[1.0] metade do abraço

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🧡Lembrete  antes da fic:

não esqueça de votar e de me seguir, é importante demais para me motivar a continuar essa história!

- Se não fosse crime, eu te matava agorinha mesmo!

Essa é uma das primeiras coisas que minha mãe diz assim que chega em casa, me encontrando deitado no sofá da sala. Não fazia muito tempo que eu tinha chegado, e era quase horário de almoço. Junghwa estava no colégio – e nem ousaria faltar depois de tudo o que aconteceu da última vez que fez isso.

Minha mãe me abraça com força, depois de fingir que iria jogar uma cadeira na minha cabeça.

- Eu fiquei preocupada de verdade – ela fala, me espremendo ainda mais dentro de seu abraço caloroso.

Eu me desculpo mais algumas milhares de vezes, e ela me faz jurar que nunca mais vou esquecer de avisá-la quando for passar a noite fora. Eu explico tudo que aconteceu – com exceção de algumas partes, é claro – e conversamos sobre isso e outras coisas enquanto comemos o almoço, que pedimos por um aplicativo de delivery aleatório.

Mesmo conversando sobre todo o tipo de coisa com ela, um pensamento não sai da minha cabeça, não importa que tipo de distração eu tenha. Eu tento lavar a louça e arrumar meu quarto, mas não funciona. Nem penso em ligar o computador para uma partida de WOL, por motivos óbvios. Não conseguiria estudar mesmo que tentasse. Tudo que faço e penso em fazer não é suficiente para me ajudar a apagar os detalhes da noite passada.

Eu ainda consigo sentir o calor do corpo de Jimin contra o meu, de sua boca, de cada partezinha. Lembro dos fogos de artifício que estouravam em meu peito enquanto eu estava com ele. Por um segundo, desejo isso de volta. Mas não. Não posso sonhar acordado com essas coisas, já que nunca vão se repetir. Nem posso deixar.

Mas e agora?

Eu já sabia o que deveria fazer em relação aos meus sentimentos e coisas desse tipo. Mas e quanto ao resto? Taehyung deveria saber? Alguém mais deveria? Como eu trataria Jimin de agora em diante? E se ele lembrasse de algo de repente? Eu estava errado em não contar pra ele? E se ele tentasse me beijar de novo, bêbado ou não? O que aconteceria com ele e Hyunseok? E o que eu deveria fazer se Jimin decidisse não ficar mais com ele? Deveria contar tudo que aconteceu? E o que aconteceria se eu fizesse isso?

Eu penso nessas e em outras milhares de coisas. Existem tantas possibilidades, e isso me assusta de certa forma, já que me deixa sem saber o que esperar.

Eu queria que as coisas fossem mais fáceis. Queria que fossemos apenas dois caras se conhecendo pela primeira vez, sem nada nos impedindo. Sem nada me obrigando a ficar de boca fechada, sem nada a perder. Eu queria poder tomar decisões que não arriscassem nada.

Querendo ou não, reconheço que tenho que levantar e começar a fazer coisas mais produtivas. Me sento em minha mesa, ligando o computador, e evitando contato com a miniatura de WOL na página inicial. Coloco uma playlist de lo-fi no spotify, pego meus cadernos e começo a estudar.

Nem sei como cheguei a esse ponto, mas estudar parece a coisa mais viável para ocupar a cabeça em um momento desses. E minha mãe e irmã estavam muito enganadas se achavam que eu não escutei as duas conversando sobre minha escolha de atividade, chocadas por eu finalmente estar estudando para algo.

Passam boas duas horas, e estou tão cansado e desanimado, que apenas tomo um banho, uma caneca de chá e vou deitar, mais cedo que o normal. Estou quase caindo no sono quando escuto vozes vindas do corredor.

- Ele tá dormindo, com certeza! A luz tá apagada e tudo! - é a voz de Junghwa.

- Mas é impossível! Não são nem 10h da noite! Ele nunca vai pra cama cedo assim – a voz de minha mãe é a responsável por falar isso.

Love is a game [jikook]Where stories live. Discover now