~14 - Eles aprontaram de novo~

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Manu: eles aprontaram de novo.

Essa foi a mensagem que enviei para Julian algumas horas depois de eu ter voltado e Liz e eu nos despedirmos no corredor antes de entramos em nossos devidos quartos. Me lembro exatamente de suas palavras, ditas enquanto ainda caminhávamos de volta ao corredor dos quartos. Eu tomei o cuidado de perguntar a ela se poderia contar ao Darsis sobre toda a situação e ela consentiu com um simples claro, sem problemas.

Eu ainda não podia acreditar que universitários podiam ser tão infantis, eles já tinham idade suficiente para serem um pouco mais decentes que isso, mas sei lá, a imaturidade deles me transtorna. Sério? Eles não percebiam que não estavam mais no ensino primário, e sim na faculdade? Não tinham entendido que isso aqui não era um clubinho onde eles poderiam fazer o que bem entendessem? Pelo visto não haviam mesmo, eles faziam o que queriam e ninguém conseguia ter provas para incriminar qualquer um deles. Grrr! Só de repassar a situação na minha mente eu já reviro os olhos com irritação. Haja paciência dos céus turquesa para me controlar.

Eu e Liz seguimos juntas lado a lado até o lugar escolhido por ela, assim que Maya a colocou para fora do quarto. Nos sentamos em um dos bancos da pequena praça, e que estavam por uma parte não muito ultilizada pelos alunos da Universidade, que preferiam a biblioteca ou seus próprios quartos como lugar de descanso e leitura. Já acomodadas e com minha total atenção ela começou então a me contar o motivo de sua raiva no período de almoço. Ela de fato tinha bons motivos.

Estou deitada em minha cama encarando o teto ainda pensando sobre a criancice armada para minha amiga, quando o celular em minha mão direita vibra, me trazendo a realidade e indicando uma nova mensagem.

Darsis: O que fizeram? Ela está bem?

Manu: Está, mas ela está a um passo de ser expulsa.

Darsis: Droga! Agora entendi o ataque dela no refeitório, em minha opinião ela foi até sutil ao me ver defender um deles, mesmo que eu saiba que a Fernanda possivelmente não tem culpa nisso, ela tinha o direito de estar brava.

Manu: Eu sei. Precisamos ajudá-la.

Darsis: Conte comigo.

Mando a ele uma mensagem explicando o que havia acontecido para que ele entendesse como teríamos de ajuda-la a se recuperar. Pelo que a própria Elisabeth havia me explicado, eles haviam se aproveitado de um dos dias mais importantes do semestre para a turma, o dia de provas teóricas. Propositalmente no meio do exame um dos garotos da sala, possivelmente a mando de Xai, tinha chamado a atenção dela durante a realização da prova, que ela qualificou como mega importante, assim que ela olhou na direção do tal rapaz eles deram um jeitinho de distraí-la com um argumentação qualquer apenas para prolongar sua atenção sobre ele. Quando Liz percebeu que não era nada importante e já estava se voltando novamente para sua prova, mais ou menos em um intervalo de cinco segundos, os alunos já a tinham delatado como uma trapaceira que estava copiando as respostas do tal colega de turma.

Como resultado desse maldoso esquema, ela teve a prova recolhida e zerada pelo professor, a mesma prova com o conteúdo no qual ela havia estudado a maior parte das férias para saber. E o pior, ela sabia quem foi a garota malvada que arquitetou tudo, não apenas uma questão de achismo, mas com certeza, pois depois do fim da prova quando saia da secretaria de cursos onde tentava argumentar contra a decisão tomada pelo professor, ela viu o garoto que a distraiu parabenizando o tal Nícolas pela irmã inteligente e astuta que ele tinha e garantiu ao segundo que eles nunca seriam pegos.

Ela apareceu por trás deles segundos depois e enquanto Emerson, o garoto coadjuvante no plano pareceu assustado, o segundo apenas a olhou sem dizer nada. Típico. Como não era a primeira vez que eles sabotavam suas atividades ela estava em uma situação crítica com suas notas, e é nesse ponto que podemos auxilia-la.

Meu romance imperfeito Where stories live. Discover now