Sem saída

905 147 59
                                    


- EU TE AMO, PORRA.

Aquelas palavras ecoaram tão fundo na mente de Adeline, que ela pode sentir a Terra parar de girar por um milésimo de segundo. Sabia que talvez estivesse sendo irracional naquele momento, mas ver o homem que amava, ao lado de outra mulher semi nua, a impediu de raciocinar com clareza. Parou em meio a chuva torrencial que caía sobre eles, lavando todas aquelas incertezas.

Era Alex ali, vulnerável como ela nunca vira antes.

O salto agarrou no chão molhado, quando tentou se virar para encara-lo e por um segundo pensou que cairia ali. Todavia, os braços fortes do rapaz a seguraram, tomando o cuidado de ampará-la antes da queda. O toque quente de Alex, era bem vindo, em meio ao frio causado pela tempestade.
A respiração de ambos, próxima demais e perigosa demais, desfez a armadura que ela revestiu. Não adiantava fugir ou negar. Era ali que ela queria estar, em seus braços.
Ergueu as iris avelã, parelhando-a as dele, que apesar da pouca luz, brilhavam como nunca.
Ergueu-se da melhor forma que pôde, sentindo o tecido agora pesado demais, e tocou o rosto do menino que roubara seu coração.

- Eu... - Todas as desculpas que tinha, morreram em sua garganta, quando os lábios dele tocaram os seus. Com tanta leveza, que ela poderia jurar que havia medo em seus atos.

As mãos ágeis de Alex circundavam sua cintura, a trazendo para si. Como se o menor dos movimentos a fizesse sumir. O beijo era voraz e ardente, carregado pelo peso da culpa e do desejo. Sem forças para pensar em mais nada, Adeline se entregou ao momento, como se aquele fosse o último beijo.

E talvez fosse.

Um trovão estrondoso, chegou aos ouvidos dos dois amantes desafortunados, que se abraçavam em meio a chuva forte. Adeline se encolheu, apertando o garoto contra si.

Alex puxou a menina pela mão, na intenção de tirá-los da chuva, correram até o carro, pouco se importando com o baile ou com os olhares de alguns curiosos que tomavam as varandas da instituição.
Assim que estavam confortáveis dentro do automóvel e aquecidos pelos ar quente que saia dos aquecedores, o rapaz deu partida.
As ruas iluminadas e um pouco vazias pelo mal tempo, corriam rápido pelas janelas, o silêncio era bem vindo, visto que ambos estavam perdidos em seus próprios pensamentos.
Não demoraram para chegar ao velho prédio onde se encontravam, o apartamento que lhes servia de refúgio, estava todo iluminado por velas aromáticas e uma linda mesa estava posta.
Alex sempre a surpreendia e a menina sorriu, ao vê-lo encará-la nervoso, com um singelo sorriso brincando em seus lábios. Adeline retirou o turbante que usava, soltando os cabelos em uma cascata de cachos molhados e para Alex a menina estava mais sensual do que nunca.
Correu pelo pequeno cômodo, procurando por sua mala de mão, de onde tirou uma blusa branca de mangas longas, logo lhe entregando e pedindo que se trocasse para não se resfriar. A jovem logo sumiu pela porta do banheiro e Alex suspirou pesadamente, puxando levemente os cabelos despenteados.

Quando viu a menina saindo do banheiro, usando nada mais que sua camisa, a pouca luz das velas tornando sua pele quase dourada, Alex jurou que poderia morrer ali mesmo.

- Você está com fome? - Perguntou o rapaz desviando o olhar da jovem.

- Não... - murmurou baixinho, indo até ele com passos incertos. - Eu quero você.

Alex se virou para a menina, que tinha o semblante carregado de expectativas, com um pequeno sorriso na boca carnuda.
Sem palavras a serem ditas, após aquela confirmação, Alex a tomou mais uma vez em seus braços, ali ficaram se amando e deixando que toda preocupação fosse esvaida entre gemidos e suor.
Assim que chegaram ao ápice de seus corpos, Alex a puxou junto de si.

- Linda, se tudo isso acabar amanhã... - o rapaz se acomodou de modo que pudesse fita-la. - Você aceitaria morar comigo? Eu não contei isso a ninguém, mas eu fui aceito em Yale e sei que você também foi. Então eu pensei que... Desculpa se estou apressando as coisas, mas eu não consigo pensar em passar minha vida longe de você.

Alex e Adeline Onde as histórias ganham vida. Descobre agora