capítulo 15

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Sinto a água quente entrar em contato com a minha pele, fazendo a mesma se arrepiar. Eu estava atordoada com o sonho que eu tive, ou melhor, com à lembrança do passado, que eu tanto queria apagar da minha vida. Respiro fundo e termino meu banho, coloco uma roupa e vou para a cozinha, não vejo ninguém na mesma, mas quando olho para a porta que leva para o jardim, vejo hoseok sentado com uma xícara na mão. Abro a porta lentamente, para não interromper á linha de pensamento dele, mas foi em vão, já que ele olhou para mim como um grande sorriso nos lábios.

—Você acordou cedo hoje, que milagre! -ele diz rindo. Eu apenas revirei os olhos e me sento na cadeira ao lado dele.

—É! Não faço ideia do porque, mas acordei! -minto. Eu sabia que era por causa do "sonho".

—Não minta, você está nervosa! Então claramente aconteceu algo! -ele me olha.
É, ele me conheçe muito bem. solto um suspiro fundo, olho para minhas mãos, a sensação de nojo e decepção me invadiu, apenas por lembrar daquele dia.

—Eu tive um pesadelo! -digo sentindo minhas mãos começarem a tremer.

—Pesadelos são normais, não entendo por que está tão atordoada?! -ele diz colocando uma das mãos em meu ombro.

—Porque esse pesadelo foi mais como uma lembrança. A lembrança do dia em que meu pai tentou me abusar. -digo baixo, mas eu tinha certeza de que ele ouviu. Eu estava olhando para minhas mãos, então não estava vendo a reação dele.

                      ••Flashback on••

Já havia passado uma semana desde que minha mãe havia viajado para cuidar da minha vó que estava doente. Então eu tinha ficado com meu pai, eu até tentei convencer minha mãe pra me levar, mas ela falou que era melhor eu ficar, e aqui estou eu, na sala assistindo. Meu pai havia saído, pra onde? Eu não faço ideia. Mas tudo que é bom acaba rápido, meu pai entra em casa com cheiro de bebida. Eu apenas finjo que nada estava acontecen,e vou para cozinha deixar a vasilha de pipoca, que agora estava vazia.

Eu estava tão distraída, que não percebi a presença do meu pai na cozinha. Levei um susto quando ele agarrou meu braço com uma certa força, eu tirei rápidamente a mão dele, e andei para longe, mas parei quando encostei na pia.

—Por que está tão assustada? Seu pai só vaí brincar com você! -ele diz, vejo um sorriso se formar nos lábios do mesmo.

Sinto nojo daquelas palavras. Ele se aproxima colocando os braços para me impedir de fugir. Mas antes que ele possa me tocar eu chuto ele nas partes de baixo, fazendo ele tirar os braços que estavam me impedindo, dando uma chance de eu correr, mas quando eu tento ele segura meu braço, olho para o balcão e vejo uma faca pego a mesma e acerto a mão dele. Ele solta um grunhido de dor, logo ele solta meu braço, e eu saio correndo para o meu quarto e me tranco no mesmo.

Sinto minha respiração começar a ficar rápida, minhas mãos começaram a tremer, olho para as mesmas e vejo que estava com sangue dele nas mãos. Vou para o banheiro rapidamente e lavo as mãos, vendo todo sangue dele ir embora. De alguma forma eu não fiquei com medo, eu havia gostado de ver a expressão de dor no rosto do homem que eu sempre odiei. Me encosto na porta do banheiro e escorrego na mesma, indo até o chão solto uma risada baixa.

                                    (...)

Eu percebi que havia dormido no banheiro, rápido me levanto, ando até a porta do meu quarto, e coloco meu ouvido perto da mesma, para tentar ouvir alguma coisa, ouço a voz da minha mãe, então saio do quarto, vou até a sala aonde eu encontro a mesma. Ela me olha séria, eu me aproximo dela e a abraço, mas ela continua parada. ela desfaz o abraço e continua com olhar sério sobre mim.

GangstersWhere stories live. Discover now