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TRAVIS

Assim que chegamos em casa, me tranco no meu quarto, meu pai saiu perguntando o que acontecera comigo, minha mãe ficou para contar tudo para ele. Não estou com cabeça para falar com ninguém, sei que não devia deixar as palavras de Harrison Hammond agir assim comigo... Mas é um pouco inevitável.

O jeito que ele praticamente cuspiu as palavras para fora da boca... Espero que um dia ele se engasgue com todas aquelas palavras... Argh que ódio.

Preciso me distrair. Pego meu fone e coloco o um death metal bem alto para abafar qualquer som da voz de Harrison Hammond da minha cabeça... E parece funcionar.

COLTON

Fecho o zíper da minha calça no mesmo tempo que Nate termina de abotoar os botões da camisa dele.

— Oh, isso foi... Muito bom. — respondo.

Ele olha para mim.

— Bem, o carro não é o melhor lugar para transar... — diz ele. — Mas dá para um gasto.

Sorrio.

— Obrigado. — digo.

Ele olha para mim curioso abandonando o que estava fazendo, fechando a calça.

— Pelo o que? — pergunta ele.

— Bem... — coço a nuca. — Por fazer isso comigo. Não era virgem, mas isso foi diferente das outras vezes.

Ele dá de ombros.

— Não vou tocar nesse assunto, — ele lambe os lábios — mas talvez seja porque é a sua primeira transa gay... Então, sei lá.

Olho para ele, nossos olhares se encontrando.

— Você... Er...

— Diz. — incentiva ele.

— Já transou com uma mulher? — pergunto.

Nathaniel ri.

— Olha para mim, Colton. — diz ele. — Tenho cara de quem transo com mulheres?

— Bem... É bom não julgar as pessoas pela aparência. — digo. — Por exemplo eu... Acho que sou bi, não gay. E você não saberia disso se eu estivesse por acidente na Rainbow aquele dia.

— Ou nós termos ficado em detenção por você ter socado a minha cara. — acrescenta ele. — Já reparou que a vida é carregada de clichês?

— Eu não leio...

— Isso acontece até em filme, Colton. — diz ele como se acabassem de dizer para mim que o sol é redondo. — Um exemplo disso é sei lá... Harry Potter, na realidade eu não sei dar exemplo.

Rio.

— Não mesmo. — respondo. — Harry Potter é um marco na minha infância.

— Para mim falta representatividade. — diz Nate. — Mas não podemos negar que J. K. Rowling tem um talento incrível para criar um mundo tão original.

Assinto.

— Claro. — digo.

— Porque os livros...

— Como mudamos de assunto tão rápido? — pergunto.

Ele dá um soco no meu ombro.

— Nós somos um pouco aleatórios. — diz ele. — Nem parece que há poucos minutos estávamos aos orgasmos aqui dentro, e agora estamos debatendo Harry Potter. — ele ri de novo, e a risada dele me deixa de certa forma... Calmo. — Obrigado por ter me chamado para sair.

Lost In Your Eyes | ✓Where stories live. Discover now