Cap. IX - A Certeza

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Diane começava a preparar o jantar. Ia ser algo simples, mas que ela gostava muito de comer e que, com muita sorte, Henry iria gostar também.

Colocou os cogumelos numa peneira para serem lavados e os filés de frango em uma tábua de carne. Colocou a água para o espaguete para ferver e pôs uma música para tocar.

Enquanto cortava o filé de frango em tiras, cantarolava a canção e repensava os dias que passara com Henry até agora. Nem em seus sonhos mais malucos iria pensar que acabaria passando uma noite com ele. Sorriu com a lembrança do sexo que haviam feito.

Henry era vigoroso e quente e a fez se sentir a mulher mais desejada do mundo em seus braços. Seus beijos eram firmes e possessivos, e o toque de suas mãos pelo seu corpo a tinham deixado louca de desejo por ele.

Ela então percebeu que estava de olhos fechados, a água do macarrão já borbulhando e derramando sobre o fogão. Tinha que se concentrar se quisesse terminar esse jantar.

Aumentou um pouco mais a música e colocou o espaguete para cozinhar. Lavou os cogumelos e os cortou também em tiras, para fritá-los com o frango. Acrescentou creme de leite, sal e pimenta-do-reino.

Enquanto esperava, começou a dançar com Kal, que não entendendo nada, apenas a acompanhou. Ela estava apenas feliz de estar ali naquele momento.

...

Henry entra em sua casa e o cheiro que o recebe é maravilhoso. Não estava acostumado a isso.
Caminha até a cozinha e vê Diane de costas terminando de cozinhar.
Chegar por trás dela a abraça e beija seu pescoço.

- Você me assustou! - Ela diz quase derrubando o prato que tinha nas mãos.

- Desculpa. - Ele diz ainda beijando seu pescoço. - O cheiro está maravilhoso.

- Queria fazer algo para te agradecer a hospedagem, médico, medicamentos e tudo mais que tem feito por mim esses dias. - Diane diz se virando de frente para ele.

- Não precisa me agradecer. - Henry diz carinhoso, beijando-lhe o pescoço. Estava encantado por ela ter cozinhado para ele.

- Mas eu quis! - Ela diz sorrindo. - E espero que esteja com fome. Acho que me empolguei e acabei cozinhando comida demais!

Os dois riem e se sentam juntos ao balcão da cozinha que Diane já havia preparado com talheres, guardanapos, velas e duas taças de vinho.

A conversa durante o jantar gira em torno da sessão de fotos de hoje. Henry decidiu não contar que acompanhou os movimentos dela pela câmera de segurança, já que ela mesma o contou que saiu com Kal e foi ao mercadinho.
Ao terminarem, os dois começam a retirar os pratos.

- Você não tomou seu vinho.

- Não acho boa ideia misturar com os analgésicos. Você pode tomar se quiser.

Henry se aproxima dela e diz:
- Tão bonita e tão responsável!

Ela ri.

- Não sou tão responsável assim.

Ao caminhar em direção a pia com os pratos, Diane manca um pouco com o pé e isso não passa despercebido por Henry.

- Forçou demais o pé hoje, não foi? - Seu rosto era sério e sua testa estava franzida.

- Só um pouquinho. - Diane assegura sorrindo e dando-lhe um selinho.

Henry então, passa-lhe o braço pela cintura e põe sentada em cima do balcão da cozinha.

- O que está fazendo? - Pergunta Diane surpresa.

- Eu termino de tirar a mesa. Você fica aí, sentadinha.

Não era um pedido, era uma ordem e Diane achou por bem obedecer. A verdade é que ficava envaidecida por ele se preocupar com ela.
Henry terminou de tirar a mesa, retirar o excesso de sujeira e colocar a louça suja na lava-louça. Se aproximando dela, ele diz:

- Agora, vamos à sobremesa. Diz Henry malicioso.

