Capítulo 2

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Olá, amores! Boa leitura a todos

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Se eu pudesse fazer um único pedido nesse momento, gostaria que me fosse concedido o desejo de dormir por toda uma noite, sem pesadelos, sem a ansiedade que consome os meus pensamentos, sem a certeza que sofrerei por fazer algo que é básico para t...

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Se eu pudesse fazer um único pedido nesse momento, gostaria que me fosse concedido o desejo de dormir por toda uma noite, sem pesadelos, sem a ansiedade que consome os meus pensamentos, sem a certeza que sofrerei por fazer algo que é básico para todo ser humano.

Há semanas que durmo apenas por uma ou duas horas por noite. Há semanas que os pesadelos estão me atormentando, é quase uma tortura. Por mais que o meu corpo esteja cansado, a minha mente não desacelera. Já tentei meditação, chá de camomila, até correr a exaustão. Porém, quando chega à noite, e eu fecho os olhos, todo o terror vem à tona. Tudo parece ser tão real, que agora estou com medo de dormir. O meu corpo já está sentindo os efeitos da perda de sono, é uma sensação horrível a que estou sentindo agora.

Como não dormiria mais, resolvi então levantar. Peguei o celular que estava debaixo do travesseiro e o liguei. A luz da tela machucou os meus olhos já sensíveis. Aguardei alguns segundos para me ajustar a luz e olhei novamente. Já passava das 5:00 horas da manhã, nesse horário, Angelina já deveria estar arrumando-se para a escola e o meu pai deve estar na cozinha preparando o nosso café da manhã, antes de ir para o trabalho também. Sinto-me um inútil por não fazer nada, todos estão esforçando-se e seguindo com suas vidas de várias maneiras diferentes e eu, continuo o mesmo. Sem perspectiva de nada no futuro. Preso em meu poço de lamentações.

Levantei, acredito que fiz esse movimento rápido demais, porque sinto uma leve tontura, me sento novamente na cama. Há momentos em que queria ser mais forte. Ligar o foda-se e fazer algo diferente. No entanto, assim que esse pensamento vem, ele logo desaparece rapidamente. O simples fato de ter contato físico com outra pessoa já me apavora. Mas agora, pelo menos, posso levantar da cama sem correr o risco de desmaiar.

Ouço passos no corredor assim que me aproximo da porta, mas ao abri-la, não vejo ninguém. Vou em direção à cozinha e sou recebido pelo delicioso aroma de café e do meu pai que já prepara a nossa refeição. Ele virou-se assim que sentiu a minha presença e olhou-me desconfiado. Tentei sorrir, mas sem sucesso. Ele sabia que havia algo de errado comigo, porque era raro o dia em que eu levantava nesse horário.

— Bom dia! — o saudei.

Ele, no entanto, observou atentamente e não falou nada. Vi as rugas de preocupação em seu semblante e angustiava-me saber que eu as estava provocando. Sentei-me e aguardei ele falar algo.

— Bom dia! Bom dia! Bom dia! Família. Que cara de morto é essa, Gael? Ficou assistindo séries até tarde? — Ser feliz às seis da manhã, estava longe de ser normal para mim, mas para Angelina era tão natural quanto respirar, ela o fazia sem esforço nenhum..

— Já a sua cara é feia mesmo dormindo mais de oito horas — respondi.

— Sou linda em qualquer estação, meu querido.

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