Capítulo 11.

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Após a explicação o professor nos manda começar, Louis coloca as luvas e faço o mesmo um tanto receoso. Ele pega o sapo de dentro do recipiente e coloca em uma vasilha. Sinto meu estômago embrulhar só de olhar o pobre animal.

Fecho os olhos respirando fundo, quando os abro me arrependo pois Louis está cortando a barriga do sapo. Solto um gemido e me encosto na cadeira voltando a fechar os olhos, mas desta vez colocando a mão na barriga.

— Se sente bem? — Escuto Louis me perguntar, mas não olho para ele e nem respondo. Tenho medo de que se eu abrir a boca ou os olhos seja obrigado a sair correndo em busca de ar.

— O que ele tem? — Ouço a voz grave do nosso professor e solto outro gemido ao ouvir alguém dizer 'isto é o coração?'. Deito a cabeça para trás respirando somente pela boca.

— Não sei, ele parece enjoado. — Sinto uma mão passando em meu rosto e deduzo que seja Louis. Queria poder olhar para ele e dizer que estou bem, mas não estou.

— Leve-o para a enfermaria. — O professor diz.

Sinto um braço envolver minha cintura e logo sou erguido da cadeira. Abro os olhos e vejo as pessoas me olhando preocupadas, talvez porque eu esteja mais pálido do que de costume. Louis e eu caminhamos para fora da sala.

— Para. — Peço e Louis obedece. — Me encosta na parede. — Digo ainda sem respirar.

Ele me encosta na parede e eu respiro fundo olhando para cima. Louis me olha e sorri se aproximando, ele me pega no colo e solto um resmungo em protesto. O movimento do corpo dele não está ajudando em nada.

— O que ele tem? — Escuto a voz de Adam.

Praguejo mentalmente, Adam sabe que no passado eu ficava dias sem comer e sempre passava mal, e se Adam disser isso a Louis, este vai brigar comigo.

— Aula de biologia, ficou enjoado em ter de dissecar um sapo. — Louis parou um pouco e ouvi o som de uma porta sendo aberta.

— Oh, meu deus! O que houve? — Escuto uma voz feminina perguntar. Sou colocado sobre algo que suponho ser uma maca. — Como se sente, querido? — A voz feminina pergunta.

— Mais ou menos. — Digo abrindo os olhos.

Estamos na enfermaria e estou mesmo deitada na maca. Louis está do meu lado me olhando preocupado e Adam está perto da porta encostado pensando em algo.

— O que houve? — A enfermeira pergunta.

É uma senhora de uns 50 anos, mais ou menos. Já tem alguns cabelos brancos e tem um sorriso doce no rosto.

— Ele se sentiu enjoado. — Louis responde por mim.

— Você comeu hoje? — Ela pergunta, eu nego com a cabeça. — Acha que foi isso? — Eu torno a negar.

— Na verdade, foi bom eu não ter comido nada. Me senti enjoado quando vi os sapos e não ter comido serviu para não vomitar. — Digo calmamente ainda sentindo um pouco de tontura.

— Vá ao refeitório e coma alguma coisa, está liberado das próximas aulas. — Ela diz escrevendo uma permissão. — E os rapazes se quiserem podem acompanhá-lo, assim vigiam se ele come direito e se não sente mais o mal estar. — Ela sorri para nós.

Eu concordo e desço da maca. Sinto uma tontura e me apoio na maca. Louis segura minha cintura para que eu não caia e Adam se aproxima. — Estou bem. — Digo me recompondo, então caminho para a porta.

Nós vamos para o refeitório, Adam e Louis me olhando atentos caso eu sinta mais alguma coisa. Me sento na mesa e Adam vai pegar algo para comer, quando volta ele trás um sanduíche natural e um suco de manga.

— Tem certeza que aquilo foi só pelos sapos? — Adam perguntou sentando a minha frente.

Louis está ao meu lado fazendo carinho na minha perna enquanto como devagar.

— Sim. — Respondo colocando o sanduíche de lado, mas Louis o pega e me entrega de novo.

— Tem que comer mais. — Ele diz e eu concordo suspirando, não costumo sentir muita fome. — E aliás, pelo o que mais poderia ser seu mal estar? — Louis perguntou curioso.

Olhei com raiva para Adam. Era exatamente esse questionamento que eu não queria responder a Louis.

— Olha, eu vou para casa, está bem?! — Falei levantando.

— Eu levo você. — Adam diz.

— Não, tudo bem, eu não tinha muitas aulas importantes depois da de biologia, posso levar ele. — Louis diz.

— Ok, vou avisar seus amigos para eles dizerem para os professores então. — Adam diz para Louis que assente. — E você, cuidado. — Adam diz para mim.

Ele beija minha testa e sai. Eu olho para Louis que me encarava.

— Eu vou responder o que quiser, só me deixe ir para casa. — Falei passando por ele.

Nós fomos para minha casa no carro de Louis. E quando lá chegamos, me deitei no sofá, Louis sentou na ponta e colocou meus pés em seu colo.

— E então, vai me contar? — Pediu.

— Depois que eu descobri sobre Victor, parei de comer por algumas semanas. Acabei desmaiando e indo para o hospital, onde passei uma semana tomando soro e comendo forçado. — Digo me sentando ao lado de Louis, ele passa o braço por minha cintura e eu deito a cabeça em seu ombro.

— Se um dia eu ver esse tal de Victor, eu juro que o mato. Além de ele te magoar, ainda te fez ir ao hospital. — Louis diz com raiva.

Levantei a cabeça e beijei sua mandíbula. — Obrigado por se preocupar, mas a última vez que passei muito tempo sem comer foi quando eu passei esse tempo no hospital. Depois disso minha mãe não saiu mais do meu pé. — Digo.

— Eu que não vou mais sair do seu pé. — Louis diz tocando meu rosto com delicadeza para o olhar, então me beija devagar. Mas eu aprofundo o beijo querendo um pouco mais dele. Quando levo minhas mãos a barra da blusa de Louis, ele se afasta de mim e me olha. — Tem certeza? Não está machucado de ontem? — Pergunta.

— Estou bem, não sou tão frágil quanto pareço. — Respondo tirando a blusa dele.

— É, tô vendo. — Louis diz sorrindo para mim, então ele me beija com desejo. E nós sabemos onde isso vai dar.

***

Espero que estejam gostando.

Até mais,

–K.F.

Black Angel [L.S] Mpreg!HarryWhere stories live. Discover now