15

882 59 4
                                    

Arregalei os olhos achando que era um pesadelo e então Théo se moveu acordando e olhando para a porta.
Matteo saiu batendo a porta sem se preocupar com as crianças dormindo.
- Théo... Aquele é Matteo.
Théo se ajeitou melhor e colocou Natálie mais próxima de Felipe, então se virou pra mim.
- Bom dia coisa linda do Théo...
Disse ainda a com voz rouca e aquela cara de sono linda.
- Isso não devia ter acontecido... Eu peguei no sono rápido demais.
Disse acariciando meu cabelo, ele não estava nem ai pra Matteo, isso era óbvio.
- Não fique nervosa, por favor. Não quero ver você daquele jeito nunca mais...
Assenti engolindo a seco. Eu não estava com uma boa impressão.
-Tenha paciência... Por favor. Matteo pode ser inconveniente.
Théo sorriu e se levantou pulando por cima de mim já que as crianças ocupavam o outro lado da cama.
- Vem, vou te ajudar primeiro...
Disse me pegando nos braços e caminhando até o banheiro.
15 minutos depois eu já estava vestida e pronta para ir para o café da manhã, ou da madrugada né. O que eu faria Jesus?
- Pode me deixar na cadeira, eu vou lá falar com ele...
Théo se afastou e eu puxei sua mão.
- Não fica ofendido? Só quero dar um chega pra lá nele.
Théo negou serio e me colocou na cadeira. Em seguida me empurrou até o corredor, se abaixou e foi beijar minha testa, então eu o puxei pelo pescoço e beijei seus lábios.
- Você é rápida em?
Matteo interrompeu meu momento me encarando sério. Théo se levantou o olhou por uns segundos e virou as costas caminhando até seu quarto.
- Por que não me avisou que vinha? Disse que viria no fim de semana, hoje ainda é quarta feira Matteo.
Disse guiando minha cadeira até a cozinha, onde já coloquei a cafeteira para trabalhar.
- Aqui é só a casa dos seus filhos. Eu mando aqui, tem que informar a dona da casa que esta chegando.
Matteo riu e arrastou a banqueta para de sentar.
- Eu trouxa querendo pedir perdão e voltar decido vir fazer uma surpresa e  me deparo com um cara dormindo na cama da minha mulher e com os meus...
- Ex mulher.
Théo entrou na cozinha portando roupas de esporte. Lindo...
- Não dirija a palavra a mim.
Matteo disse se levantando e então Diana surgiu descabelada e arregalou os olhos ao ver a briga de olhares que estava ali. O relógio marcava 6 da manhã, isso lá eram horas de uma pessoa que conhece o "semancol" chegar na casa da outra?
Não, não era. Mas Matteo não conhece isso.
- O que você esta fazendo aqui?
Diana perguntou quebrando o olhar dos dois.
- Depois de tudo tem a cara de pau de aparecer assim?
Diana disse já nervosa.
- Olha, meu assunto não é com você ta, vê se cuida da sua vida.
Matteo gritou com Diana e eu já fiquei mais louca. Virei a cadeira o encarando.
- Você...
Apontei pra ele.
- Com que direito você chega aqui falando o que quer para a minha família? Dentro da minha casa?
Gritei.
- Quero que saia daqui agora. E se quiser ver seus filhos me ligue e marque um horário para fazer a sua visita.
Ele me olhava bufando com os olhos esbugalhados de ódio.
- Vá embora agora... Pega as suas malas e suma da minha casa.
- Mari... Por favor. Não queremos voltar pro hospital, se acalme.
Théo disse baixinho perto de mim e pegou minha mão se abaixando na minha frente. Eu já sentia o temor começar.
- Eu já venho. Vou acompanhar esse senhor até a saida.
Beijou minha mão e em seguida se levantou beijando meus lábios rápido.
- Grande vadia...
Matteo disse e Théo ficou parado me olhando antes de se virar. Assim que fez eu tampei o resto antes de ouvir o "crec" que o nariz de Matteo fez assim que meu Theo selvagem e herói o acertou um murro.
- Filho da puta, olha o que fez?
Matteo disse dando alguns passos pra traz, os olhos arregalados segurando o nariz que escorria um pouco de sangue.
