Capítulo 3: Professor idiota

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  Uma semana se passou, nada de muito interessante aconteceu nesses últimos dias

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  Uma semana se passou, nada de muito interessante aconteceu nesses últimos dias. Apenas atividades, assuntos novos e mais atividades.

  Nunca mais falei com o Peter desde a aula de educação. Eu tinha diversas perguntas para fazer a ele, mas era como se estivesse fugindo de mim.

  Já Michelle veio falar comigo, marcou de nos reunirmos no sábado na casa dela. Como hoje era quarta-feira, isso aconteceria em três dias, estava até anotando algumas ideias que tive.

  Agora estou no meu serviço, está quase na hora de ir embora, a melhor parte do meu dia. Acho que todos as pessoas que trabalham, esperam por esse momento tão esperado.

  Já faz quase um ano que trabalho aqui, mas logo no começo a dona ficou meio receosa se me contratava ou não, mas deu certo.

  Naquela época, eu via como minha avó estava cheias de contas e ainda seus remédios estavam em falta, então decidi ir atrás de um emprego mesmo que contra sua vontade e tudo deu certo.

  Conquistei muitos clientes que sempre vêm aqui. No meu tempo livre, leio alguns livros que a dona da livraria, senhora Johnson, diz que tenho passe livre para ler o que eu quiser.

  Como já era hora da saída, deixo o livro que eu estava lendo na estante e volto para o caixa.

  Esses últimos dias, tive uma sensação de estar sendo seguida ou observada, não sei se é coisa da minha cabeça, espero que seja.

  Quando eu estava fechando o caixa, ouço o barulho do sino da porta sinalizando que algum cliente estava entrando. Olho para ele e fico surpresa ao ver que era o meu novo professor de educação física.

  Assim que ele me nota, olha estranhamente para mim e sorri. Saio de trás do caixa e vou até ele.

   — Boa noite, seja bem vindo a nossa livraria, que tipo de livro você gostaria, senhor? — Cumprimento ele e pergunto.

   — Boa noite, Anny. Lembra de mim?

   — Ah lembro sim, professor Edgar né? - Erro de propósito e sorrio.

   — Thomas, não acredito que tenha esquecido meu nome. — Ele faz uma cara de coitadinho mas não caio nisso.

   — O que você gostaria? — Pergunto novamente. Afinal ele ainda é um cliente.

   — Queria apenas conversar com você, podemos ser amigos mais íntimos. Como eu disse para a turma, quem não praticar algum esporte fica com zero. Percebi que você não é muito de praticar esportes, então vim propor-lhe um acordo.

  Dou um passo para atrás e engulo em seco.

  — Acordo? Que acordo? — Pergunto a ele.

  — Se você quiser posso te dar sempre dez, tanto nos trabalhos como nas provas, mas para isso, você tem que me dar algo em troca. — Ele fala se aproximando de mim.

   — Olha, não estou gostando do rumo dessa conversa, acho melhor você ir embora.

  Sinto meu coração se acelerar e minhas mãos suarem, eu estava ficando com muito medo dele.

   — Alguns encontros na minha casa.

   — Se você não for embora agora, eu vou ligar para a polícia. — Pego o meu celular e mostro a ele, estava tentando conter a minha tremedeira.

   — Qual é, gatinha? Você não vai se arrepender disso.

   — Eu nunca me envolveria com alguém igual a você, um professor assediador que não sabe levar um não.

   — Você vai se arrepender disso. — Ameaça e sai da livraria.

  Volto para o caixa e me sento na cadeira, respirei fundo, tentando esquecer o que aconteceu e todas aquelas palavras que escutei.

  Que cara louco, que diabos de professor é esse? Eu sabia que existia professores assim, só não esperava passar por isso. Ninguém espera na verdade.

  Resolvo fechar a loja e vou para casa caminhando. Sinto alguém me seguindo, olho para trás mas não vejo ninguém, ignoro e volto a caminhar. Porém, ouço os passos como se a pessoa estivesse com mais pressa.

   Acelero os meus passos, ouço os passos mais próximos ainda e começo a correr. Sou alcançada e antes que eu comece a gritar, minha boca é tapada e sou arrastada para um beco, tento lutar contra isso mas não consigo.

   O desespero se aloja em mim, só se passava coisas ruins em minha mente. Eu não posso morrer, eu não vivi bastante ainda.

  Lágrimas inundam meu rosto, como tudo estava escuro não estava enxergando nada. Sinto beijos no meu rosto e meu corpo ser apalpado, eu estava me sentindo enojada.

  De repente, sinto nada, nem beijos e apalpadas. Ouço som de socos mas não estava enxergando nada, até que pararam de brigar. 

   Sinto uma mão em meu braço mas me esquivo assustada.

  — Calma, sou o Homem - aranha.

  Respiro aliviada, aceito a ajuda dele e me levanto. Saímos do beco e olho para ele que estava com seu traje, que ocultava sua identidade.

   — Obrigada-a, eu nem sei o que aconteceria comigo se você... — Antes que eu termine, ele interrompe.

   — Não ia acontecer nada, o importante é que você está bem.

   — Mesmo assim, muito obrigada homem aranha. — Dou um sorriso fraco e ajeitei minha mochila nos ombros.

   — Se quiser posso te acompanhar até em casa, do jeito homem aranha. — Ele sugere e percebo que engrossa a voz, como se não quisesse que eu reconhecesse.

   — Por que você está engrossando a voz? 

   — O quê? Eu não-o estou engrossando a voz, ela é assim.

   — Então tá e aceito a sua companhia. Mas e ele? — Pergunto sobre o sujeito que me atacou.

   — Ele está preso nas teias e já liguei para a polícia. Com licença. 

   Ele se aproxima e enlaçou minha cintura em um dos seus braços, eu coloco meus braços ao redor do pescoço dele. Atira uma das teias dele no prédio e começamos a andar de prédio em prédio.

   A vista daqui de cima de Nova York, era muito lindo, as luzes do prédios iluminando a cidade, o céu não muito estrelado, mas sempre lindo.

   Indico para ele onde eu morava, era bem perto de onde tínhamos saído. Paramos no em frente ao prédio onde moro, faço um coque rápido no meu cabelos que estava totalmente bagunçado por causa do vento.

  — Obrigada pela carona, Homem-aranha. — Agradeço sorrindo para ele.

   — Não foi nada, espero não ter ver mais em perigo.

   — Também espero. — Rimos. — Tchau.

   — Tchau, Anny.

   Dou as costas para ele e entrego no prédio, subo as escadas, não tinha elevador. Mas como ele sabia o meu nome? Não me lembro de ter falado.

   Depois de ter subido vários lances de escadas, morar no terceiro andar tinha suas desvantagens. Apesar de subir e descer isso todo dia, meu sedentarismo persistia.

   Destranco a porta do apartamento e entro, sou recebida pela minha avó que me abraça. Era como se ela soubesse que tinha me acontecido.

   Contei tudo a ela que ficou bastante preocupada, até preparou um chocolate quente para mim. Apenas tomei um banho e o chocolate antes de dormir, o cansaço me venceu.

Thunder's Daughter - Filha do Trovão ¹ (Concluída)Where stories live. Discover now