Cap. I - O Encontro.

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Diane Jameson estava animada. Finalmente encontrou a rua que queria. Checou seu Instagram para ter a certeza de que teria uma foto no mesmo local onde o seu ídolo já havia feito alguns vídeos. 

Como forma de aliviar o estresse dos últimos meses, ela decidiu tirar férias do trabalho e viajou para Londres, onde gostaria de ir a lugares que eram icônicos para ela, de forma particular e especial. 

Já tinha ido à Notting Hill e tirou foto em frente a casa onde foi gravado o filme com a Julia Roberts e Hugh Grant. Já havia tirado foto em frente ao estádio de Wembley, que mesmo não sendo o mesmo onde o Queen fez seu famoso show para o Live Aid em 1985, ainda assim era épico para ela.

Mas aquela rua era de certa forma o lugar mais especial. Ela perdeu a conta de quantas vezes assistiu aos vídeos de seu ídolo passeando com seu cão, tentando memorizar cada detalhe, cada número de casa, cada portão. Sem contar as infinitas horas passadas no Google Maps tentando achar e bendita rua em Londres!

Às vezes, ela mesma se achava maluca por se comportar desse jeito, mas foi assim desde criança. Quando gostava de algo, ia fundo em suas pesquisas para descobrir tudo o que podia sobre aquilo. 

E agora ali estava ela, em frente ao número 63 de onde ela conseguia ver um prédio amarelo ao fundo da lente do seu celular, enquanto tirava uma selfie. 

Pronto! Agora ela só precisava ver se a foto tinha ficado boa. Pra isso deu dois passos a frente tomando cuidado para não cair em um buraco que tinha no meio fio. 

Era janeiro, havia chovido e era inverno em Londres, então tinha uma fina camada de gelo por toda a calçada o que a fazia ficar escorregadia. 

Mas antes que ela pudesse analisar a foto que tirou, Diane sentiu como se um urso tivesse pulado em cima dela a derrubando no chão.

....

Henry estava distraído enquanto caminhava com seu cão Kal, perto de sua casa. Olhava sua agenda pelo telefone e estava aliviado em saber que finalmente teria uma semana livre depois de vários meses de trabalho. Não era muito, mas já ajudava. Ele amava seu trabalho, mas agora que ele mesmo fazia suas cenas de ação, seu corpo precisava de um repouso. 

Resolveu ligar para sua mãe, mas quando ela atendeu ao telefone, ele foi pego de surpresa com Kal puxando a guia e escapando para, poucos segundos depois, pular com todo sua doçura e claro, peso de Akita, nas contas de uma desconhecida, fazendo com que ela caísse com um de seus pés dentro de um buraco que havia no meio fio e arranhando suas mãos no asfalto grosso, na vã tentativa de não bater o queixo no chão. 


Ele estava chocado. Kal nunca atacou ninguém. Era o cão mais calmo e gentil do mundo. O que deu nele para fazer isso agora? Quando Henry chegou mais perto, percebeu que Kal não atacava a moça. Dava lambidas e abanava seu rabo como se a conhecesse. 


A pobre moça estava com o pé direito no buraco da rua, as mãos machucadas, o queixo ralado, toda molhada do gelo e ainda assim, ria com as lambidas de Kal pedindo-lhe calma.

Quando ela olhou em direção a Henry, ele podia jurar que nunca havia visto um sorriso mais bonito do que aquele.

Destino TraçadoWhere stories live. Discover now