Capítulo 27 - A Volta De Corbin.

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Incrível como o tempo pode mudar tudo.

O mais incrível é como as pessoas se esquecem das outras.

É como se as obrigações do dia a dia levasse embora as lembranças pouco a pouco.

Já ouvi falar uma vez que o tempo é o melhor remédio e isso se aplica absolutamente a tudo.

A vida se encarrega de colocar as coisas no eixo, mesmo sem você fazer nada.

Algumas datas podem ser mais dolorosas que as outras, por exemplo ... O natal aquele ano, não seria o mesmo para a família dos garotos que se foram.

A neve branca e as luzes coloridas, podem até dar aquele ar de felicidade, principalmente com os cânticos natalinos que sempre frizam por bons momentos e boas energias.

Porém, a mesa de jantar naquele ano, faltaria pessoas importantes, o que fazia com o  coração trouxesse a tona a dor que o tempo tentou esconder.

Não importa se na sua casa tem a maior árvore de natal ou a mesa de jantar  mais linda como na casa dos Geller, se ali pra eles faltam a pessoa que eles mais amavam.

Assim como na casa de Jack, onde finalmente os seus pais resolveram se acertar ... mas, do que adianta se a pessoa que mais queria isso, não está ali pra celebrar o natal com eles?

Do mesmo modo pra Zoe e Leslie, que sentadas diantes a lareira da sala do acampamento Fallingwater, lembravam emocionadas do último natal que haviam passado juntas como uma família, dando risada de como Corbin quase se engasgou comendo praticamente um torta inteira e de como Harry teve que ajuda-lo, antes que ele colocasse tudo pra fora, no meio da cozinha.

Mas, os sorrisos eram logo trocados por lágrimas nos olhos, pois a incerteza da volta dos garotos ainda machucava.

Do grande refeitório, podia se ouvir os brindes antes do relógio badalar a meia noite e assim essa mesma cena se repetiu durante o ano novo e pela as comemorações que virem seguintes.

A dor dizem que é passageira, mas na verdade ela nunca passa ... Você se acostuma a viver com ela, mesmo quando parece que o mundo vai cair sobre a sua cabeça.

Naquela manhã do mês de maio, o sol iluminava bem as folhas verdes das árvores que se moviam com a brisa fria.

Como eu disse antes, parece que de algum modo com o tempo as pessoas se esqueceram do que havia acontecido ou pelo menos evitavam falar sobre isso.

Pela a cidade haviam cartazes velhos com a foto de Arthur e Zoe, ainda os policiais não tinham notícias sobre eles, mas vendo pelo o estado gasto dos cartazes, eles não faziam mais tanta questão.

O tempo se encarregava de manchar as fotos ou até mesmo de arranca-los da parede de tijolos.

No cemitério, Leslie lia um livro sentada de frente a lápide de mármore do filho, o sol iluminava seu rosto e ela com um sorriso no rosto, ressitava o último parágrafo.

- "Eu conversava diariamente com o Ryan e sempre levava uma rosa vermelha, mas naquele dia eu senti que ele estava me escutando, as árvores balançavam lentamente suas folhas com a brisa do vento e bem a minha frente um pequeno rouxinol pousou e me olhou diretamente nos meus olhos, foi então que ele começou a cantar, um canto tão lindo que senti um calorzinho tocando meu coração, eu sabia que de alguma forma Ryan estava ali comigo e não tinha me abandonado, eu sabia que FICARIA sempre comigo." FIM! - Finalizava Leslie fechando o livro e secando seus olhos marejados.

- Eu sei como você amava essa história e eu não podia vir aqui hoje no dia do seu aniversário e não terminar o livro, já que venho lendo pra você nesses últimos meses. Parabens meu pequeno! Você estaria completando 19 anos ... se eu soubesse de tudo que iria acontecer, eu não teria ido embora ... Eu teria ficado com você. Se estiver me ouvindo, eu quero que saiba que eu te amo muito e que nada pode apagar você da minha cabeça, nem mesmo o tempo. Eu queria você aqui. - Dizia Leslie caindo em choro profundo, enquanto o capa do livro no gramado era molhado por suas lágrimas.

OSC - OS 4 ELEMENTOS //Where stories live. Discover now