Sem que Diane tivesse tempo de falar nada, Henry a beija apaixonadamente a apertando de encontro a seu peito enquanto passa as pernas dela em volta de sua cintura.
As mãos de Henry passam por baixo da blusa que Diane usava, acariciando seus seios.
Diane passava suas unhas com força nas costas de Henry por cima de sua camiseta e mesmo assim, sentia cada músculo daquele corpo forte.
Ele interrompe o beijo e tira sua camiseta.

- Você me deixa louco!

Ela simplesmente sorri.

Henry a pega nos braços ao melhor estilo Superman e a carrega para o seu quarto.
Ali, passam horas se entregando ao prazer que era estar um nos braços do outro.

...

Diane acorda e vê Henry adormecido. Lindo como sempre. Ou até mais, se possível. A cada momento passado com ele, ela via mais motivos para admirá-lo, e para amá-lo.

Sim, porque a verdade era essa. O amor de fã tinha se transformado no de uma mulher por um homem. Sem status social, sem fama, nada. Apenas uma mulher amando um homem pela essência do ser humano que ele era.

Mas como ela poderia já amá-lo de forma tão diferente em tão poucos dias? Ela também não saberia explicar.
Mas antes de dizer qualquer coisa sobre seus sentimentos a Henry, Diane precisava lhe contar algumas coisas sobre o seu passado. Precisava contar sobre o seu bebê, por exemplo. E decidiu que faria isso assim que ele acordasse.

Respirou fundo decidida e logo depois adormeceu de novo.

...

Henry desce as escadas e vai em direção a cozinha preparar o café. A cozinha ainda tinha algumas coisas fora de lugar da noite passada. Noite passada que, aliás havia sido maravilhosa.

Diane era diferente. Mesmo sendo sua fã, ela raramente perguntava sobre seu trabalho, pessoas famosas que conhecia, sobre fama, dinheiro e essas perguntas as quais ele já tinha as respostas prontas. Ela sempre pergunta sobre o que ele gosta, conversa sobre os assuntos que ele traz a tona e o faz se sentir confortável para ser ele mesmo. Mesmo quando ele começa a falar sobre jogos que ela nunca jogou, por exemplo, ela demonstra interesse. Ela o escuta. E isso o fazia feliz.

Ao ligar a cafeteria, Henry percebe o vibrar do celular de Diane que havia ficado na bancada de sua cozinha.
Ele dá uma olhada na tela um pouco relutante, afinal, não queria invadir a privacidade dela.

Mas ela já estava em sua casa a quatro dias e não a viu falar com ninguém de sua família. Ele sabia que seus pais já eram falecidos, mas será que não havia nenhum familiar preocupado com ela? Até mesmo algum amigo?

Quando o celular parou de vibrar, Henry percebeu que havia dezenas de ligações perdidas e várias mensagens. Ele não queria ler nenhuma, mas a mais recente podia ser vista na tela e dizia: "Diane, sou eu. Preciso falar com você. Os papéis estão prontos".
Que papéis seriam esses?

O telefone volta a vibrar e, num impulso Henry atende.

- Alô? - Sua voz era séria

Silêncio do outro lado da linha

- Alô? - Repete Henry.

- Quem está falando? - uma voz grave e irritado diz.

- Esse é número de Diane Jameson.

Um segundo de silêncio do outro lado da linha antes que o homem falasse.

- Ok, sou Peter, o marido dela. Diga que eu preciso falar com ela ainda hoje. - O homem desligou.

Marido? Diane era casada?

Para Henry foi como se o chão se abrisse sob seus pés. Não podia acreditar que a mulher incrível que ele conhecera era casada. E pior! Que ela não teve a decência de lhe contar antes de ir para cama com ele! Antes de ter ele completamente apaixonado por ela.

A realidade de seus sentimentos o acertou como um soco no estômago. Por Deus, quando se deixou apaixonar por ela?

Henry fecha os olhos e suspira. Não importava. Ela era casada e o tinha enganado. Precisava tirar essa mulher da sua casa hoje mesmo.

Destino TraçadoWhere stories live. Discover now