- Chame MINHA mulher de vadia mais uma vez e eu arranco esse seu nariz fora, desgraçado. Suma daqui.
Disse enfatizando o "minha" com sua furia altamente pelando e eu já estava mais calma.
Eu sabia que Theo não era de arrumar confusão. E aquilo não iria pra frente.
- Depois de tudo o que fez, ainda tem coragem de vir aqui e ofender a minha irmã?
Diana disse raivosa e com um rolo de macarrão avansou em Matteo quase o acertando se não fosse Théo a segurar, então ele arrastou suas malas pra fora e se foi.
- Filho de uma cadela...
Diana disse batendo a porta.
Gargalhei assim que minha irmã se virou pra nós, estava um tanto engraçada segurando aquele rolo. Como aquele desgraçado tem a capacidade de aparecer aqui e me chamar de vadia? Se Théo não tivesse quase quebrado o nariz do miserável eu infelizmente não poderia me vingar.
- Ei... Esta chorando porque?
Théo perguntou baixinho e me pegou nos braços caminhando até o sofá. Só então percebi que minha mágoa era grande, não sei se era mágoa na verdade... Poderia ser raiva, ódio mortal daquele homem, ou poderia ser impotência.
- Ele me deixou na fase mais difícil da minha vida... Falou tudo isso na minha cara no hospital, eu tive um AVC assim que ele disse tudo e ele foi embora.... Embora.
Théo acariciou meu cabelo e me olhou com carinho.
- Eu o odeio. A presença dele me faz mal... E ele veio aqui, me chamando de vadia. Um grande...
- Um grande filho da puta ele é.
Théo disse me interrompendo. Respirei fundo, e deitei minha cabeça no seu peito sendo embalada feito um bebê.
- Queria preparar seu café da manhã.
Theo sorriu, beijou meus lábios de leve e limpou minhas lágrimas.
- Logo logo você vai fazer o almoço, o jantar... E quantos cafés quiser. E melhor... Imagina a gente cozinhando juntos?
Sorri. Eu só pensei besteira. Imagina eu mechendo o arroz e Théo atrás de mim me atentando com aquele corpo magnífico...
- Ahha Théo...
Gemi e Theo gargalhou.
- Sua mente foi longe agora delícia do Théo.
Ele disse acariciando meu pescoço, e em seguida acariciou meus lábios.
- Você disse que preciso esperar... Mas por que Théo? Quero você.
Eu disse decidida da vida e Theo me mordeu o queixo para em seguida me beijar bem ali.
- Você me quer?
Perguntou baixinho no meu ouvido e eu suspirei.
- Você é uma grande tentação...
Disse puxando seus cabelos tendo aquele sorriso maravilhoso para guardar na memória.
Seu telefone tocou naquele minuto e eu bufei.  Sempre era alguma coisa...
- Fala meu irmão... Claro. Podemos nos encontrar na Clourtx amanhã as 18h. Tudo bem. Levo as chaves e o envelope. Até mais...
Desligou em seguida e me olhou.
- Quem era?
Perguntei curiosa e onde ele iria amanhã? Porque mesmo existia folga pra ele? Bati na minha testa e chinguei um palavrão. Estou egoísta.
- Era um grande amigo.
Disse misterioso e eu rugi segurando seu queixo o trazendo pra mais perto.
- Você vai me levar junto nesse tal lugar. Vou tirar essa sua folga.
Ele gargalhou e eu mordi seu pescoço moreno sarado. Jesus eu estava ficando maluca. Maluca era a palavra.
- Vou só me encontrar com um amigo enfermeiro que me indicou a pensão da avó dele. Só eu estava na casa, a avó está doente então eu além de trabalhar cuidei do lugar. Como vim pra cá, trouxe tudo junto. Vou só e encontrar com ele e devolver. Ele indicou um chope, e vamos beber um copo enquanto conversamos. Só isso minha ciumenta.
Disse baixinho.
- Me leva pra cama Théo... Pra sua cama. Vem me dar um bom dia daqueles antes das crianças acordarem...
Ele gemeu e se levantou andando apressado pro seu quarto que estava impecavelmente arrumado já que ele formou na minha cama. Me deitou no meio da sua cama e eu o puxei sem deixar que ele saísse dali.
- Me da um amasso daquele?
Pedi e vi suas pupilas dilatarem. Eu sabia o provocar.

NOS MEUS BRAÇOS (Conto) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora