Capítulo 17.

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— Você está pronto? — Louis perguntou quando estacionou o carro.

Estávamos em frente ao restaurante que iríamos jantar com meu pai.

— Não, mas agora não dá para voltar atrás. — Murmurei soltando o cinto.

— Na verdade, até que dá. Você coloca o cinto, eu dou a ré e nós vamos embora da cidade. — Louis disse me fazendo rir.

— É tentador, mas eu meio que não quero dar para trás, entende? Quero acabar logo com isso. — Digo e Louis assentiu entendendo.

— O que quiser fazer, eu vou estar bem ao seu lado. — Ele diz acariciando meu rosto.

— Ok, vamos lá então. — Eu digo.

Nós saímos do carro e caminhamos para dentro do restaurante, paro em frente a uma moça que fica na recepção.

— Oi, nós estamos aqui para encontrar Desmond Styles. — Eu digo, ela olha em um caderno e sorri assentindo. Então nos guia até onde meu pai está.

— Pai? — Eu chamo.

Ele que estava de costas, se vira para me olhar, e quando vê que sou eu, levanta parecendo nervoso.

— Oi, meu filho. — Ele diz se inclinando para me abraçar, mas dou um passo para trás.

Meu pai parece ficar meio constrangido com meu ato, e o silêncio que surge entre nós por quase um minuto é cortado por Louis que pigarreou chamando atenção para si.

— Pai, esse é o Louis, meu namorado. E Louis, esse é Desmond Styles, meu pai. — Eu digo os apresentando.

Eles apertam as mãos e então meu pai me olha. — Sentem-se. — Meu pai diz fazendo isso. Louis puxa a cadeira para mim e senta ao meu lado.

Um silêncio constrangedor se instala e sei que meu pai está pensando em algo para dizer, mas o garçom chega antes que ele o faça.

— O que vão querer? — O garçom jovem me olha sorrindo, Louis passa o braço por meus ombros e me puxa para mais perto me fazendo rir de seu ciúme bobo. Eu sorrio para ele e deixo um beijo em sua mandíbula.

— Bife de contra filé com molho béarnaise e batata frita, e o melhor vinho que tiver. — Meu pai diz e me olha em seguida. — O que irão querer? — Ele pergunta.

— Pode ser o mesmo. — Eu digo encolhendo os ombros.

— Para mim também. — Louis diz.

— Então, desde quando estão namorando? — Desmond pergunta puxando conversa.

— Não muito tempo. — Louis responde.

Meu pai olha nos meus olhos, mas eu os desvio para minhas mãos em meu colo.

— Harry, eu quero pedir...

— Por que? — Interrompo meu pai fazendo a pergunta que me atormenta há tantos anos.

— Porque quero me redimir e... — Eu balanço a cabeça negando e o fazendo parar de falar.

— Eu quero saber porque você deixou a mim e a minha mãe. — Esclareço a pergunta.

Meu pai parece pensar no que vai dizer. — Harry, eu tinha me encantado por outra mulher. — Ele diz.

— Então traiu minha mãe? — Pergunto com raiva.

Louis segura minha mão por baixo da mesa numa tentativa de me manter calmo.

— Não, sua mãe é boa demais, ela não merecia isso. Então eu fugi com essa mulher deixando vocês dois para trás. Achei que ficariam melhor sem mim. — Ele explica me olhando nos olhos, e por mais que eu não queira admitir, sei pelo seu olhar que ele está sendo sincero.

— E por que voltou? — Pergunto curioso.

— Eu deixei aquela mulher, ela não era o que eu pensava ser. — Ele diz.

— Deixe-me adivinhar, ela estava com você só pelo dinheiro, e quando este acabou, ela também se foi? — Pergunto me inclinando um pouco para cima da mesa enquanto seguro as bordas dela, meu pai assentiu olhando para baixo envergonhado. — Continue. — Eu digo fazendo um sinal com as mãos.

