Capítulo Três

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Maven Calore


Meses haviam se passado, fazer um acordo com a Guarda foi difícil, mesmo tendo ao lado a garota elétrica, eles não acreditaram em minha palavra, -e com razão- mas há um mês atrás em minha última reunião com os representantes da Guarda-Escarlate, e com alguns prateados de alta importância, algumas novas leis foram estabelecidas, um acordo de paz entre eu e a guarda, tudo se tornará oficial depois de meu casamento com Mare, que acontecerá em uma semana, me sinto exausto devido aos vários compromissos políticos mas ainda sim, contente, terei Mare ao meu lado, para sempre. A relação entre ela e eu não é a das melhores, mas pelo menos conseguimos conviver por 5 minutos  sem brigar e espero que esse tempo se prolongue. Coloco minha coroa diante do grande espelho em meu quarto e finalmente estou pronto para o jantar de hoje a noite com ela. No palácio não havia ninguém de importância hospedado, Evangeline Samos foi para casa junto de seu irmão, assim como outros prateados.

Sigo em direção a sala de jantar e me sento, Mare ainda não havia chegado, exatos 5 minutos depois ela entrou na sala, com um vestido preto de seda esvoaçante, o pano parecia acariciar a pele caramelo, os cabelos castanhos ondulam em volta de seu rosto e quase não há maquiagem nele, está simplesmente linda. Ela faz menção de sentar-se na outra ponta da mesa mas ergo a mão e ela entende o gesto se aproximando e setando-se na cadeira a minha direita.

-Você está linda.- digo simplesmente, afinal é verdade, e o tempo lhe fez bem, mesmo estando presa. Ela apenas acena com a cabeça e começa se servir.

-Por que não quis participar de nada com relação aos preparativos do nosso casamento?- questiono enquanto me sirvo, na mesa há vários tipos de pratos, preferi apenas eu e Mare, sem servos.

-Não é como se eu estivesse empolgada para me casar com você, Maven.- ela diz ácida, se servindo também, evitando olhar em meus olhos, ela sequer me olha, eu percebo.

-Você está diferente.- digo também sem olha-la.

-Viver como uma prisioneira muda qualquer um.- ela argumenta e eu arqueio uma sobrancelha, mesmo que ela não esteja vendo.

-Sempre com a resposta na ponta da língua Barrow.- comento e não digo mais nada, me ocupando em mastigar um pedaço de frango, sinto o olhar de Mare em mim e a olho no mesmo instante profundamente em seus olhos castanhos, suas bochechas ficam vermelhas e eu sorrio soprado por isso, ela começa a comer , sem me olhar e eu faço o mesmo, o jantar corre silencioso. Eu havia notado que Mare me observava, seus olhos eram analíticos e isso que havia mudado nela desde que chegou, e não posso dizer que não gosto de ter sua atenção voltada para mim.

Quando Mare finalmente acaba de comer sua sobremesa, ela se levanta com um pedido baixo de licença e eu fico de pé também.

-Mare, eu quero que me acompanhe.- digo, soa como um pedido, mas ela sabe que é uma ordem.

-E eu tenho outra saída!?- resmunga enquanto me segue pelos corredores do palácio, eu reviro os olhos mas ela não vê. Ela cruza os braços e faz uma carranca enquanto paramos de frente a porta de meu quarto, eu a abro. -O que estamos fazendo aqui nos aposentos reais?- ela questiona sarcástica.

-Entre.- peço e ela da o primeiro passo receosa, entro em seguida e fecho a porta, trancando-a. -Bem, em uma semana iremos nos casar, então tomei a liberdade de trazer algumas coisas suas para os meus aposentos.- só então ela parece perceber a prateleira com alguns dos livros que havia em seu quarto e novos que eu mandei comprar pra ela.

Vermelho No Prata (Mareven)Where stories live. Discover now