Capítulo 15 - A escada, o esbarrão e a desculpa

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Eu estava perdido. Em um campo sem volta. Eu sabia que isso não vai acabar bem. Pelo menos era o que eu achava. As crises estavam mais frequentes nos últimos meses. Eu passava muito tempo chorando e tentando suicídio. Mas eu tinha um amigo que conheci recentemente Gabriel. Ele cuida de mim e age como meu irmão mais velho. Eu sei que posso contar com ele, mas eu me sinto perdido. Que estou indo para algum lugar. E em razão disso estou eu a caminho da psicóloga.

Vejo os carros passarem com frequência por mim e as arvores em seus lugares balançarem suas copas com a brisa da manhã de inverno. Gabriel esta do meu lado, ele segura minha mão e parece estar sonolento. Seus olhos tem olheiras profundas. Ele sempre me da uma desculpa esfarrapada, mas ei que ele não dorme me vigiando.

O carro para. Minha mãe e meu pai – pelo menos é o que eles dizem – descem do carro, Gabriel me faz sair e segurando minha mão me faz seguir ele pela entrada junto com meus pais. Eles se dirigem a recepcionista e eu me sento na sala de espera. Observo o lugar atentamente. Havia dois longos sofás brancos, uma televisão de LCD que passava um programa sem graça e uma mesa de centro com varias revistas. O chão era branco o que combinava com as paredes, lâmpadas e a maioria das coisas. Que exagero de branco.

Peguei meu celular e o coloquei os fones. Gabriel tem feito eu ouvir a mesma gravação a meses, para me manter atualizado. Às vezes esqueço o nome da minha mãe e pela cara dela, ela esta quase surtando com tudo isso, já que comecei a esquecer de varias coisas. Então estava eu com os fones de ouvido fazendo o que eu sempre fazia, quando uma garota de olhos verdes e loira se sentou do meu lado.

- Oi – ela disse com um largo sorriso no rosto.

Acho que a questão de não falar com estranhos não se aplica ao consultório psicológico.

- Oi – disse com um largo sorriso.

- Veio pra consulta?

Dei um meneio de cabeça enquanto Gabriel me olhava atentamente de longe.

- Ta vendo aquele garoto ali. – apontei.

- Sim.

- Ele é muito bonito você não acha?

Ela riu.

- Que foi?

- Ele ta me fuzilando de lá.

Ri.

- Não ligue ele é superprotetor apenas. – suspiro – Assim como meus pais.

- Entendo. Mas porque tudo isso?

- Depressão e como consequência estou com perda de memória de vários momentos da minha vida. E esta piorando, estou esquecendo tudo. E ele me faz ouvir isso.

Coloco um dos fones em seu ouvido.

- Nossa, que voz sexy.

Ela ri e eu a acompanho.

- Eu me chamo Bruna. – ela estendeu a mão.

- Alex. – sorrir e apertei sua mão. – Vamos nos ver mais vezes Bruna?

Ela riu.

- Se tiver sessão toa quarta claro que sim.

Rimos novamente.

- Então nos veremos. - conclui.

Gabriel veio em minha direção, sua face estava seria e parecia que ele ia passar a maior bronca. Então ele parou na minha frente e disse:

- Vamos? Já é a sua vez.

Revirei os olhos.

- E a sua educação Gabriel. Essa é a Bruh. Minha nova amiga.

Ele a olhou e sorriu rapidamente.

- Seu nome né Gabriel. – retruquei.

- Mas você acabou de dizer1 – disse ele exasperado.

Ri da situação e me levantei.

- Ate quarta que vem Bruh.

Acenei, enquanto ela ria e eu era arrastado por Gabriel pelo corredor para minha consulta com a Dra. Isabela Mourão.

Adentrei a sala ampla e bem arejada e segui para o divã que estava perto da janela de vidro. Dra. Isabela me olhava com ternura.

- Como se sente hoje?

- Bem. Não tento nada há alguns dias. – disse sorrindo.

Ela anotava algo em sua prancheta então eu me sentei.

- Posso perguntar uma coisa?

- Claro. – ela falou sem olhar nos meus olhos, dedicada ao bloco e notas.

- Eu não vou me recuperar não é?

Ela me olhou.

- Quem disse isso?

- Eu.

- Por quê?

- Acho que não quero me lembrar de nada. Não sei o que aconteceu, mas você não acha que tenho um bom motivo para isso.

- Claro.

- Então é o que eu acho.

- Tenho algum trauma?

- Vejo que andou lendo... – ela riu brevemente.

- Sim. Uma revista ótima cientifica que fiz assinatura.

O celular de Isabela começa a tocar. Ela olha para a tela e vê de quem se trata.

- Pode atender. – digo com um sorriso.

Ela pega o celular e o atende.

Dra. Isabela tem cerca de quarenta e dois anos, cabelos curtos e loiros, olhos verdes. Possui uma face simpática e ela realmente é. Pelo jeito como ela gesticula ela deve estar falando com o filho – Luciano – Como eu sei disso? Sou muito observador, ele nunca vem ao consultório e nem liga a não ser que seja uma exigência. Eu nuca o vi por aqui e quando ele vem, ela sempre pede licença para sair e fala com ele lá fora. Não demora muito e a terapia começa.

Quando finalmente sai da sala de Isabela o que eu mais desejava era ir para casa e me deitar, fecho os meus olhos e balanço o meu pescoço para retirar o stress, foi então que esbarro em alguém e caio no chão.

- Me desculpa. – a voz de um homem ecoa em minha mente.

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Notas Finais

Oi galera, estamos na reta final então não perca as ultimas emoções.

Temporada Final de Querido Diário será postado somente ano que vem. Mas provavelmente eu poste capítulos do mesmo ainda no mês de Dezembro, mas não é certeza.

Querido Diário: O Poder - Livro II (Romance Gay)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora