Alex e Adeline

St. Judy

O relógio em sua cabeceira soava irritante. Eram 7:00 da manhã de segunda-feira, seu primeiro dia de aula na St. Judy. Adeline poderia estar com preguiça de levantar, se ao menos tivesse conseguido dormir.
Mal pregara os olhos, o estômago revirando em misto de ansiedade e pânico.

Levantou-se indo em direção não banheiro, na esperança de que um banho quente a ajudasse com os nervos. Tirou o pijama de coelhinhos rosas que usava e ligou a ducha.
A água morna aliviou seus músculos e por uns segundos relaxou. Hidratou seu corpo e cabelos, apreciando a sensação gostosa de sentir-se cheirosa.
Alguns minutos depois, caminhou para o closet procurando seu uniforme obrigatório do instituto. Posicionada em frente ao espelho, Adeline se vestiu com calma, a blusa branca de botões, a saia de pregas azuis, o terno conjunto da saia com o brasão da instituição e por fim a fita vermelha em seu colarinho. Analisou seus trajes se sentindo estranha, mas ao mesmo tempo bonita. Calçou as meias brancas até seus joelhos e o sapato preto de salto médio. Achou meio exagerado, mas depois de ter ido até o St. Judy com sua mãe, vira como as meninas se vestiam de forma exageradamente arrumadas.
Ainda insatisfeita com o seu visual, resolveu colocar um par de brincos grandes com desenhos tribais.
Maquiou-se com atenção, detalhando os olhos com bastante rímel e um pouco de iluminador nas maçãs, nos lábios um pouco de vermelho.
Observou o resultado e gostou do que viu, não era exatamente seu visual favorito, mas estava bom.

Desceu as escadas escutando a risada de seu pai. Boumani e Malaika estavam sentados na mesa de jantar, com um farto café da manhã.
- Bom dia pra vocês - Adeline os cumprimentou, sentando-se a mesa.

- Bom dia, querida. Nervosa? - seu pai questionou enquanto lia o the New York times.

- Bem, talvez um pouquinho. - Soou sincera, escolhendo o que comer. - Não sei o que esperar.

Malaika encarou a filha apreensiva, mas ainda sim sorrindo.

- Não se preocupe meu amor, eu tenho um estranho pressentimento de que coisas boas estão por vir.

Adeline sorriu com aquelas palavras, mentalizando que fossem verdade.
Após terminar seu café, depositou um beijo em cada um e desceu para esperar o carro.
Antony, um senhor de meia idade, estacionou o carro em frente ao prédio onde morava.

- Bom dia, Adeline. - gentilmente Antony abriu a porta para a menina.

- Bom dia, senhor. - sorriu.

O caminho até a escola era curto e não demorava mais que uns minutos. Aproveitando este tempinho para checar suas redes sociais, notou uma mensagem de Josh.

"Hey Amélia, bom dia! Como sou um cara legal, vou estar te esperando no portão para te apresentar a escola."

A menina não pode deixar de sorrir, estava tão feliz por conhecer alguém que quase gritou. Assim que o carro parou em frente a enorme construção de tijolos antigos, Adeline avistou Josh. Usava um uniforme semelhante ao seu, obviamente masculino, e mexia em seu celular.
Se despediu de seu motorista e foi de encontro ao seu novo amigo.

- Olá. - Adeline riu ao perceber que o assutara. - Me desculpa.

Josh lhe abriu um enorme sorriso, feliz por reencontrar a menina.

- Amélia! Que prazer em vê-la.

- Adeline, pare de me chamar de Amélia. - Disse irritada, mas com uma expressão divertida.

- Sim, senhora. - brincou fazendo um comando de exército. - Agora vamos que vou lhe mostrar tudo que precisa saber.

Ambos caminharam pelo longo jardim, sem flores pelo inverno. Josh contava algumas curiosidades que Adeline mal prestava atenção. Estava tão distraída com tudo que quase bateu em alguém.