Cap. IV - O Flerte

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Depois de uma boa noite de sono, graças aos analgésicos, Diane acorda sentindo o cheirinho de café que vinha da cozinha de Henry.

A noite anterior, ficaram sentados no sofá conversando amenidades até o momento em que ela começou a sentir o efeito dos remédios e precisou ir dormir. 

Henry mostrou a ela o quarto de hóspedes onde ficaria, e a deixou sozinha para que se arrumasse para dormir. 

O quarto era aconchegante, simples, mas bem decorado. Isso mostrava que Henry não era chegado a extravagâncias e exageros, e tinha bom gosto. 

Deitou-se e adormeceu rápido, e quando acordou, se sentiu bem melhor que no dia anterior, apesar da dor no pé e nas mãos. 

Pegou sua mochila que estava em um canto e tirou uma muda de roupa para vestir. Desde que chegara a casa de Henry estava vestindo o roupão que ele havia lhe dado. Ainda bem que não havia deixado sua mochila no seu quarto do hotel, senão não teria roupas para vestir hoje. 

Por fim trocou de roupa e foi até o pequeno banheiro que havia no quarto para escovar os dentes. Se olhou no espelho e resolveu passar um pouco de rímel nos cílios para ver se melhorava o aspecto dos seus olhos. Afinal, não queria que Henry pensasse que ela sempre tivesse aquela aparência de cansada.

Meu Deus! Ela havia dormido na casa de Henry Cavill! Ainda não podia acreditar! E aquele homem era magnífico. O som de sua risada era como música aos ouvidos de Diane. Sua voz grossa e baixa provocava-lhe um arrepio e a cada vez que a tocava, era como se uma carga de energia elétrica passasse pelo seu corpo todinho.

Jesus! Ela precisa controlar seu crush de fã. Não queria que Henry a achasse mais uma histérica que fica gritando coisas como "gostoso" para ele na multidão. Ah, mas ela pensava isso a cada vez que ele se aproximava. Cada movimento dele pela casa e perto dela, ela mentalmente se dizia "gostoso".

Rindo desse pensamento Diane se encaminha para sair do quarto e ir até à cozinha.

...

Ela já estava acordada. Henry podia ouvir os barulhos do quarto de hóspedes que ficava próximo à cozinha no piso de baixo da sua casa. 

Que bom! Estava ficando preocupado, pois, já eram quase dez da manhã e ele não via sinal algum de movimento daquele quarto. 

Tinha acordado cedo para fazer sua corrida matinal com Kal, depois foi fazer musculação, sempre de olho nas câmeras que haviam em sua casa para ver se ela aparecia. Nada. Quando sua rotina de treinos terminou, ele foi tomar um banho e fazer um café. Precisava de café. Tinha tido uma noite cheia de sonhos esquisitos e não havia dormido bem. 

Kal também percebeu o barulho da porta do quarto de hóspedes se abrindo e correu para lá, mas Henry o impediu de pular em sua convidada.

- Kal, fica! - Disse suave, mas firme.

- Bom dia, Kal! Bom dia, Henry! Cumprimentou Diane afagando a cabeça do cão que abanava o rabo e dando um aceno de mão a Henry.

- Bom dia! Dormiu bem? - Perguntou Henry.

- Sim! Fazia tempo que não dormia bem assim. - Respondeu Diane enquanto se sentava em um dos bancos altos do balcão da cozinha de Henry.

- Que bom! Acabei de fazer café. Quer um pouco? - Antes mesmo de ouvir uma resposta, Henry já colocava o bule de café em frente a ela e duas canecas grandes. Ele também mastigava o que parecia ser uma barra de proteína.

- Não obrigada. - Diane responde distraída enquanto brincava com Kal que estava a seus pés

Henry olha para ela franzindo a testa e diz:

- Você precisa comer!

- Parece a minha mãe falando. - Ela agora se vira pra ele, e ri.

- Que seja! Então ouça a sua mãe e coma alguma coisa. - Ele ri enquanto coloca um pacote de pão de forma em frente a ela, um prato, geleia, queijo e manteiga.

Será que ele nunca perdia o humor? O que será que fazia Henry ficar zangado? E como será que ele era zangado? Diane podia apostar que ele ficava ainda mais bonito e másculo.

- Obrigada pela hospedagem, Henry. E por secar as minhas roupas de ontem, pelo médico e os remédios.  Mas hoje mesmo já volto pro hotel. - Diane começou dizendo enquanto passava geleia em uma fatia de pão.

Henry a olha sério. Sem saber por que, essa informação fez seu corpo gelar. Ele não queria que ela fosse embora. Pelo menos não agora. Estava com o pé machucado. E por causa do cão dele. Era isso! Senso de responsabilidade. Só isso. Pelo menos era o que ele queria acreditar que fosse, ou estaria ficando maluco.

- Não precisa ir. Pode ficar aqui até seu pé melhorar.

- Mas não quero te atrapalhar. Você provavelmente tem seus compromissos, seu trabalho. É sério, vou ficar bem no hotel. - Diane disse tudo isso sorrindo, confiante.

- Na verdade, estou livre essa semana. A única coisa que eu planejei fazer era jogar alguma coisa, ler um livro. Descansar. Posso fazer isso com você aqui. Iria até gostar da companhia. - Henry dando um sorriso de lado repara quando Diane quase se engasga com o pão que comia quando ele disse a última frase.
Então ele também a afetava? Bom saber.

- Henry...- Diane começou, mas Henry não a deixou terminar.

- Você tem medo que eu a ataque ou coisa assim?

- Não, mas...

- Você confia em mim?

Como não confiar naqueles olhos azuis de bom moço? Em quem ela não confiava era nela mesma ficando tão perto desse homem que fazia seu corpo reagir de uma forma que ela nunca sentiu antes.

- Sim...

- Então, fica. Kal vai gostar. - Henry diz virando a cabeça levemente para o cão que não saiu do lado de Diane desde que ela se sentou ao balcão da cozinha.

Relutante, Diane concordou. Henry abriu um grande sorriso e continuou a beber o seu café.

O resto do dia foi bem calmo. Henry mostrou o Diane seus jardins ao redor da casa, e mais uma vez pra ela, era como estar montando um grande quebra-cabeças. Apesar do frio de janeiro, eles riam juntos de Kal correndo atrás de bolinhas que Henry jogava para ele, e de algumas histórias que eles contavam sobre a infância de ambos. Em nenhum momento ele mencionou qual era a sua profissão e nem ela disse já saber.

Ali não havia um ator famoso e sua tiete, mas sim um homem e uma mulher que se encontraram ao acaso e estavam se conhecendo. E Diane estava adorando conhecer esse lado de Henry que Hollywood não mostrava.

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