Prólogo

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Aquelas mãos imundas tocando o meu corpo causa repulsa

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Aquelas mãos imundas tocando o meu corpo causa repulsa. A impotência, a dor lancinante me fazem desejar a morte. O terror em meus olhos alimentou ainda mais a sua libido grotesca. O desespero me faz querer fugir, mas não posso devido ao meu corpo estar imobilizado. Não posso gritar, não por não ter voz, mas por medo de algo pior acontecer.

— Fique caladinho, ou eu mato você! — a sua voz repugnante soou em meu ouvido.

Mesmo eu querendo, não conseguia mexer meu corpo.

— Se você for um bom menino, posso deixá-lo me chupar — O seu sorriso asqueroso retumbou em minhas costas.

Queria fugir, queria pedir socorro. Quero ficar livre de todo esse tormento. Alguém me ajude, por favor. Alguém me salve! Por favor, alguém tire-me desse pesadelo. Socorro! Só me tirem daqui.

Gael — sinto o meu corpo sendo sacudido — Filho, acorde!

Eu estava paralisado pelo medo. Eu queria falar, mas não conseguia.

— Filho, sou eu! Olhe para mim — era a voz do meu pai, porém não conseguia enxergá-lo — Respire comigo, querido, por favor.

Eu queria muito obedecer, mas o meu peito estava se fechando ainda mais. Estava sufocando. Eu podia sentir o seu desespero.

— Gael — senti um forte impacto em meu rosto. Isso me trouxe de volta à realidade — Graças a Deus!

Respirando aliviado, ele sentou-se ao meu lado.

— Eu... — a minha voz estava rouca.

— Perdoe-me, querido, mas foi preciso fazer isso — sua expressão era devastadora.

— Obrigado — foi tudo que eu consegui falar.

Depois de tudo o que aconteceu, eu e a minha irmã fomos morar com o meu pai. Ele me pediu perdão pelos anos em que ficou afastado, e por tudo que aconteceu. Mesmo eu falando que a culpa não havia sido dele, isso causou uma certa ruptura.

No início, foi difícil a nossa convivência, devido ao trauma, eu não deixava as pessoas me tocarem e com o passar dos anos, essa fobia foi ficando cada vez pior, ao ponto de não querer sair de casa por medo de esbarrar em alguém acidentalmente. No entanto, após anos, as únicas pessoas que eu permito que me toquem ocasionalmente são: Angelina e o meu pai. Porém, mesmo agora, com ele segurando a minha mão, ainda sinto certa repulsa por seu toque.

— Perdoe-me, querido — ele tirou sua mão da minha.

Peguei de volta e apertei firme. O máximo que eu consigo com um estranho, é um aperto de mão, e mesmo assim, ainda tenho que lavá-la depois.

— Eu que peço desculpas. Mas, porque o senhor está aqui? — eu tentei levantar-me, mas o meu corpo parecia pesar toneladas. Meu pai me ajudou a sentar na cama.

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