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Thomas Maddson

— Me solta, seu imbecil! - Angeline gritou e socou as minhas costas quando eu a virei de cabeça para baixo em meus ombros. Eu não conseguia ver seu rosto mas sabia que ela estava rindo.

A porta do elevador já havia se fechado então eu pensei em desistir ou cumprir minha promessa. É óbvio que eu descartei a primeira opção.

— Merda, Thomas. - Outro soco. - Sabe quanto tempo eu passei arrumando o meu cabelo?

— O problema é seu. - Tentei soar sério, mas uma maldita risada escapou.

— É sério, eu estou ficando enjoada. - Mais um soco, desta vez mais fraco. Ignorei. O elevador estava a um andar da ala 5 quando ela me deu um outro soco. - Me solta ou eu vou gritar.

— Estamos num elevador, acha mesmo que alguém vai te ouvir?

— Sim, olhe para o lado. - Angeline murmurou e meus olhos se viraram para onde ela dissera. Um rapaz não muito novo mas também não muito velho nos observava com um olhar curioso enquanto carregava um fardo de cerveja nas mãos. Suas sobrancelhas castanhas estavam franzidas e a boca semi aberta.

Ele estava alí o tempo todo?

Tentei ignorá-lo e ignorar as cócegas que Angeline começou a fazer em minhas costas na tentativa de se libertar.

O garoto moreno me observou por alguns segundos antes de descer seus olhos pelo corpo pouco coberto de Angeline, demorando tempo de mais na região de seus seios e coxas.

Tarado do caralho.

— Ele está incomodando você? - O idiota se aproximou de Angeline.

— Se ele está incomodando? Esse idiota não me deixa em paz há dezessete anos. - Eu ouvi Angie murmurar. Eu quase pude ver seus olhos revirando.

— Ela não precisa de um guarda costas. - Rosnei.

— E eu não perguntei nada a você. - Ele cuspiu as palavras e ergueu uma de suas sobrancelhas em direção a garota dependurada em mim, como se esperasse sua aprovação para me socar se fosse preciso.

Quem é esse idiota?

— Eu estou bem. - Angie respondeu e as portas do elevador se abriram na ala 5, fazendo com que o cara hesitasse em sair dali.

— Tem certeza? - Ele quis saber.

— Você a ouviu, estamos bem. - Respondi por Angeline.

O garoto varreu seus olhos por nós mais uma vez antes mover seus pés pra fora dali.

— Eu deveria chutar sua cara, qual é o seu problema? - Ela se remexeu e eu finalmente a soltei, fazendo-a suspirar em alívio quando seus pés tocaram o chão. Seus grandes olhos verdes me olharam com descrença enquanto Angeline cruzava os braços em frente aos seios. - Você é impossível.

Eu apertei o botão que nos levaria de volta ao primeiro andar enquanto ouvia seu falatório. E por fim, Angeline conseguiu me convencer a não jogá-la na piscina como eu queria há poucos minutos.

É óbvio que eu quase não prestei atenção no que ela dizia e sim em cada detalhe que o seu rosto adquiria enquanto ela falava e gesticulava. Era mais forte do que eu. Angeline parou de falar no mesmo momento em que as portas do elevador se abriram. Nós saímos e enquanto andávamos de volta para a área de lazer do hotel, Mike veio até nós.

— Até que enfim eu achei você. - Ele se dirigiu a mim depois de cumprimentar Angie com um aceno. - Descobrimos uma área de esportes aqui no hotel, os caras querem treinar agora.

The Unimaginable Where stories live. Discover now