Capítulo 2 - A Sede.

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_É o que?

_Pense no que leu. - Remo disse e retirou o papel da minha mão.

Pensei e, mal chegara à menção do número doze da praça, uma porta escalavrada se materializou entre os números onze e treze, e a ela se seguiram paredes sujas e janelas opacas de fuligem. Era como se uma casa extra tivesse se inflado, empurrando as suas vizinhas para os lados. Fiquei boquiaberta olhando, vi Tonks se apressando e batendo a varinha na porta que tinha aparecido magicamente, sem nenhuma surpresa.

A porta se abriu e a bruxa de cabelos roxos entrou rapidamente, Lupin permanecia ao meu lado me encarando.

_Você na frente. - Ele disse.

Acordei para a realidade, e subi alguns degraus de pedras na frente da porta que tinha surgido.

Olhei para a porta agora meio aberta, a tinta preta estava desbotada e cheia de arranhões. A maçaneta de prata tinha a forma de uma serpente enroscada. Não havia buraco de fechadura nem caixa de correio.

Cruzei a soleira da porta e mergulhei na escuridão quase absoluta do hall, no total absoluta por conta da luz da varinha de Tonks na minha frente. Senti o cheiro adocicado de decomposição, poeira e umidade; o local dava a impressão de ser um prédio condenado.

Senti algo bater na minha cabeça, olhei para trás e Lupin tinha sua varinha na minha cabeça, ele sorriu gentilmente. Senti que uma coisa quente escorria por sua coluna e percebeu que o Feitiço da Desilusão se desmanchara.

Ouvi um assobio suave em seguida candeeiros antiquados, a gás, ganharam vida ao longo das paredes, lançando uma luz tênue e bruxuleante sobre o papel descascado e o tapete puído de um corredor longo e sombrio, em cujo teto refulgia um lustre coberto de teias de aranha e, nas paredes, quadros tortos e escurecidos pelo tempo. Ouvi uma coisa correr pelo rodapé. O lustre e os castiçais sobre uma mesa desengonçada ali perto tinham a forma de serpentes.

_Samantha!

Sra Weasley apareceu no fundo do corredor, ela ultrapassou Tonks rapidamente e veio em minha direção me abraçando da maneira de sempre.

_Como está? - Ela questionou, olhando para meu rosto. - Parece estar com fome!

Senti meu braço ser puxado com força pelo corredor escuro, somente escutei os passos fortes da Sra. Weasley ecoarem.

_Molly, acredito que Sam queira descansar. - Uma pessoa conhecida apareceu na porta de um dos cômodos, que suspeitei que era da cozinha.

_Sirius!

Abracei o homem rapidamente, ele estava diferente da última vez que o vi. Seus cabelos longos estavam arrumados e limpos, sua feição não era magra e tristonha, suas bochechas estavam redondas e maciças, além de seu rosto agora ter um tom de vermelho e não preto.

_Olá Samantha. - Ele disse calmamente. - Cada dia mais parecida com sua mãe.

Sorri com o comentário, olhei na ponta do ombro das vestes limpas de Sirius e vi uma feição conhecida.

_Professor Moody?

_Professor, eu não sei Potter. - Ele cambaleiou em sua bengala até próximo de Sirius, me lembrei que o Moody que era meu professor no último ano, não era o mesmo que eu encarava nesse momento. - Sirius, Snape já está aqui. Temos que começar a reunião. - Ele sussurrou para Sirius.

_Molly, mostre o quarto para Sam e depois nos acompanhe. - Sirius disse, gentilmente e se afastou deixando a porta semi-cerrada.

Olhei curiosa para dentro do cômodo, realmente era uma cozinha. Pude ver uma grande mesa com várias cadeiras e ao fundo algumas estantes de pratos antigos. Vi Severo Snape sentado seriamente na cadeira encarando um homem negro e alto que estava em pé ao lado de Sirius.

The Girl Who Survived - LIVRO III - Harry Potter FanfictionOnde as histórias ganham vida. Descobre agora