Capítulo Vinte e Cinco

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Drake Timberg:

Saí pelo corredor e cruzei um grande batente exatamente como Santiago tinha explicado, indicando que a joia estava próxima. Uma onda de esperança começou a inundar meu ser, alimentando minha determinação.

Parei diante de um painel com um teclado numérico, adornado com símbolos romanos em baixo-relevo dourado. Aproximei-me, examinando-o com um olhar atento.

— Parece que esse elevador nos levará direto ao topo. — Murmurei para mim mesmo enquanto analisava o dispositivo. — Mas, para isso, eu preciso de um cartão de acesso.

Minha mente se focou na tarefa e, em um instante, peguei a espada de Eléctron da mochila e abri o painel eletrônico. Rapidamente, comecei a burlar o servidor. O tempo parecia desacelerar, mas finalmente as portas se abriram, e eu entrei com um sorriso vitorioso.

Ao contrário das minhas expectativas, o elevador não me incinerou nem despencou para a morte. Em vez disso, uma música ambiente suave encheu o espaço. Subi devagar, como se quisesse apreciar cada detalhe do interior do elevador, ainda em choque pelo contraste entre a sofisticação do ambiente e a vilania da base.

Sempre acreditei que a escolha da música de elevador revela muito sobre um vilão. Música clássica? Vilania convencional, sem originalidade. Jazz? Vilania malévola, com uma pitada de complexo de inferioridade. Pop? Vilania desesperada para se manter na moda.

Lilli optara por uma trilha de clássicos suaves, uma escolha que demonstrava confiança. Ela estava dizendo: "Eu já conquistei tudo e tenho o poder absoluto. Relaxe. Você vai morrer em breve, então aproveite essa música de quarteto de cordas agradável."

— Preferiria Kenny G. — Comentei em voz alta para mim mesmo, apesar de tudo.

As portas do elevador se abriram, revelando um corredor com um mosaico no chão retratando uma procissão triunfal através de casas em chamas e corpos caídos. Era claro que Lilli se preparara por anos para criar esse inferno, independentemente das ações de qualquer pessoa.

A bizarria da cena era tão típica de uma vilã que eu nem conseguia ficar com raiva. Parei antes de uma bifurcação no corredor, onde um corredor à direita ecoava com o som de armas e vozes conversando, enquanto o à esquerda permanecia em silêncio.

Claro que escolhi o corredor silencioso e continuei marchando. Logo me vi correndo, impaciente com a imensidão do lugar. Chutei uma porta no final do corredor, segurando a espada firmemente, mas encontrei apenas outro corredor vazio.

Vasculhei até me deparar com uma enorme porta que abri. No centro da sala, uma mulher vestida de preto segurava a joia.

— Nosso convidado chegou. — Ela disse, e notei que havia várias pessoas na sala, dando-lhe um ar de sala do trono. — Soltem suas armas e não tentem usar eletricidade deste lugar.

Agachei-me e joguei a espada longe, percebendo que estava em menor número novamente.

— Onde está Lilli? — Perguntei, olhando para a mulher que sorriu.

— Querido, você realmente achou que ela estaria aqui? — Ela riu, e os outros ao seu lado sorriram forçadamente. — Lilli está em um lugar onde sua agência nunca encontrará! Mas ela pediu para eu cuidar dessa joia. Conseguimos o que queríamos com uma pesquisa cuidadosa.

Olhei para a joia em sua mão, que brilhou fracamente, lembrando-me do que aconteceu quando o robô a tocou, desligando-se automaticamente.

Percebi que, mesmo se tentasse qualquer coisa, estava em menor número.

— Não entendo por que Lilli quer você vivo, quando posso matá-lo por ter fugido e matado meus companheiros. — A mulher disse, examinando-me.

— Porque sou um dos soldados que ela modificou enquanto estava na barriga. — Respondi, e a mulher assentiu com satisfação. — Ela também modificou meu DNA.

Apenas sorria, você está sendo espionado - Livro ÚnicoWhere stories live. Discover now