Capítulo 11 - As memórias são mais difíceis do que parecem.

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O caminho até Hogwarts fora calmo e sem muitas palavras, Rony parecia ofendido com a presença de Luna na carruagem, suas feições mudavam rapidamente a cada momento, era como pensassem em várias coisas fora de si - talvez sobre a presença da garota. Em poucos minutos já estávamos na frente do grande castelo, iluminado. Eu sentia tanta saudade desse local...

O saguão flamejava à luz dos archotes, ecoando os passos dos que atravessavam o piso de lajotas em direção às portas duplas, à direita, que davam acesso ao Salão Principal e ao banquete de abertura do ano letivo.

As quatro mesas compridas dispostas no salão foram se enchendo sob um céu escuro sem estrelas, que era exatamente igual ao céu que podia ser visto pelas altas janelas do aposento. As velas flutuavam à meia altura ao longo das mesas, iluminando os fantasmas prateados que pontilhavam o salão e os rostos dos alunos que conversavam, pressurosos, trocando notícias
sobre as férias, cumprimentando os colegas das outras casas, aos gritos, observando os cortes de cabelo e as vestes uns dos outros.

_Boa noite, senhorita Samantha. - Frei, o gorducho me cumprimentou na porta do salão e retornou a mesa da Lufa-Lufa.

Senti meu estômago esfriar, estava tão animada para voltar a Hogwarts que ao ver o salão tão lotado senti um mix de ansiedade e nervosismo dentro de mim. Olhei para os lados, a mesa da Grifinória exibia as cores vermelhas exuberantes, vi alguns dos meus colegas sentados a mesa conversando animadamente. A mesa da Corvinal foi preenchida por Luna e chegou saltitante para sentar ao lado de Cho Chang.

A garota me destinou um olhar melancólico e frio, era como se gritasse no silêncio, como se minha imagem a remetia a mesma coisa que a imagem dela me recordava - a Cedrico. Olhei automaticamente para a mesa da Lufa-Lufa, Anne Abbott e Edmundo Fischer pareciam alegres acariciando um sapo verde, mais para frente senti meu pesar ao ver um local vazio na mesa, era como se estivesse reservado para ele... para Cedrico.

Mas antes que meus pensamentos me levassem para um estado de tristeza profunda senti um olhar sobre minha pessoa. Me virei para a mesa mais distante, o tom de prateado e verde enalteciam aquela parte do salão. E os olhos frios e azuis de Draco Malfoy me encaravam sem descrição, o encarei de volta, tentando adivinhar o que o olhar queria dizer, era tão forte, tão árduo e não desviava em nenhum momento.

_Sam.

Senti alguém me puxar para a mesa da Grifinória calmamente.

_Está tudo bem? - Harry questionou, seus olhos verdes dentro do óculos brilharam rapidamente. - Ele está estranho... - Vi que encarava o mesmo loiro que eu.

_Você acha que...

_ Não, Sam. - Respondeu friamente. - É o Malfoy, não há nada que ele é capaz de fazer.

Assenti e sentei ao lado do meu irmão. Apesar do conforto que Harry me passou naquele momento, meus pensamentos ainda tinha os olhos azuis do garoto. O que ele pensava? Será que ele seria a força infiltrada em Hogwarts?

_Hagrid não está lá. - Rony comentou, encarando a mesa dos professores.

- Vocês não acham que ele está... ferido, nem nada parecido, acham? - perguntou
Hermione.

- Não - respondeu Harry, na mesma hora.

- Mas, então, onde é que ele está?

Houve uma pausa, depois Harry disse muito baixinho, para Neville, Parvati e Lilá não
poderem ouvir.

- Talvez ele ainda não tenha voltado. Sabe, da missão, da coisa que esteve fazendo durante o verão para o Dumbledore.

- É... é, deve ser isso - disse Rony, parecendo mais tranquilo, mas Hermione mordeu o lábio, examinando a mesa dos professores de uma ponta à outra, como se esperasse alguma explicação conclusiva para a ausência de Hagrid.

The Girl Who Survived - LIVRO III - Harry Potter Fanfictionحيث تعيش القصص. اكتشف الآن