ǫᴜᴀɴᴅᴏ sᴇɴᴛɪ minhas botas em contato com a neve, eu parei. A neve estava se acumulando rápido demais, o que fez o meu lado racional acordar e pedir para eu voltar para dentro. No entanto, meu instinto gritava para continuar.
Quando pensei em dar meia volta, senti uma mão em meu ombro. Virei para olhar e lá estavam meus olhos favoritos. Quis sorrir ao mesmo tempo em que quis bater em Hazard, mas não disse nada pois ele não parecia estar ali para debater sobre a briga.
— A gente tem que ir. Rápido. — ele começou a me puxar pela mão.
— Mas e toda essa neve? É pra floresta que você quer ir?
— A Snow e o Flake sabem o que estão fazendo, não provocarão nenhum acidente.
— Eles estão bem?
— Sim, e com saudades suas.
Senti meu peito se aquecer.
— Eu também estou. Mas será que não tem como cancelarem a nevasca? Imagina quantas pessoas não estão com a rotina travada por causa dessa neve.
— Eu não sabia quando você iria, só sabia que era de avião, então nós tivemos que travar tudo. Mas já avisei para amenizarem um pouco. — Haz me olhou de canto de olho, sorrindo — Agora, concentre-se no que te espera.
— Você disse algo sobre meu pai lá na pista de taxiamento, o que ele tem a ver com isso?
— Você vai entender. Temos de ir porque meus poderes não podem ficar em uso muito tempo.
— Seus poderes? — franzi o cenho.
— Kaira, você vai entender, confia em mim.
Tomara que isso se aplicasse à parte que Haz me disse para partir. Respirei fundo e assenti.
— Sempre confiei.
Hazard parou e eu percebi que a neve caía a cada segundo mais devagar, tanto que achei que ela pararia no meio do caminho e o tempo congelaria. E, um segundo depois, eu quis que congelasse, pois Haz me abraçou apertado. Retribuí na mesma intensidade.
Toda a raiva que eu tinha acumulado dele se evaporou ali e concluí que só estava feliz em vê-lo. Meu inverno estava sendo iluminado por raios de sol de novo.
— Obrigado, Kai. Eu vou concertar tudo, mas também vou precisar da sua ajuda.
— Pode contar comigo. — pude senti-lo sorrir.
— Nós vamos viajar agora, segure-se.
— Viajar?
— Só se segura.
Ele intensificou o abraço e fiquei um pouco sem ar. Enrosquei as mãos no casaco preto de Haz e, quando um clarão repentino ameaçou me cegar, escondi o rosto na curva de seu pescoço.
Depois do que pareceu meio segundo e ao mesmo tempo minutos, senti uma leve batida nas minhas costas. Era Haz me chamando. Afastei-me lentamente e vi que estávamos na entrada da floresta, na parte de trás do chalé.
— Todos os espíritos podem se teletransportar?
— Basicamente. — ele sorriu — Só não fui para o local específico porque nós temos que ir andando, aquela árvore não está em um lugar muito fácil de saber as coordenadas.
— Aquela árvore? A de prata?
— Ela mesma. — comecei a ser puxada novamente. Hazard realmente parecia estar lutando contra o tempo. — Você deveria ter me dito que sabia da existência dela.
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Quando cai a última folha ✓
Fantasy"O destino é inalterável, o rumo é certeiro. Por outro lado, temos o livre arbítrio para alterar o modo como vemos a realidade, ɴós somos mutáveis." Com o último outono, Kaira perdeu a pessoa mais preciosa em sua vida, e agora precisa enfrentar um i...