Mate-me, Jungkook

Mate-me de cobiça;

Hi :)
I'm happy gays
Obrigada por tudo isso de view puta merda ♥♥
Perdão a demora, tô num mood triste nessa quarantine
Love'ya! Boa leitura anjos

~

00h02min.

- Você está calado hoje, Elan.

Jungkook não soou sarcástico, divertido ou qualquer sinônimo disso. Ele estava com raiva, farto o bastante para que sua voz saísse num tom oco de quem não dá mais a mínima para coisa alguma. Estava recostado contra a parede ao lado da porta, brincando com um cigarro que não era feito de nicotina entre os dedos - era bom fumar ali, pois a sala tinha pouquíssima ventilação e a fumaça ia quase que por completo para dentro do corpo destruído do Grier, pairando sobre eles como uma nuvem.

Ele viu como um dos olhos de Elan o encarou friamente, porque o outro estava roxo e inchado ao ponto de não abrir mais, isso fez Jungkook sorrir sem mostrar os dentes. Sorrir porque nos primeiros dias ainda recebia respostas afiadas e risadas enquanto o socava, mas parece que depois de duas - três? - semanas de tortura diária a pessoa perde o senso de humor e o sarcasmo é esquecido em algum lugarzinho de sua mente que ainda não foi afetado pela dor.

Acontece que nem sequer isso, ir até a porra do porão e bater naquele desgraçado havia tirado o estresse do pequeno Lafaiete. Nem mesmo ouvir os gritos dele havia lhe deixado menos tenso, menos puto, com menos vontade de ir até uma sala muito conhecida por ele e socar Park Jimin. Era sempre ele. Sempre ele o motivo de toda sua instabilidade e, foda-se, Jungkook quase não suportava mais o seu voto de anjinho.

Ele não era um garotinho bom, céus.

Ele odiava estar em casa todas as noites e odiava já fazer semanas desde a última vez em que transou com alguém.

Odiava o fato de só ter pego aquele cigarro estúpido naquele dia, depois de muitos sem, porque queria ter algo de Jimin e o único jeito era sendo obediente como a droga de um cachorro.

Ridículo, lhe fez xingar alto e atravessar o cômodo na mais pura intensão de descarregar sua revolta em um corpo já cansado de receber os golpes.

No entanto, o modo como Elan encolheu-se contra a parede instintivamente lhe fez parar não por pena ou qualquer porcaria relacionada, de maneira nenhuma. Ele só teve a mais brilhante das ideias quando puxou o celular do bolso, grunhindo em alto e bom som:

- Foda-se!

E então se abaixou para colocar entre os dedos da mão de Elan o seu cigarro de cannabis pela metade os dedos que ele mesmo colocou no lugar certa noite e que não estavam 100% ainda, nunca estariam se ele parasse para pensar onde estava, o que arrancou do rapaz um gemido esganiçado.

- Você precisa mais disso do que eu - disse num tom que poderia soar como divertido, mas sua raiva ainda estava presente e correndo por suas veias rápido demais para que se alegrasse com qualquer coisa no momento.

Em seguida Jungkook deu as costas a ele, celular na orelha e a certeza de que havia fumado o título de bom garoto junto com a erva.

02h22min.

O barulho de um motor realmente potente cruzou a noite e chamou a atenção da maioria das pessoas ali presentes. Jungkook não fez questão de olhar, foda-se, realmente, ele continuou inclinado no ouvido de um garotinho realmente fofo - primo de alguém que ele supõe ser MinHee - lhe sussurrando besteiras porque as reações eram realmente empolgantes.

Ele se perguntou se ficava dessa mesma forma perto de Jimin.

Ah, merda, apenas a menção desse filho da puta em sua mente lhe fazia tremer. Não de excitação, mas de algo muito próximo ao ódio. Infeliz. Fazia quanto tempo desde a maldita última vez em que ele lhe tocou? Uma semana atrás, duas...? Não sabia. Elan continuava vivo e ele era o alvo de todas as noites que levantava querendo foder com o asiático de muitas maneiras e sentidos diferentes.