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———— 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨: ————
Eu e a Garota Estranha seguimos em direção ao Parque, estávamos em silêncio, ela porque não parava de enfiar caramelos na boca, um após o outro e eu porque estava pensando.
Essas cores que ela não vê, por quê? Antes ela não podia ver o amarelo, mas agora pode, da última vez, ela não conseguia enxergar o vermelho, e agora ela elogia meus olhos. Como?
— Oi — chamo, disposto a buscar respostas — Como você sabe?
— CoMu eU sEI? — diz, com a boca cheia.
Deixou a educação no chão junto a porra dos seus caramelos, né.
— Não fala de boca cheia, inferno. — reclamo, a vendo tentar engolir os caramelos.
— Como eu sei o que?
Aperto os punhos dentro do meus bolsos, me segurando para não explodir e gritar. Se eu achava o Pikachu idiota, eu não sei o que dizer dessa garota.
— Meus olhos. — foi a única coisa que disse, sabia que se falasse mais, iria gritar.
— Ah… agora eu também enxergo o vermelho. — dá um sorriso animado.
— Agora?
— Sim, sim. Um pouco antes de eu elogiar seus olhos foi quando comecei.
Um pouco antes que elogiar meus olhos… Isso não foi quando eu fiquei com raiva? Pensando bem, antes de ela enxergar o amarelo, eu estava rindo… Deixa quieto, não faz sentido.
— Então… amarelo ontem ao me encontrar e vermelho hoje, também ao me encontrar. — digo, insinuativo.
— Realmente, que estranho… — desvia o olhar, parecia incômoda.
Grunhi em resposta, ela sabia o que caralhos estava acontecendo, mas não queria contar. Não pode falar sobre isso agora, mas pode quando sequer sabia meu nome? Eu vou descobrir o que está acontecendo nessa merda sim.
— Oi! Garota Estranha! Onde diabos você pensa que 'tá indo?! — exclamo, ao vê-la passando direto pela entrada — A entrada é aqui!
Eu achava que o Fita Adesiva era distraído, não ela. Mais idiota que o Pikachu, mais distraída que o Fita Adesiva, mais irritando que o Cabelo de Merda e, mesmo assim, ainda não explodi ela. Eu devo de estar com a porra de algum problema.
Balancei a cabeça, afastando esses pensamentos. Entramos no Parque e fomos em direção a um banco, sentando no mesmo. Peguei uma das barras, chocolate branco com pimenta.
— Como você pode comer isso? — pergunta, olhando a barra em minhas mãos.
— Com a boca. — respondo, concentrado em desembalar a barra.
