Capítulo 16 - A decisão

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Quando finalmente sai da sala de Isabela o que eu mais desejava era ir para casa e me deitar, fecho os meus olhos e balanço o meu pescoço para retirar o stress, foi então que esbarro em alguém e caio no chão.

- Me desculpa. – a voz de um homem ecoa em minha mente.

Olho para o dono da voz e ele me estende a mão. Parece envergonhado com o acontecido.

- Eu sinto muito.

- Tudo bem. – digo em meio a um sorriso.

Ele ri.

- O que foi?

- Você coçou a cabeça quando disse que estava tudo bem. Foi meio fofo.

Fiquei vermelho.

- Sorte que não tropeçamos nas escadas. Ai seria um baita problema. Mas esta tudo bem?

- Sim, eu estou.

- Eu sou Luciano.

Foi então que olhei realmente para ele. Ele era alto, tinha um metro e oitenta e dois, cabelos curtos, negros e liso, olhos azuis, sua pele era alva. Vestia uma camiseta azul celeste que mostrava seus braços malhados, vestia uma calça Jeans e um tênis surrado, todo riscado. Ele me observava com curiosidade.

- Gostou? – disse ele rindo.

- Me desculpe. – disse enrubescido.

- Tudo bem. Mas o que achou? Eu teria alguma chance com você.

Não sei o que me deu, apenas comecei a descer as escadas. Ele me seguiu e parou na minha frente.

- Pelo menos me diga seu nome.

- É... É... Alex. Alex Amell.

Ele pegou o celular e estendeu a mim. A tela estava para digitar um numero de telefone. O peguei e anotei de forma desengonçada meu numero no telefone e sem dizer mais nada, desci as escadas correndo. Deixando Luciano com um largo sorriso no roso no alto da escada.

Quando finalmente cheguei em casa, corri para meu quarto. Algo estranho se movia dentro de mim. Era uma sensação que eu já sentira em algum momento da minha vida. Eram tantas incertezas, duvidas e medo. Medo de ser magoado, medo de me perder mais do que eu já estava perdido. Por alguma razão eu senti desespero. Eu não queria que minha mente ficasse em branco, uma pagina vazia. Eu não queria me perder em meio ao nada de um futuro incerto. Eu não quero olhar para meus pais, para Gabriel e não saber quem eles são. Eu não quero isso para mim.

Sinto-me em um caminho sem volta onde eu procuro desesperadamente por uma saída, mas todas as vezes que eu corro a imagem dele aparece em minha mente. Seu sorriso, seus olhos. Isso não era para acontecer, eu havia feito à promessa desde que minha mente havia decidido que apagar tudo era a solução mais plausível. Deixar-me vazio de tudo e todos.

- Porque tudo tem que acontecer comigo? Porque esta maldita vida me faz sofrer desse jeito, mas não me deixa morrer? Por quê? – gritei e me joguei contra a parede.

Baque.

Meu corpo ficou pesado. Meus olhos estavam embasados.

Frio.

Quente.

Algo quente escorria da minha cabeça e o cheiro de ferrugem impregnou o ambiente. Toquei minha cabeça e levei aos meus olhos já pesados.

Um pingo.

Vermelho.

- Que droga – sussurrei – Gabriel vai me matar... – sussurrei fraco.

E quando finalmente não havia mais forças para me manter lúcido, a imagem dele se formou em minha mente, ele dizia:

“Não desista”

Talvez ele tivesse certo. Eu já desistira tantas vezes em minha vida. Eu já estava cansado de virar a pagina, talvez estivesse na hora de mudar de livro. Eu não vou desistir dessa vez. Por ele. Por ele eu lutarei para ficar vivo. Porque eu estou...

Querido Diário: O Poder - Livro II (Romance Gay)Where stories live. Discover now