Capítulo 22 - O Rei Assume O Seu Trono.

36 14 24
                                    

O que dizer da frase "pessoa certa na hora errada"? Parece bem clichê, não é?

Quando é o contrário, a história se torna bem diferente.

O mundo mortal e mundo celestial pareciam se dividir ... parecia que cada um desses universos, daqui em diante teria sua própria batalha.

As luzes do carro de polícia cruzavam a cidade, enquanto as ambulâncias levavam os corpos para o hospital.

O medo se instalava por toda Hanville.

Como pensar que um homem tão bom ou um vizinho que nunca deu motivos para comentários e até mesmo o charmoso homem de grande sorriso que regava sempre as sua plantas pela a manhã, seria capaz de um crime tão sangrento?

Os comentários e as dúvidas passavam de boca em boca como um telefone sem fio.

5 garotos mortos em uma casa, pinturas de rituais profanos e taças de ferro fundido, só levavam a crer que Arthur era mesmo um psicopata e um assassino.

Como ele iria se defender das acusações, sem levantar indícios do mundo celestial?

Mas, quem acreditaria nele? Depois daquela cena digna de um filme de terror e se ele ao menos tentasse falar toda a verdade, seria taxado de louco.

Seus olhos tristes ficaram vidrados na janela no banco de trás do carro do xerife, enquanto sentia as algemas apertar o seu pulso.

O silêncio pairava no carro e Arthur sabia que isso seria apenas o começo do pesadelo.

Na sala de visitas da penitênciaria, horas depois ... Arthur era empurrado por um dos policiais que o sentava em uma cadeira de ferro, com uma grande mesa a sua frente.

No canto esquerdo uma câmera de segurança o filmava, assim como os policiais e o juiz que o olhavam por uma janela onde só eles poderiam o ver.

Arthur respirou fundo, colocou os dois braços sobre a mesa e olhou os pulsos algemados.

Seus olhos verdes, passavam por toda a sala acinzentada, até ouvir o estrondo da porta se abrindo e chamando a sua atenção.

A sua frente, ele viu Jason, que em silêncio se aproximava e se sentava.

Os olhos vermelhos de Jason, mostravam que ele havia chorado minutos antes.

Engolindo seco, Jason olhou diretamente nos olhos de Arthur que o encarava sem dizer uma só palavra.

- Jason? Eu ... - Arthur com a voz trêmula, puxou fala, sendo golpeado no rosto por Jason, que segurava o choro.

A boca de Arthur começou a sangrar por causa do soco e Jason com o maxilar trêmulo começou a dar a  volta na mesa, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas.

- Nunca confiei em você. Sempre soube que havia algo errado. - Sussurrava Jason encarando Arthur, que sentia o gosto de sangue em sua boca. - Arthur Blake, lembro até hoje quando entrou no colégio de Hanville. Irmão de Ian Blake, que por sinal desapareceu ... você também o matou? ... Eu até hoje não entendi o que a Leslie havia visto em você ... mas, veja bem ... ela também foi embora, não é? Você afasta as pessoas de perto de você ou as mata.

Uma lágrima desceu dos olhos de Jason, enquanto o choro se instalava em sua garganta.

- Você não tinha esse direito, Arthur! Primeiro você tirou a Leslie de mim e agora você matou O MEU FILHO! QUE ESPÉCIE DE MONSTRO VOCÊ É?! - Esbravejava Jason, batendo com força sobre a mesa de metal.

- Eu não os matei, Jason! - Sussurrou Arthur.

- NÃO!? E AQUELES CORPOS? SÃO BONECOS DE CERA? ... Arthur, olha pra você ... olha o que você fez! 5 pessoas. Cinco! UMA DELAS É O SEU PRÓPRIO FILHO. - Disse Jason incrédulo, se virando e indo em direção a porta.

OSC - OS 4 ELEMENTOS //Onde as histórias ganham vida. Descobre agora