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2 meses depois

- Como se sente?
Théo lindo pra caralho, sim estou falando palavrões por que outras palavras já não da pra expressar essa beleza, de sunga e com gotas de água escorrendo por todo o seu corpo me perguntou assim que me pegou nos braços pronto pra me colocar na espreguiçadeira. Um charme pra cada dia...

-Muitooo dolorida

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-Muitooo dolorida... Eu preciso de uma massagem.
Choraminguei. Eu realmente sentia dores, mas a minha recompensa em dois meses pesados de fisioterapia e treino já me tinha trago 85% os movimentos retirados pelo AVC. Isso foi um motivo para choro de alegria e muita gratidão.
- Você vai ganhar a sua tão pedida massagem...
Sorri feliz.
- Serio que falou com aquele seu amigo?
Seu rosto ficou sério e ele colocou as mãos na cintura me encarando furioso.
- Que merda de fisioterapeuta eu seria se não soubesse fazer massagem? Não vou chamar droga de AMIGO coisa nenhuma...
Disse bravo e falando mais alto a palavra amigo. No masculino. Ta com ciumes Théo? Gargalhei e fiz um gesto de apaziguar.
- Calminha. Não quis te ofender... Foi você mesmo que me falou daquele seu amigo que se formou recentemente no cursinho de massagista que ele fez...
Lindo de doer, ele com aquela cara brava, semi nu... Acho que já é hora de eu contar que eu tenho tendo sonhos diariamente com ele? Principalmente os sonhos semi nu, ou completamente nu... Como eu conseguiria receber uma massagem de um homem maravilhoso desse sem me conter...
Isso precisa parar, falo isso o tempo todo para mim mesma, mas meu corpo traidor me trai também o tempo todo...
- Que cara de dor é essa? Esta doendo muito?
Respirei fundo e sorri com a minha cara pálida. Eu poderia ser atriz facilmente.
- Você pegou pesado comigo hoje.
Théo me vestiu um roupão e em seguida me pegou no colo. Ele tem feito isso constantemente. Mal me deixa na cadeira, a não ser que eu esteja parada. Preciso me locomover lá esta ele me carregando...
Sorrio agarrando seu pescoço.
- Quer aproveitar que esta com roupa de banho e...
Assenti. Aquela ia ser a terceira vez que ele me dava banho. E era até engraçado... Eu fiquei bem nervosa na primeira vez.
E meu nervosismo deixou Théo atrapalhado também... Eu dou risada só de lembrar...
- Ta rindo do que maluca?
O dei um beliscão.
- Ei, não sou maluca.
Théo riu e me colocou na cadeira de banho.
- Seus movimentos tem ficado ótimos.
Sua força também... O beliscão vai ficar roxo.
Levei a mão a boca olhando o vermelhão na pele de Théo e acariciei.
- Théo me perdoa...
Théo gargalhou mais uma vez e ligou a ducha na minha cabeça.
- Só perdôo se der beijo mamãe...
Imitou a vizinha de Felipe e eu ri.
Théo masageou meu couro cabeludo e eu relaxei. Essa era a melhor parte...
- Sua massagem ta começando... Aproveita.
Sorri deitando minha cabeça para o lado oposto onde ele massageava. Théo segurou meu pescoço amostra e masageou ali.
- Branquinha...
Sussurrou mas eu ouvi. O clima estava ficando tão...
Gemi quando suas mãos cheia de sabão liquido se  concentraram na minha lombar.
- Bem ai Théo...
- Jesus... Eu não consigo mais...
Rápido demais ele lavou todo o sabão, fechou a ducha me enrolou no roupão e novamente eu estava nos seus braços.
- O que foi Théo? O que você não consegue? Théo...
Ele me colocou na cama e se afastou.
- Théo...
Sentou na beirada da minha cama e me encarou. Suspirei com seu olhar completamente azul me encarando tão fixamente e intenso.
- Mari...
Ele respirou fundo e agora de olhos fechados ele pegou minha mão a beijando.
- Eu sou seu enfermeiro e seu fisioterapeuta... Psicólogo também quando você precisa.
Sorrimos um para o outro e então ele fixou seu olhar no meu.
- Mas, eu sinto muito... Não posso mais continuar.... Vai fugir da minha ética... Porque você já não a vejo como minha paciente.
Soltei sua mão rápido. Eu estava feliz, e o tratando como se ele fosse da minha familia. Ele me fez acreditar em mim mesma... Meus movimentos meu corpo... Eu já estava apaixonada, nunca negaria isso pro meu próprio cérebro.
- Não me olha assim... Você é..
Neguei usando minha força para me afastar o maximo que eu pudesse dele.
- Não... Cala a boca, e sai daqui. Sai daqui...
Ele negou.
- Mari... Você não entendeu? Não quero magoar você... Eu apenas estou...
- Sai daqui... Diana...
Gritei minha irmã, as lágrimas caiam dos meus olhos sem que eu pudesse conter.
- Sai, sai... Por favor. Diana...
Minha irmã apareceu na porta do meu quarto e me olhou depois para Théo.
- O que esta acontecendo? Mari? Porque esta chorando?
Minha irmã correu até mim e eu a abracei chorando com toda a minha alma destroçada.
- Théo... O que aconteceu?
Levantei a cabeça e olhei pra ele.
- Ele vai embora... Ele vai abandonar a gente...
- Não... Não é nada disso. Eu só não consigo falar...
Diana levantou e se aproximou de Théo.
- Diana me perdoe, mas pode sair... Preciso falar a sós com a sua irmã. Antes que ela o tocasse Théo deu a volta e veio novamente até mim. Diana me olhou e saiu.
- Não não não... Não se afaste.
Disse me puxando pra perto dele novamente e eu o abracei rendida. Era como se meu corpo já estivesse acostumado com o calor do dele.
- Eu não consigo mais ser só o seu fisioterapeuta., o seu enfermeiro, o seu treinador e nem o seu psicólogo.  Mari eu não consigo mais massagear você, estar perto de você me deixa maluco... Jesus... Você não sabe a tortura que é pra mim.
Ele me olhou nos olhos limpou minhas lágrimas e beijou minha testa.
- Tudo isso Mari, porque eu estou apaixonado. Eu não consigo mais ser só seu amigo. Ter você nos meus braços e não poder apertar e beijar como eu estou louco para fazer... Eu mal durmo a merda das minhas noites esperando amanhecer pra eu vir pegar você nos meus braços e não soltar mais pelo resto do dia.
Me afastei um pouco mais, enchuguei minhas lágrimas com o braço e dei um murro no seu peito sentindo meu coração acelerar como um louco no meu peito. Controlei minha respiração e o encarei.
- Seu idiota... Ia me abandonar porque esta apaixonado por mim? Seu mané, achei que fosse mais durão. Nunca mais diga que vai embora... Que se dane a merda da sua ética profissional... Eu era sua amiga. Tinha que me contar...
Com uma careta como se algo doesse nele ele se afastou um pouco.
- Não se afaste... Me encare como um homem.
Disse raivosa, louca pra beijar sua boca... Théo se apaixonou e queria ir embora. Sorri internamente e segurei seu braço com minhas unhas feitas e pintadas de vermelho. Se ele ousar fazer isso... Eu o tranco nesse quarto e ele nunca mais sai daqui.
- Mari, se quiser me despedir tudo bem...
Negou pegando a minha mão que fincava no seu braço.
- Me pegue nos braços Théo...
Ele me olhou espantado.
- Agora Théo...
- Onde precisa ir Mari?
- Theooo... Me pega agoraaaa...
Gritei tendo um Théo assustado me pegando no colo. Assim que alcancei seus cabelos da nuca trouxe seus lábios ate os meus e o beijei....
Como nunca fiz. Frio na barriga, dormência nos lábios e... Aquela vontade de me esfregar nele.
- Seu idiota... Se tivesse me contado eu contaria que estava apaixonada também e louca por um beijo. Te contaria que ando sonhando com você desde a primeira semana em que esteve aqui... Sonhos com você me pegando, aaa suas pegadas. Misericórdia Théo.
Agarrei mais uma vez seus cabelos e o beijei mais uma vez. Théo parecia não acreditar, mas naquele beijo ele me correspondeu, me virando nos seus braços e me encaixando perfeitamente no seu colo.

