Capítulo 3

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--Sonhos são doces até você acordar e viver o pesadelo que é a vida.--

"Amy vá devagar ou você irá cair." minha mãe gritou enquanto limpava suas mãos sujas de terra. Ela estava no jardim, cuidando de suas plantas e cantarolando em um ritmo próprio.

"Mamãe eu não vou cair, já sou grande!" Gritei de volta. Eu estava brincando com minha bicicleta enquanto minha mãe sorria. Amava pedalar, a sensação da brisa no rosto era tão divertida, sempre fazia depois da escola.

"Amy você só tem cinco anos, mocinha." Mamãe disse rindo. Com um pequeno descuido, me choquei contra a cerca de nossa casa, comecei a chorar e vi que minha perna estava sangrando.

"Eu avisei, Amy!" ela veio correndo até mim. Minha perna doía e a bicicleta estava caída em um lugar próximo.

"Desculpa mamãe, eu não fiz por querer." Disse em meios a soluços, não queria ver ninguém triste, ainda mais por um erro meu.

"Eu sei querida, agora vamos limpar esse dodói antes que seu pai chegue." Ela me pegou em seus braços e colocou meu corpo sobre uma cadeira que estava na varanda.

"Espere aqui" Assim o fiz. Depois de algum tempo eu já tinha meu curativo sobre a ferida. "Olha o que eu tenho aqui Amy". Mamãe falou mostrando um grande pirulito vermelho...

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Acordei com alguns barulhos desconhecidos, aquilo tinha sido apenas um sonho, um sonho bom. Logo memórias da noite passada começaram a invadir minha mente. Emily havia sido morta por um demônio, eu iria ser morta pelo mesmo demônio, só que no último minuto um outro demônio me salvou. Confuso? Totalmente. Minha mente estava uma completa bagunça. Não sabia onde estava, na realidade eu só queria poder voltar para minha casa e perceber que isso não está acontecendo. Ver a Emily novamente, minha mãe e até o meu pai. Perdida em meio aos pensamentos, levei um susto quando a porta do quarto onde eu estava foi aberta. Um garoto de cabelos pretos adentrou pela mesma. Ele rapidamente veio ao meu encontro.

"Hum...olá." Ele disse me fitando, seus olhos eram grandes e da cor de mel, ele era magro e alto. Lindo, para dizer o mínimo.

"Por quê estou aqui?" Ignorei sua saudação e sua beleza estonteante.

"Isso é uma longa história." Ele disse ainda me olhando. Okay, isso estava ficando estranho.

"Eu tenho todo o tempo para ouvir." Falei me ajeitando sobre a cama. Nada disto era normal, acho que merecia pelo menos uma explicação.

"Você é persistente, gosto disso." Falou estalando a língua na boca.

"E você está me enrolando." Cruzei meus braços tentando demonstrar irritação.

Ele revirou os olhos e deu de ombros. "Você também é inteligente." falou e sentou-se sobre a grande cama.

"Me diga porque eu estou aqui!" Insisti.

"Porque você é rara." Rara? tudo ficava cada vez mais estranho. Como alguém poderia ser rara? Certamente eu não era rara.

Soltei um pequeno bufo em discórdia "Você poderia me contar a verdade? Tenho certeza que não possuo nada de raro." Defendi.

"Considerando que faz um milênio que outro como você nasceu." O homem ficou pensativo "Eu te consideraria bastante rara." Como eu? O que eu tenho?

"E como você sabe que outra como eu nasceu há mil anos?" Estava conversando com um estranho sobre coisas que eu nem fazia ideia do que significava, tudo parecia louco.

"Bem, digamos que eu estava lá." Deu de ombros. Soltei uma risada, eu só podia estar louca ou conversando com algum problemático. Mil anos?

"Como estava lá, se você falou que isso aconteceu há mil anos?" Ele só podia ser maluco.

The Devil - (H.S) (#Wattys2016)Where stories live. Discover now