- Capítulo 31 -

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Greenville - 18/04/2019

O lugar ficou assustadoramente silencioso, todos me encaravam com um misto de nervosismo e expectativa. Mais uma vez as esperanças estavam depositadas em cima de mim, e eu faria de tudo para salvá-los...mais uma vez.

O homem desviou o olhar até chegar em mim, ele tinha a sombrancelha erguida e um sorriso de satisfação. É claro que estava se divertindo, estava nítido na sua maldita face. Sei que ele é meu pai, mas suas atitudes me dão nojo, e eu não me preocupo em demonstrar isso.
Ele bate com a arma na cabeça de Larry, fazendo ele desmaiar imediatamente.

__ Não se preocupe, querida, eu serei bonzinho. Seus amigos terão uma morte rápida! - ele caminhou até mim e tocou em meu cabelo - Tão linda, tão preciosa. Em breve estaremos juntos novamente, você, sua mãe e eu.

__ Por favor, não faça nada com eles. Eles são apenas jovens, seu assunto é comigo, deixe-os em paz para viverem suas vidas. - supliquei - Pai, eu conheço seu coração, e nesse momento você não está agindo com ele.

__ Sua bondade já te tirou tantas coisas, querida. Mas, para mim, você nunca passará de uma vadia medíocre. - ele segurou meu cabelo com força - Você tem uma escolha. - o olhei com repulsa - Escolha dois de seus amigos para morrer, os outros serão liberados.

__ Por que tá fazendo isso?

__ É matá-los ou entregar sua priminha para meus amigos pervertidos e colocar seus amigos para meus cachorros. Quero vê-la sofrer da mesma forma que sofri na prisão. - piscou.

No momento eu não agi com o coração, e sim com a razão e com o impulso. Me estiquei para ficar um pouco mais alta e cuspi bem no meio do seu rosto, deixando-o sem nenhuma reação. Ele limpou o rosto com o dorso de sua mão e deu uma gargalhada alta, fazendo todos os meus pelos arrepiarem-se.

__ Eu pouparia sua vida, mas agora decidi que você tem que morrer como todos os outros. - ele chuta minha barriga, fazendo-me esquivar - Mais tarde voltarei para brincarmos um pouco de...hm...roleta-russa. - ele subiu as escadas e sumiu.

Em sua ausência me permiti cair ao chão, sentindo toda a dor em meu estômago. Estava difícil respirar, o cômodo estava rodando, parecia que eu ia vomitar alguma coisa a qualquer momento, a sensação era horrível.

Olhei para todos ao redor, eles me encaravam com preocupação, mas não abriram a boca para falar uma palavra sequer e, sinceramente, eu agradeço bastante por isso.
Lutei contra minha própria dor e levantei, ouvindo o som irritante das correntes. Encostei-me na parede e tentei enxergar uma saída viável, mas mesmo se encontrasse, não teria como nos livrar dessas correntes estúpidas.

Puxei uma, duas, três vezes. Meus braços já estava prestes a arrancar, mas eu não podia desistir de tentar tirar aquilo de mim. O maior problema era o som alto que estava fazendo, isso atrairia a atenção do homem lá em cima. Puxei mais algumas vezes, até sentir o sangue escorrer de meu pulso.

__ Droga! - esmurrei a parede - DROGA!

__ Fica tranquila, Ammy, nós vamos sair daqui vivos. - Lucas falou na tentativa falha de me acalmar.

__ Não, Lucas, não vamos! Se ficarmos parados feito idiotas, só vamos sair daqui direto pro caixão! Se é que teremos esse privilégio. - rosnei.

__ Ei! Pega leve, Ammy. - Matheus chama minha atenção - Todos estamos nervosos como você, Lucas só estava tentando te acalmar.

__ Se estão mesmo tão nervosos quanto eu, façam alguma coisa para tentar se soltar. - continuei puxando a corrente.

Mas que porra de parede é essa? Só pode ser feita de aço, porque cimento não aguentaria todas essas puxadas.
Quando não consegui novamente, e meus pulsos já estavam ardendo, gritei o mais alto possível. Queria liberar toda a adrenalina no meu sangue, eu não queria pensar em morrer, não poderia morrer, não agora.

A Sucessora Perdida • Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora