Capítulo Quatro

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Drake Timberg:

Acordei na manhã seguinte, antes mesmo de meu alarme tocar. Fiquei deitado na cama, contemplando os pensamentos que haviam permeado minha mente durante a noite. A história que escrevi, as ideias de Dawn e Nicky, tudo parecia se fundir em uma experiência única.

Lembrava—me da noite anterior, quando Dawn e Nicky estiveram aqui até tarde. Surpreendentemente, meus primos, Sage e Bobby, se comportaram de maneira civilizada na frente dos meus amigos. Era um mistério absoluto, pois normalmente Sage agia como um verdadeiro animal, sem nenhuma cerimônia.

A luz do sol começou a invadir o quarto, criando um jogo de sombras na parede. Ainda deitado, olhei para o teto, pensando nas aventuras que nos esperavam como espiões adolescentes. Era uma vida cheia de incertezas e perigos, mas também repleta de amizades sinceras e momentos inesquecíveis.

Levantei—me finalmente, pronto para encarar o dia que se desenrolava diante de mim. Como sempre, a dualidade entre minha vida normal e a de espião estava presente, e eu estava determinado a equilibrá—las da melhor maneira possível.

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Balançando a cabeça, saí da cama e me dirigi ao banheiro em meu quarto. Com cuidado, tirei meu pijama e entrei no box, sentindo a água quente escorrer pelo meu corpo. As gotas d'água eram um alívio contra a pele, tirando a sonolência da manhã.

Enquanto a água caía sobre mim, refleti sobre o dia que estava prestes a começar. Sabia que enfrentaria as provocações dos populares e dos servos deles, que faziam de tudo para nos colocar para baixo. Mesmo que pudéssemos revidar, preferíamos ignorar, pois não valia a pena gastar energia com pessoas que não tinham nada melhor para fazer.

Após o banho, me enxuguei e comecei minha rotina de preparação para o dia. Apliquei um creme no cabelo, passei desodorante e, finalmente, me vesti com um short de moletom e uma camiseta listrada. O dia prometia calor, então optei por algo confortável.

Dirigi—me à escrivaninha, onde meu alarme estava tocando. Desliguei—o rapidamente, evitando que continuasse a me perturbar. Coloquei meus óculos e verifiquei se todos os materiais que precisaria para o dia estavam na minha bolsa.

Ao sair do quarto e descer para o andar de baixo, fui recebido pelo aroma do café fresco que meu pai estava preparando na cozinha. Ele costumava fazer o café da manhã, incluindo bacon, ovos mexidos e panquecas com gotas de chocolate. Era incrível como ele conseguia fazer isso todos os dias, desde minha infância, mesmo depois que meu outro pai, segundo meu pai Cezar, desapareceu há anos.

Meu pai Cezar mantinha a esperança de que ele ainda pudesse voltar um dia, e eu não queria destruir essa esperança para ele. Faria qualquer coisa para ver meu pai feliz, pois ele era minha família, e sua felicidade era o que mais importava.

Enquanto observava meu pai na cozinha, lembrei—me de quando entrei para a agência. Eu queria usar os recursos da organização para descobrir a verdade sobre meu outro pai, mas não consegui fazer isso. A ideia de encontrá—lo feliz em outra família era devastadora, e eu não queria ser responsável por destruir as esperanças de meu pai.

Minha contemplação foi interrompida quando ouvi passos indicando que meus primos haviam acordado e estavam indo tomar banho.

— Bom dia! — cumprimentei meu pai, que olhou para mim com um sorriso.

—Bom dia, meu amor — ele respondeu, vindo até mim e me dando um beijo na bochecha. — Dormiu bem?

—Sim, dormi — respondi, sentando—me à mesa.

— Preparado para mais um dia de escola? — meu pai perguntou, enquanto terminava de cozinhar o bacon. — Nunca vou entender sua empolgação com a escola. Quando era mais novo, você não gostava nem um pouco de ir à sala de aula.

— Seu filho é um dos maiores nerds do mundo! — ouvi a voz do meu primo Sage, que entrou na cozinha.

—Você parece ter tomado um banho de gato — brinquei. — Para constar, sou apenas inteligente, e tenho orgulho do meu cérebro. Diferentemente de você, que mesmo na faculdade, não consegue fazer uma conta simples.

— Para que matemática, quando vou usar uma calculadora na minha carreira de artes? — Sage resmungou. — Matemática é chata demais, quem gosta disso?

— Eu gosto — declarei, e Sage bufou. — Sage, quando você vai crescer? Você tem vinte e um anos! É hora de amadurecer mentalmente.

— Você costumava ser mais amável comigo quando éramos mais jovens — Sage lamentou. — Imagina só, Drake, a sua reputação ao lado da minha. Com o Bobby já é difícil o suficiente.

Fingi estremecer e percebi meu pai rindo da cena. Eu, por outro lado, revirei os olhos e respirei fundo, tentando não usar o laser do meu relógio.

Drake, use o autocontrole!

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Bobby se juntou a nós alguns minutos depois e começou a comer um pouco. Meu pai preparou as panquecas, e Bobby as devorou. Enquanto comíamos bacon, ovos mexidos e, por fim, as panquecas deliciosas do meu pai, eu bebi um pouco de suco.

Sage, por outro lado, quase devorou tudo o que meu pai tinha preparado. Se não tivéssemos chegado a tempo, Bobby e eu ficaríamos sem café da manhã. Meu pai limitou—se a tomar um gole de café enquanto apreciava suas próprias panquecas.

Após a refeição, esperei que todos terminassem e, em seguida, me dirigi à sala para enviar uma mensagem para meus amigos.

Minutos depois, saímos de casa, com meu pai ainda tentando convencer Sage sobre a importância da matemática. Tenho certeza de que meu primo mais velho estava ansioso para se afastar de nós, pois ele tinha sua moto e desapareceu na direção da faculdade. Bobby, por outro lado, estava estudando na mesma rua da minha escola, então ele veio conosco.

Normalmente, meu pai coloca música no carro enquanto dirigimos até a escola, mas hoje ele parecia mais sério.

Para variar, ele olhou pelo espelho retrovisor interno em direção a Bobby.

— Querido, se você se sentir desconfortável, pode me ligar ou ligar para o Drake, ainda para o seu irmão também — meu pai disse. — Mesmo que alguém o provoque, não dê muita importância. Você não é estranho.

Bobby assentiu, e continuamos o trajeto em silêncio.

Bobby não gosta de falar com ninguém desde que, quando éramos pequenos, ele desapareceu por alguns dias. A polícia o encontrou em uma casa abandonada, mas ninguém soube o que ele estava fazendo lá sozinho e sem contato com ninguém. O trauma foi tão intenso que, desde então, Bobby parou de falar.

Claro, ele frequenta regularmente um psicólogo para tentar entender e superar seu trauma, mas, até agora, não houve progresso. A voz de Bobby nunca mais foi ouvida desde aqueles dias sombrios.

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Chegamos à minha escola, e eu me despedi do meu primo e do meu pai.

— Fala, maluco! — Um garoto que sempre implicava comigo zombou, mas eu o ignorei completamente.

Saí andando, e logo depois Dawn e Nicky chegaram com seus pais.

— Adivinha quem brigou com o irmão de novo? — Dawn me perguntou.

Olhei para Nicky, que parecia um pouco constrangido.

— De novo, seu irmão pegou no seu pé? — comentei, e minha amiga deu de ombros.

— Foi por besteira. Ele disse que eu deveria agir mais delicadamente — Dawn falou, com um olhar desafiador. — Mas o que posso fazer se tenho mais força que ele?

Dawn deu de ombros e começou a andar em direção à entrada da escola. Nicky e eu não conseguimos evitar rir com sua atitude decidida.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

Apenas sorria, você está sendo espionado - Livro ÚnicoWhere stories live. Discover now