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TRAVIS

— Namorado? — perguntou a Sra. Hammond que havia ficado extremamente pálida. — Tipo, com “o” no final e não “a”?

Noah sorri ao meu lado.

— Exatamente. — responde ele. — E como somos uma família completamente aberta a novas ideias e a modernidade do século XXI, acho que não tem nada de errado com isso. Tem? — ele faz essa pergunta olhando para o pai dele que não para de me encarar. — Pai?

O senhor Harrison Hammond coloca um pequeno sorriso forçado no rosto.

— A noite dirá. — responde ele.

E essa resposta um pouco evasiva do patriarca da família dos peixes faz com que meu estômago revire mais um pouco.

— Sente—se. — diz Loretta, ela parece ser a única que não se importa que eu tenha um pinto e não uma perereca.

Antes de se sentar sorrio na direção dela e depois não sei mais o que fazer.

— Bem... — o sorriso na cara da Sra. Hammond também parecia forçado, mas dava para disfarçar se você não olhasse nos olhos dela que ainda refletiam confusão. — Você é algum dos Lewis de Long Island? Produtores de um destilado maravilhoso?

Nego com a cabeça.

— Não. — respondo. — Sou daqui mesmo. — e acrescento: — Sra. Hammond.

Ela assente, já deve estar formulando na cabeça que sou um pobretão. O Sr. Hammond dá uma tosse forçada que me faz olhar para ele.

— Então, o que seus pais fazem? — pergunta ele.

— Bem. — respondo. — Minha mãe é freelancer em casa, o nome dela é Margareth. E meu pai... Ele é subdiretor de uma parte da empresa do senhor, a Hammond Seafood.

— Oh. — ele não parece ter surpreso, já deve saber que setenta por cento da cidade trabalha para ele. — E seu pai é subdiretor de qual área?

— Er... Acho que de exportação, ou seria importação. — respondo. — Não sei.

— Qual o nome dele? — pergunto Harrison Hammond. Porque tanto interesse no meu pai?

— Ele se chama Gregory. — respondo.

— Ah. — respondo Harrison, mas ele não deve saber ainda quem é.

— Então... Como vocês se conheceram mesmo? — olho para Loretta depois que ela faz a pergunta dela.

— Bem... — respondo.

— Na aula de matemática. — corta Noah. — Nós estamos no mesmo grupo em um trabalho e bem... Acho que a química nos ligou, mesmo não sendo essa matéria. É o que existe entre Travis e eu. — e ele me lança o olhar que está escrito na testa dele “estou apaixonado por você, podemos sair daqui para eu enfiar...”

— Que fofo. — Loretta corta os meus pensamentos.

— Fofo. — murmura o Sr. Hammond.

Já concluí que ele não foi com a minha cara, já a mãe de Noah parece só engolir eu estar sentado ali na mesa de jantar.

— Bem. — diz a Sra. Hammond. — Vou pedir para que o jantar comece a ser servido. — ela pega um sininho (mano, sério isso?), e depois de fazer aquele barulhinho, duas empregadas aparecem, elas parecem ser latinas, não ser. — Ana e Maria, por favor, podem servir a entrada.

NATHANIEL

— Um cine drive? — pergunto quando Colton Richards estaciona o carro dele ao lado de uma caminhonete no gramado do Cine Drive Fitzgerald.

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