Kira é uma adolescente cristã irlandesa de quinze anos, que mora em Dublin com a família.
Ela é filha de uma brasileira com um irlandês que se conheceram durante o intercâmbio, onde a mãe dela fez na Irlanda, quando era adolescente.
Sua vida e norma...
"O ontem não é nosso para recuperar, mas o amanhã é nosso para perder ou ganhar."
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Sabe, eu nunca fui muito boa nas coisas, Eu toco ukulele, desenho e é somente isso, não sei fazer uma infinidade de coisas.
Eu não sei cantar, muito menos tenho uma voz incrível para louvar na igreja, não me considero feia, mas também não sou uma garota que os meninos da escola fariam filas enormes para apenas me verem passar pelo corredor.
Muitas pessoas me vêem e logo pensam que sou uma pessoa extremamente inteligente, pobres mortais, o que eles não sabem é que falto me matar de tanto estudar para obter notas satisfatórias, não sou Beatrice que de tão inteligente, não precisa se esforçar para aprender um assunto novo.
Muito menos sou como a Nick, um espírito livre, intensa e apaixonada, na verdade eu me acho bem sem graça.
Eu não pulo de paraquedas ou prático esporte icônicos e eletrizantes, nem meu sou interessante como aquelas garotas que fazem coisas realmente importantes, como uma ativista que defende a causa dos animais, ou uma atleta que vai para as olimpíadas.
Sou apenas eu, Kira O'Hara.
Fico pensando se Deus tem um plano/propósito comigo, vejo as pessoas ao meu arredor prosperarem em seus objetivos e sonhos, enquanto eu permaneço no meio do caminho, parada sem sair do lugar.
- Jesus Cristo!- digo assim que uma bola de papel acerta em cheio meu rosto me trazendo de volta a realidade.
- Algum problema O'Hara?- A senhora Collins pergunta em pé de sua mesa com semblante preocupado indo em minha direção.
- Nenhum.- respondo rapidamente enquanto recebo todos os olhares da sala, mas um em particular me chama mais atenção, o olhar de um garoto que parece de enfiado o cabelo no molho de tomate antes de vir para aula, o cabelo dele é tão vermelho que deveria ser um crime, mas não é isso que me fez olha-lo, e sim o fato que ele está rindo como uma hiena e tentando abafar o som com as mãos.
- Tem certeza que está bem? Não quer ir a enfermaria ou tomar um pouco de ar lá fora?- A senhora Collins pergunta mais uma vez me deixando desconfortável.
- Muito obrigada pela preocupação senhora Collins, mas eu estou ótima!- digo dando fim ao diálogo sem futuro.
- Tudo bem então.- a professora fala mais antes de se virar para voltar a sua mesa, a senhora Collins lança um olhar para debaixo da minha carteira, mas especificamente para o objetivo identificado que colidiu com meu rosto, ela pega o papel na mão e eu oro a Deus para que não haja nada comprometedor escrito no papel, caso ela decida abri-lo.- Lugar de lixo é na lixeira!
- Sim senhora Collins!- falo e pego o papel educadamente da sua mão e jogo na lixeira, devo confessar a vocês que fiz tal ato com certa relutância, eu queria muito saber o que estava escrito nele, se é que tinha algo escrito nele.
