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Gabriela Alarcon point of views🦋
USA, Los Angeles. – 2018, 16h30.

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Me encarei no espelho do meu quarto, secando as lágrimas que escorriam livremente. Eu estava destruída fisicamente e emocionalmente. O enterro de Olívia estava acontecendo neste exato momento e eu não estava lá, para prestar uma última homenagem à ela. Me sentia uma péssima pessoa por não estar lá.

Estava há 4 dias sem sair de casa, para absolutamente nada. Mas, Monse veio me visitar e me atualizou sobre as coisas que estavam acontecendo, assim como eu atualizei ela. Contei sobre a minha recém descoberta gravidez e ela me contou que Cesar havia sido expulso de casa, que Ruby havia levado um tiro no braço e que agora ele estava péssimo com a perda de Olívia, assim como todos nós.

Só de lembrar que Cesar foi expulso de casa e estava nas ruas, sem nenhuma ajuda do irmão, me fazia pensar bem, muito bem, antes de contar ao Oscar que teríamos um filho.

Será que ele seria um bom pai?Ou melhor, será que seríamos bons pais?

Essas perguntas estavam rodeando minha mente há algumas madrugadas e isso me deixava tão incomodada. Precisava resolver essa situação. Minha mãe não queria que eu chegasse perto de nenhum Diaz, incluindo o Cesar, então, não tive como sair de casa para encontrar com Spooky.

Mas, agora, que ela está no enterro de Olívia, acompanhando Marcus – que estava verdadeiramente devastado –, era a minha chance perfeita. Levantei da cama, peguei o exame que confirmava a minha gravidez e saí do quarto. Não estava preocupada se fazia um pouco de frio e eu não estava agasalhada, muito menos com o fato do meu rosto estar incrivelmente feio e inchado de tanto chorar e menos ainda com o meu cabelo desgrenhado.

Eu só precisava resolver essa questão com Oscar. Mesmo que ele não quisesse essa criança, precisava que ele soubesse. Era um direito dele.

Abracei meus próprios braços enquanto caminhava em direção à residência do líder dos Santos. Comecei a pensar sobre como seria a minha relação com Oscar, caso ele quisesse assumir o bebê. Não estávamos mais juntos e se esse mano não parasse de me tratar como se fosse a porra do rei do mundo, não voltariamos jamais. Como iríamos criar uma criança no meio em que ele vive?

Eram tantas dúvidas...

Parei em frente à casa de Oscar e ao ver a luz da garagem acessa, fui até lá. Encontrei ele mexendo no capô de seu amado carro. Quando ia me aproximar, uma arma apontada em minha direção, me fez parar.

Fiquei nervosa e ofegante. O que ele estava fazendo?Por que apontar uma arma pra mim?A glock foi abaixada, destravada e guardada no cós de sua bermuda.

— O que quer aqui? – questionou, gélido, enquanto me encarava seriamente

— Precisamos conversar. – olhei para minhas mãos, onde segurava o exame

— Você não parece bem pra isso e sempre quando um de nós dois fala a frase: "precisamos conversar", nunca dá certo. – ele foi sincero, indiferente

— Eu não estou bem mesmo, mas, isso é necessário. – estendi o exame, para que ele pegasse

Esperei ansiosamente que ele abrisse o papel, lê-se o diagnóstico do beta hcg e também, que visse a pequena imagem da primeira ultra que eu fiz antes de ter alta do hospital. Nunca fui muito fã ou apegada à fotos, mas, aquela pequena imagem era a minha favorita de todos os tempos.

— O que é isso? – Spooky me olhou por cima dos cílios, ainda de cabeça baixa

— Indica que eu estou grávida. – passei a mão no rosto, evitando abrir os olhos e encara-lo

— Isso só pode ser piada. – Oscar riu sem humor, dessa vez, pálido

— Não, não é. Olha, eu não tô pedindo que se case comigo e assuma essa criança. Só estou te comunicando que você vai ter um filho. Só isso!Mas, se não quiser, não precisa nem lembra o que te disse. – esclareci as coisas, demonstrando meus pontos

— Minha mãe criou um homem e não um merdinha que não assume um filho. Eu fiz, eu assumo. – ele me devolveu o exame, dobrado

— Tudo bem!Precisamos ver como isso vai funcionar, como será para você ter acesso ao bebê e tudo isso. Quando eu estiver melhor, conversamos sobre isso e chegamos à bons termos para os dois, ok!? – mordi os lábios, aliviada

— Tá. Quer que eu te leve em casa? – Spooky ofereceu e eu aceitei

Ele fechou o capô e nós entramos no carro. O caminho até a minha casa foi silencioso. Na falta do que fazer, abri o exame, tentando me distrair. Vi que a pequena foto da ultra não estava ali. Abri a boca para perguntar ao Oscar se ele havia visto, mas, me calei quando a hipótese dele ter pegado a foto, surgiu em minha mente.

— Eu vou marcar a ultra do 3° mês e te aviso. Prefere me ajudar a marcar o dia, para que seja bom para nós dois? – puxei assunto

— Pode marcar e me avisa. Estarei lá.

— Ok. – murmurei

Ele estacionou em frente à minha casa e quando me virei para agradecer pela carona, um carro parou em frente ao de Oscar. Minha mãe, acompanhada de Marcus, saiu do veículo. O olhar fulminante que ela dirigiu ao Oscar e à mim, me fez morder os lábios, em sinal de nervosismo.

Estávamos fodidos pra caralho.

𝐊𝐞𝐞𝐩 𝐚𝐰𝐚𝐲 | 🦋 | 𝙾𝚜𝚌𝚊𝚛 𝙳𝚒𝚊𝚣 ʰᶦᵃᵗᵘˢWhere stories live. Discover now