The Unimaginable

08.

Angeline Campbell

Los Angeles. Essa era a primeira cidade que visitaríamos enquanto estivéssemos fora de Red River. Depois iríamos até San Francisco e em seguida passaríamos por San Diego, se nós não perdessemos os primeiros jogos, é claro.

Eu estava muito ansiosa para conhecer Los Angeles. Sim, eu era californiana mas durante todos os meus dezessete anos eu nunca conheci a cidade. Lisa morava lá com seus tios antes de se mudar para Red River há alguns anos, e ela me disse que a cidade é simplesmente perfeita e que quando tivesse a oportunidade, me mostraria todos os detalhes.

Depois que Thomas me deixou em casa e disse não ter se lembrado de nada da festa de sábado, eu passei o resto da tarde arrumando duas malas. Afinal, eu poderia passar um dia, mas também poderia passar uma semana fora de casa. Tudo dependeria da nossa classificação desde o primeiro jogo, que seria amanhã.

O ônibus que nos levaria a Los Angeles estaria esperando os jogadores e as líderes de torcida no estacionamento da escola às 05:40, daqui a quarenta minutos. Enquanto eu terminava de me aprontar, Lisa e eu conversávamos por vídeo chamada.

– Ele me beijou primeiro, foi tão carinhoso e tão... Ah, ele é perfeito!- Ela murmurou. - Sério, Angeline. Se eu soubesse antes que Mike era assim, nós já estaríamos casados, ou no mínimo noivos. É claro que ele tem que sorrir daquele jeito perfeito...

Eu ri.

– Mas você achou ele legal? Isso é o que realmente importa. - Vesti uma calça jeans larga e enfeitada com alguns rasgados.

– Mike é a definição de perfeição, Angel. Em todos os sentidos, inclusive na personalidade. - Ela suspirou e eu vesti a blusa do uniforme das River Ladies, seguida pela jaqueta de frio do colégio. - Mas e você e o Thomas? Eu cheguei em casa pra apresentar meu quarto para o Mike e vocês dois já estavam lá.

Lisa parou de passar o rímel e encarou a câmera com um sorriso. Já eu, revirei os olhos.

– Quando chegamos, bebemos uma taça de vinho e eu dormi. Ele também. Só isso, Lisa. - Peguei o primeiro par de tênis que vi pela frente e calcei.

– Hum... Sei. Bem, já são 05:13 e eu preciso ir, senão o ônibus não me espera. - Ela guardou suas maquiagens numa bolsa. - Não se atrase, até daqui a pouco.

– Até, Lisa. - Desliguei o celular e me olhei no espelho. Passei um corretivo para disfarçar as olheiras, um rímel e um gloss para hidratar os lábios. Penteei meus fios curtos até que eles formassem suas ondas naturais e descessem até meus ombros e eu já estava pronta.

– Filha, tem um minuto? - Avistei meu pai encostado no batente da porta. Assenti e ele veio em minha direção. - Tem certeza de que sua mãe e eu não precisamos ir? Talvez você precise de...

– Pai, não precisa. É sério, eu sei me cuidar sozinha. - Ele me olhou desconfiado. - Nós vamos ter nossos professores como tutores, vou mandar mensagem pra vocês todos os dias então não há com o que se preocupar, ok?

Depois de alguns segundos ele assentiu e beijou minha testa. - Tudo bem, amor. Fique bem. - Ele sorriu e saiu.

Eu desci e tomei meu café da manhã o mais rápido possível. Thomas já havia me mandado mensagem dizendo que estava vindo, e eu ainda estava escovando os dentes quando vi seu nome piscando na tela do meu celular. Eu atendi.

– Olha só quem resolveu atender minhas ligações... - Thomas disse em tom baixo.

– Já estou descendo. - Revirei os olhos enquanto terminava de escovar os dentes.

– Por um acaso você enfiou um pau na boca e outro no ouvido? Eu estou buzinando há uma hora. - Ele fingiu estar estressado mas eu quase pude ver um sorriso crescendo em seu rosto.