreste, iria se casar com o loiro a garotinha iria rir - até a barriga doer - e, enxugando as lágrimas dos cantos dos olhos, diria "nem em seus mais belos sonhos, estranho", e sairia correndo.

Na realidade, nem a Marinette de 22 anos estava acreditando que estava à meia hora de entrar naquela igreja, dizer que aceita, ir à sua festa com Adrien e iria aproveitar ao máximo, com fotógrafos à cola e eles poderiam dispensá-los a qualquer momento e depois eles voltariam para mais algumas fotos, mas, tudo estava dentro do controle.

Era importante dizer como o vestido caiu em seu corpo como uma luva. Era um vestido digno de uma princesa, era o próprio vestido do qual ela imaginava Cinderelle se casando com seu príncipe. Ele tinha a saía um pouco mais bufante, as alças do vestido eram finas, suas costas apareciam apenas pouco menos da metade, revelando ser mais branca que a própria Branca de Neve, a outra metade fechava o vestido com botões e a sua cintura era bem marcada. Seu cabelo, que estava enorme, se prendia em sua cabeça em cachos e tinha um lugar reservado para um pente de cabelo, de onde o véu seria puxado. Ela poderia facilmente ser confundida com uma princesa naquele momento, e ela tinha consciência disso.

- Adrien vai chorar? - ela perguntou, mais a si mesma do que qualquer outra pessoa.

- Vai. - os três na sala responderam, em uníssono.

Alya segurou nos seus braços, os apertando levemente, ficando ao lado da amiga e sorriu para a imagem da amiga no espelho.

"my lady" | [AU] Texting! AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora