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Angeline Campbell

Eu estava simplesmente perfeita! Eu não era uma das pessoas que tinham a autoestima além do limite, mas eu tinha que admitir que eu estava linda. Lisa também estava impecável, com seu vestido azul-marinho destacando em sua pele clara. Tudo bem, era só uma festa na casa de um conhecido, mas Lisa insistiu para que nós saíssemos dali maravilhosas pois, segundo ela, poderíamos facilmente encontrar uma boa companhia para passar a noite. Mas eu não sei se eu realmente queria isso.

– Prontinho. - Lisa disse, depois de retocar o batom. - Podemos ir.

Eu havia dito aos meus pais que eu iria a festa com Thomas e Lisa e eu passaria a noite em sua casa. Eles concordaram, desde que eu mandasse alguma mensagem quando chegasse por lá. Lisa e eu descemos as escadas de sua casa e saímos. Thomas nos esperava encostado na porta de seu carro. - ou melhor, o carro da sua mãe.

Quando ele levantou seus olhos em nossa direção eu pude vê-los brilhar quase que imediatamente. Eles varreram Lisa por alguns breves segundos e depois caíram em mim. Thomas abriu sua boca mas como nada saiu, ele a fechou de novo. Seus olhos fizeram uma pausa demorada na região dos meus seios e eu soube naquele momento que aquele decote estava ridículo.

Droga, eu sabia que havia algo de errado!

Ele voltou a me olhar nos olhos e eu senti minhas maçãs queimarem violentamente. Ele se aproximou.

– Você está linda, Angeline. - Ele sorriu e colocou as mãos nos bolsos. - Você também, Lisa. - Ele a olhou por alguns segundos antes de voltar seus olhos a mim.

– Obrigada. - Ela simplesmente agradeceu.

Já eu, não tive outra reação a não ser sorrir e ficar vermelha, como todas as outras vezes que ele esteve por perto. Como uma palhaça.

– Podemos ir? - Lisa coçou a garganta e ele desviou os olhos instantaneamente.

Thomas destravou as portas do carro e nós entramos. Cerca de vinte minutos depois estacionamos na frente de uma casa enorme e barulhenta. Haviam várias pessoas na rua, no jardim e na parte externa. A casa estava totalmente decorada, com várias luzes e objetos decorativos.

– Se você não fosse minha amiga eu até diria que você está perfeita. - Thomas sussurrou quando se aproximou de mim, seus lábios quentes tocando me ouvido direto e me causando arrepios estranhos.

– Mas... - Eu esperei ele completar, sendo incapaz de controlar meu rubor.

– Mas, como somos amigos... Você está terrivelmente ridícula. Esse vestido não combina nada com você.

– Oh, fico lisonjeada pela sinceridade. – Tentei conter um sorriso e não me afastei quando uma de suas mãos envolveu minha cintura, me empurrando delicadamente para frente.

Nós entramos na casa e fomos surpreendidos por uma música extremamente alta e diversas pessoas, algumas dançando, outras conversando, outras se agarrando e outras bebendo exageradamente. Quando me virei, Lisa já não estava mais em meu campo de visão.

Ótimo... Perdi uma de minhas companhias.

Eu estava totalmente perdida, me perguntando onde eu estava com a cabeça no momento em que eu aceitei vir até aqui. Esse não era meu estilo de vida, eu não ia em festas, eu não bebia, eu não ficava chapada e eu não beijava a primeira pessoa bonita que estivesse em minha frente.

Olhei para a multidão, a procura dos olhos azuis que me arrastaram para este lugar e eu os encontrei vindo em minha direção, com dois copos vermelhos de plástico.

– Você precisa relaxar. Está nervosa sendo que mal chegamos. - Ele me estendeu um dos copos.

– Eu não quero beber, obrigada. - Rejeitei.

The Unimaginable Onde as histórias ganham vida. Descobre agora