Capítulo 12

2.8K 306 207
                                    

— Por que não me avisou que voltaria hoje? — Naruto quis saber, sentando-me no sofá com delicadeza, ainda segurando minha mão.

— Já falei, eu decidi fazer uma surpresa. — afirmei, entrelaçando meus dedos aos dele.

O contato era tão puro e verdadeiro, era o correto a se fazer. Ficarmos juntos.

— Eu estava morrendo de saudades, achei que perderia o pouco espaço que consegui em seu coração nesse tempo que ficou longe. — resmungou, agachando em minha frente.

— Ei, quem disse que o espaço é pouco? — retruquei, sorrindo boba. — Eu diria que é um espaço considerável, levando em conta que vim te ver antes de qualquer outra coisa. — apontei para minha mochila largada perto da porta.

Ele abriu um sorriso grande e feliz.

— Assim eu vou ficar iludido.

Eu o puxei para o meu lado no sofá e me encaixei em seu peito.

— Por que você tem tanta dificuldade em acreditar que eu quero você? — devolvi, olhando em seus olhos azuis e límpidos.

Naruto respirou lenta e profundamente e fez um casulo com as minhas mãos, antes de responder:

— Bom, eu já levei um pé na bunda quando estava com quase tudo pronto para me casar. Acho que fiquei meio paranoico.

— Então é isso — refleti, chegando mais perto. — Seja lá quem fez algo assim com você, na certa não batia bem da cabeça. — brinquei e ele riu. — Sério, eu não via a hora de descobrir o que estava rolando entre a gente, eu precisava disso, Naruto.

Ele assentiu e beijou delicadamente minha boca e na sequência minha bochecha.

— Eu quero tanto que você seja minha — falou baixinho e eu soltei um suspiro tão alto, que fiquei até com vergonha.

A sensação que eu tinha era que Naruto conseguia me tocar apenas com palavras.

— Eu quero também. — concordei em um sussurro.

— Escuta, Hina, você sabe o que eu sinto por você e sei que nos aproximamos há pouco tempo. Além disso, não quero te pressionar e... — desembestou a falar.

— Shiii — eu o calei com o indicador. — Podemos descobrir juntos o que somos um para o outro, agora que meu pai está bem, eu quero ficar com você.

— Vem cá. — Naruto puxou-me pela cintura e colou a boca na minha, de um jeito um tanto abrupto para os parâmetros dele.

Que sempre foi centrado e reticente comigo. Só que era àquela história, eu adorei essa impetuosidade. Queria conhecer melhor esse Naruto que não tinha medo de se jogar, de viver, de sentir. Aliás, eu queria que ele sentisse o que eu estava sentindo naquele momento. Era um misto de tantas coisas boas, que eu não conseguia decifrar exatamente. Nunca havia conhecido esse sentimento antes, o que só me deu certeza de que o que tínhamos era especial.

O beijo continuou mais intenso e, enquanto sentia suas mãos em minha cintura, eu acariciava suas costas, puxando-o um pouco mais para mim. Porém, em dado momento, foi como se desacelerássemos juntos e o contato passou a ser mais lento e carinhoso, quase singelo. Sua língua tocava a minha com delicadeza, explorando, conhecendo, e eu fazia o mesmo, enquanto minhas mãos deslizavam pelos cachos macios de Naruto. Suspirei e ele soltou um ofego bem baixinho, quase inaudível, antes de encerrar o beijo com vários selinhos cheios de amor e ternura.

— Meu Deus, eu não quero desgrudar da você — declarou, me abraçando apertado. — Hina, fica comigo? Eu disse que iria com calma para nenhum de nós sair machucado disso. Mas eu não consigo ter dúvidas agora, eu quero você.

Me derreti, era como se eu escorresse pelo sofá, sorte minha que já estava sentada. Naruto espalmou meu rosto com carinho, olhando bem no fundo dos meus olhos e eu fiz que sim com a cabeça.

— Eu também quero você, Naruto. — garanti, beijando seus lábios com suavidade. — Eu quero você, tá bom?

Ele sorriu e tornou a me beijar, enquanto acariciava meu rosto.

— Quer ser minha namorada? — ouvi entre um selinho e outro. — Se você disser sim, me fará o homem mais feliz do mundo.

— Sim! — exclamei no instante seguinte. — Sim, sim, sim.

Naruto riu e eu o acompanhei, foi assim, em meio a gargalhadas e beijos, que descobri realmente o que eu sentia por ele. Ou pelo menos foi o começo de tudo, a pontinha do iceberg. Visto que eu tinha uma leve impressão, de que tal sentimento não pararia de crescer dentro de mim, até atingir proporções maiores. Exatamente como uma bola de neve que vai ganhando força, eu sabia que o que eu sentia pelo Naruto ganharia força e estrutura. Não precisava mais de muito para entender, eu poderia amá-lo profundamente. Era só esperar o tempo fazer seu trabalho.

— Naná! — ouvi um grito abafado.

Ah não, era a Shion.

— É minha irmã — explicou, levantando do sofá. — Shion passou aqui mais cedo, eu pedi para que voltasse a morar comigo, discutimos para variar e ela foi embora — emendou —Já volto.

Sacudi a cabeça em concordância, vendo-o sumir pelo corredor que provavelmente levava aos quartos. Alguns segundos depois ele retornou com uma camiseta e eu fiz um bico. A visão anterior estava boa. Ajeitei-me também, para não parecer que estávamos aprontando e Naruto foi abrir a porta.

— Decidi que é melhor morarmos juntos, eu sei que sou meio histérica e que pego muito no seu pé. Mas prometo que tentarei mudar e... — seus olhos recaíram em mim. — Hina, que bom que está de volta! — exclamou, correndo em minha direção e me dando um abraço desengonçado. — Não aguentava mais meu irmão choramingando feito um cachorro caído da mudança. Espero que tenham pelo menos dado uns beijinhos, o Naná é meio lento, mas é um bom homem. Não chute ele como aquela outra fez, por favor, é só o que eu te peço, está bem?

Olhei para Naruto, que estava roxo de vergonha e sorri.

— Eu não vou chutá-lo, eu gosto muito do seu irmão, Shion. — assumi, me desvencilhando de seu aperto e colocando as mãos nos bolsos da calça.

— Ah meu Deus. — tornou a me abraçar. — Pensei que nunca iria sair desse chove não molha! Até que enfim tomou uma atitude, Naná. — deu uma piscadela para ele.

— Shion, você está constrangendo a Hinata. — ouvimos em resposta.

Eu quase podia jurar que Naruto ocultou um e eu também.

— Eu tô bem. — garanti, achando graça da situação.

Shion era meio doidinha, mas era boa pessoa.

— Parabéns, finalmente encontrou uma garota que valha a pena! — e correu para se agarrar ao irmão. — Estou tão feliz, vamos ser como os três mosqueteiros, sempre juntos.

Eu ri ainda mais.

Ela era uma figura. Será que eu aguentaria uma Sakura e uma Shion na minha vida? Precisaria de reforços, porque: uma era divertido, mas duas eram demais!

Quando o amor aconteceWhere stories live. Discover now