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Travei em choque enquanto o garoto ainda ria. Olhei ao redor, procurando as mudanças. O cabelo do garoto… algumas flores… a luz do sol… Isso… Antes que percebesse, lágrimas caiam de meus olhos.
— E-ei! Você 'tá chorando? — o garoto parou de rir assim que viu meu resto.
Abaixei a cabeça, tentando evitar contato visual. Não queria chorar na frente dele, mesmo assim, as lágrimas não cessavam.
— Vamos, eu só 'tava brincando. Deixa disso. — se aproximou e, quando estava a poucos passos de mim, me joguei nele, o envolvendo com os braços.
— Obrigada. Obrigada. Obrigada. Obrigada. — repetia, ainda chorando.
— Hã? Garota, você tem problema? Quer saber, esquece. — revirou os olhos, mas não me afastou.
Isso que eu sinto são músculos? Meu Deus…
Desfiz o abraço, limpando as lágrimas.
— Vêm. — chamei, indicando com a cabeça — Preciso te agradecer.
— Garota, você com certeza tem problemas. — disse, com o cenho franzido.
— Eu tenho nome, Garoto Caramelo. — reclamei, virando a cara.
— Eu também tenho nome, Garota Estranha. — refutou.
Mas aposto que não tão bom quanto Garoto Caramelo.
— Sasaki Shizuka. — estendi a mão. O garoto a encarou por alguns segurando, parecendo debater consigo mesmo o que faria.
— Eu não apertaria sua mão, mas como você disse 'pra eu acabar com o Deku… — ponderou — Bakugo Katsuki. — estendeu a mão também, me comprimentando.
— Prazer em conhecê-lo. — sorri.
— Pelo jeito que você falou que ama caramelo e depois se tacou em cima de mim me agradecendo, realmente parece ter sido um prazer. — provocou e não pude deixar de voltar a corar.
Não se pode nem mais ser educada agora.
— E por que você estava me agradecendo? — perguntou. Já estávamos andando.
— Ah… — disse, em realização — Sabe as pessoas daltônicas, que enxergam as cores erradas? — ele assente — Então, eu sou diferente, não enxergo as cores em si. — falei, vendo o outro parar de andar.
— Não enxerga as cores? — repete, cético.
— Bom… — encolho os ombros — Eu nasci assim. Imagina um filtro preto e branco de uma foto, ou um programa de televisão antigo. É assim que eu vejo o mundo. — terminei, o vendo me encarar de cima a baixo.