— Ela me deixou sem dizer nada, e eu pude sentir o que sua mãe e você sentiram, então resolvi voltar. — Desmond diz, ele pega minhas mãos que estavam em cima da mesa. — Eu quero muito que me perdoe, Harry. — Desmond diz, e ele parece realmente arrependido.

Neste momento o garçom chega e coloca nossos pedidos na frente de cada um.

— Você causou muita dor em mim e na minha mãe, e eu jamais vou esquecer quando ela estava chorando por você, já que era eu quem a consolava. — Digo puxando minhas mãos das suas. Ele suspira com vergonha, de si mesmo, eu espero. — E eu posso um dia lhe perdoar, mas não vai ser nesta noite. — Murmurei, ele assentiu entendendo.
— Mas isso não nos impede de tentar. — Eu digo, ele me olha com expectativa.

— Tem certeza? — Pergunta, eu posso ouvir a esperança em sua voz.

— Nós podemos ir aos poucos tentando reconstruir nossa relação de pai e filho. — Digo com sinceridade.

E isso surpreende a mim mesmo, eu não pensei que fosse agir com tanta maturidade quando estivesse frente a frente com ele depois de tudo.

Meu pai sorri feliz para mim, e eu lhe dou um sorriso pequeno. Um silêncio não mais tão constrangedor se segue, e novamente é Louis que o interrompe.

— Podemos comer? — Ele pergunta me fazendo rir.

Eu concordo e então começamos a comer em silêncio. Enquanto comemos tem uma mulher com um vestido bem vermelho cantando em um palco improvisado.

— É uma boa música. — Meu pai diz quando vê que eu estou olhando para a mulher.

— É sim. — Eu digo sorrindo fraco.

— Eu estive pensando, que tal se dá próxima vez que sairmos fossemos você, sua mãe e eu? — Ele pergunta, eu o olho. — Se quiser, é claro. — Acrescenta rápido. — Ah, Louis pode vir também, é claro. — Meu pai sorri para meu namorado.

— Vou falar com ela. — Digo após limpar meus lábios com um guardanapo.

Nós terminamos de comer e depois meu pai sai para pagar a conta. Quando ele volta, Louis e eu levantamos e nós três seguimos para a saída.

— Bom, até mais, meu filho. — Meu pai diz.

— Até mais. — Eu sorrio para ele.

Até penso em lhe dar um abraço, mas ainda é cedo demais. Meu pai dá um aperto de mãos em Louis e então vai embora.

Louis e eu entramos no carro e ele me leva para casa, quando Louis para em frente em minha casa, eu me viro para ele. — Isso foi bom, não é? — Perguntou nervoso.

Ele sorri com carinho para mim. — Foi sim, meu amor. Isso foi ótimo, na verdade. — Louis diz me fazendo suspirar aliviado. — Na verdade, eu até quero saber, como conseguiu lidar tão bem com tudo isso? — Ele pergunta.

— Bom, eu tinha você. — Digo encolhendo os ombros. — Sabe, eu estou muito feliz. Tenho Adam de volta na minha vida, e meu pai também, mesmo que aos poucos. E eu tenho você. — Digo olhando para Louis. — Desde que entrou em minha vida, tudo tem se ajeitado. Você é meu anjo, Louis. — Eu digo e o beijo com carinho em seguida.

Quando nos afastamos, Louis está sorrindo bobo. — E você é o meu, Harry. Agora entre, antes que eu vire um anjo de verdade. Sua mãe está nos olhando da janela. — Louis diz.

Eu olho para minha casa e vejo minha mãe nos olhando pela janela da sala me fazendo rir.

— Não quer dormir aqui? Ela não vai ligar. — Eu digo.

Louis pensa um pouco e então concorda. Nós saímos do carro e entramos em minha casa.

***

Eu espero que estejam gostando.

Até mais,

–K.F.

Black Angel [L.S] Mpreg!HarryWhere stories live. Discover now