St. Judy x Dalton

3.2K 472 695
                                    

Maldita hora que aceitou a proposta de Ella para sair na noite anterior. Dormira menos de quatro horas e seu corpo inteiro doía, a cabeça parecendo chumbo.
Alex se levantou, os braços esticados em alongamento, numa tentativa de aliviar a rigidez dos músculos. O relógio na parede marcava 6:27, não teria muito tempo para enrolação.
Seu coração acelerou com o lembrete do pré-jogo, que aconteceria algumas horas mais tarde, o fez sentir estranhamente alegre. O lacrosse era uma parte importante de sua vida, era sua zona de conforto e ele era bom. Imaginou como seria, por um instante, ser jogador na liga profissional. Mas o rosto de seu pai lhe invadiu a mente, como um lembrete de que isto estava fora de cogitação.

A porta do quarto foi aberta de repente, assustando Alex que encarava a janela, os olhos úmidos pela tristeza que tomava todo seu corpo.

- Alê? - um timbre de voz bondoso captou sua atenção. - Bom dia.

Virou-se para Martha que trazia uma bandeja com o café da manhã. A mulher sempre fazia isso nas manhãs de seus jogos, alegando que ele precisava de energia para ser um campeão. Por uns segundos, o menino desejou ser filho daquela mulher. Sempre tão atenta e carinhosa.

- Oi... - sua voz não passava de sussurro.

- Menino, o que aconteceu com seu olho? - O semblante da mulher assumiu um expressão de pesar. - Venha aqui.

O rapaz se aproximou de Martha, que analisava seu olho com cuidado.

- Sente na cama, eu já volto. E tome seu café, hoje é um dia importante. - a senhora beijou-lhe a testa e saiu.

Alex encarou as panquecas com carinhas desenhadas com calda de chocolate e frutas vermelhas. Seu humor melhorou consideravelmente, Martha sempre fazia tudo com muito amor.

Alguns minutos depois, a senhora voltou para o quarto trazendo um caixinha de primeiros socorros. Inspecionou o olho de Alex mais uma vez, enquanto ele tomava seu suco.
As mãos habilidosas da senhora, passavam a pomada sobre o hematoma, com delicadeza. Os olhos azuis dela, possuíam um brilho diferente e Alex por achou que a senhora poderia desabar em lágrimas a qualquer momento.

- Foi...- Ela começou. - Foi seu pai?

O seu timbre era baixou, como se contasse um segredo.
Alex sentiu a tensão em seu corpo voltar, um leve tremor se espalhou por seus músculos.

- Não. - Alex sorriu, lembrando da noite passada.

O menino então contou tudo o que aconteceu, riu quando contou da briga que teve com Adeline e a senhora não pode deixar de notar na forma como os olhos do rapaz brilhavam ao falar da menina.

- Essa menina parece ser bem diferente, não é? - Martha perguntou segurando sua mão.

- Ah, ela é. A Adeline é engraçada, divertida e tão bonita, Martha. Você precisava ver, ela estava furiosa comigo por eu ter batido no cara. Vê se pode? - O sorriso estampado no rosto dele era diferente de tudo que Martha já tinha visto.

Mas tão rápido quanto veio, desapareceu. Alex suspirou pesadamente e se levantou agradecendo por tudo. Martha não sabia o que dizer então apenas o abraçou e desejou boa sorte.






Adeline Rockfeller não estava nem um pouco afim de levantar, mas havia prometido a Josh que o acompanharia no jogo hoje. Forçou seu corpo para fora da cama, já se sentia tão em casa naquele quarto. Olhou seu reflexo no espelho fazendo uma careta para seu rosto cheia de maquiagem da noite passada. Parecia uma palhaça atropelada e riu com o pensamento.

Tomou um bom banho e se enfiou no closet para procurar algo para que vestisse. Optou por uma calça jeans clara, um suéter colorido e um casaco grosso preto. Estava parecendo uma menininha, prendeu a parte de cima dos cabelos volumosos que agora batiam no meio de suas costas. Passou um gloss e colocou suas jóias.
Estava bonita e confortável, calçou seu tênis branco e desceu para o café com seus pais.

Alex e Adeline Onde as histórias ganham vida. Descobre agora