 Théo parecia não acreditar, mas naquele beijo ele me correspondeu, me virando nos seus braços e me encaixando perfeitamente no seu colo

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- Aahh...
Théo gemeu e afastou seus lábios dos meus.
- Você sonhou com as minhas pegadas? Como eu te pegava Mari?
Ele sussurrou no meu ouvido mordendo minha orelha e eu sorri mordendo meu lábio e acariciei seus lábios carnudos.
Eu tinha sonhado por todos os dias ter aquela boca linda na minha e imaginado mil vezes como seria quando acontecesse.
- Se você me falar mais uma vez que vai embora, eu tranco você no meu quarto e te faço de escravo.
Théo gargalhou e eu mordi seu queixo com covinha.
- Você é a coisa mais linda que me aconteceu depois de toda a tragédia... Natalie nunca mais chorou depois que você começou a colocar ela pra dormir. Você tem sido mais do que eu pedi a Deus... Além de eu estar apaixonada amo quando é meu amigo.
Suas mãos vieram para meu rosto numa carícia que me fez deitar a cabeça no seu carinho.
- Mas Théo...
Ele parou a carícia e me olhou. Aqueles olhos maravilhosos não mostravam nem metade do amor, bondade, humanismo e milhões de outras qualidades que aquele homem carregava por dentro e que eu descobri nesses dois meses que ele tem passado aqui.
- Você merece o mundo. E eu...
Theo beijou minha boca mais uma vez de uma forma bruta e com mais força e terminou mordendo meu lábio.
- Você vai me namorar, vamos pular o noivado e você vai casar comigo. Assim que estiver andando... Mas não pense que sera seu pai a te levar ao altar... Você vai de braço dado comigo e caminhando com essas pernas maravilhosas embrulhada num vestido branco que você pode escolher. Nós vamos juntos...
- Eu sou inútil Théo... Nunca vou andar.
Ele negou e acertou um tapa na minha bunda me fazendo gritar de susto.
- Nem acredito que posso fazer isso agora...
Disse rindo.
- Toda vez que falar uma merda dessa você vai levar algumas palmadas nessa bunda mamãe malcriada. Eu quis muito fazer isso todas as vezes que você me falava uma merda dessa.
Ele segurou meu queixo com carinho e fixou seus lindos olhos azuis nos meus.
- Não quero nunca que você se sinta assim... Eu tenho braços fortes e posso te carregar, para sempre se preciso for. Mas. Você. Vai. Andar.
Disse pausadamente ainda me olhando.
- Esta me ouvindo?
Assenti.
- Se você não tem fé, eu tenho por você.
Beijei seus lábios e o abracei. Naquele abraço eu me senti tão em paz como a muitos eu não me sentia.

NOS MEUS BRAÇOS (Conto) Where stories live. Discover now