Capítulo Quatro

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Mare Barrow

A

ndo pelos corredores há empregados de um lado para o outro se ocupando com os preparativos do casamento, ele será aberto ao publico, no jardim da frente do palácio.

Ajeito a jaqueta vermelha, eu havia gostado dela, e da calça de couro preta, a blusa é cinza escuro.

Chego para tomar café e me deparo com uma mesa farta, Maven está sentado na ponta como sempre e eu me sentei a sua direita.

-Essa roupa ficou boa em você.- ele diz e eu começo a me servir.

-Sim, eu gostei.- respondo e ele abre um sorrisinho.

-Eu escolhi.- murmura comendo uma torrada.

-Temos alguma reunião essa semana?- pergunto mudando de assunto enquanto pego uma torrada também.

-Sim, com a Coronel Farley, ela está vindo para cá, vamos acertar algumas coisas que o ministro Davidson não concorda e boa parte dos vermelhos e da guarda, também não.- ele diz meio pensativo.

-Como o que por exemplo?- questiono atenta as palavras de Maven, controlando meu entusiasmo para ver Farley.

-Não haverão mais cores de casas ou coisas do gênero, apenas o sobrenome normal, como os vermelhos.- ele explica bebendo um pouco de suco, enquanto me olha.

-Acho que alguns prateados não vão gostar disso.- eu respondo e ele assente com a cabeça.

-Sabe que independente de qualquer coisa, o nosso laço não vai se romper não é mesmo Mare?- ele questiona sério pondo sua mão sobre a minha, engulo em seco, o calor de sua mão é reconfortante.

-Não posso viver presa a você para sempre.- respondo incerta com relação a sua reação, ele retira sua mão da minha e limpa a boca com o guardanapo. -Você não vai ser para sempre o Rei, sabe que se continuar sendo  Rei a monarquia continuará, prateados continuarão se achando superiores aos vermelhos e não haverá igualdade.- finalizo, vendo o rosto de Maven ficar mais pálido que o normal, sinto seus olhos penetrar em minha alma.
-Me manter ao seu lado, me casar com você será perda de tempo se a mudança não continuar, não se estabelecer.-

-Então acho que isso seria uma boa razão para você se livrar de mim, se não houver nenhuma mudança poderá ir embora, retornar as guerras.- ele diz em um tom acusador, quase magoado, mas talvez seja apenas mais uma de suas mil máscaras.

-Você jamais deixaria eu ir embora.- afirmo e seus olhos estão em fendas, os lábios em linha reta, ele aperta a mandíbula.

-Você está certa.- conclui e se ergue, deixando o guardanapo na mesa com força, o calor irradia de seu corpo deixando o ambiente mais abafado. -A Coronel Farley chega depois do almoço, esteja pronta até lá, tenho assuntos para resolver.- murmura áspero e se retira. Suspiro aliviada, sem ânimo para tomar meu café da manhã.


∆∆

Maven Calore

Depois do meu café da manhã e uma conversa tensa com Mare nele, vou até o escritório, não quero perder Mare, não quero perder a coroa mas é óbvio que não vou conseguir ter os dois, então cabe a mim, escolher entre os dois, a voz de Elara é clara em minha cabeça, a coroa é meu objetivo desde que nasci, ouço seu murmuro ecoar, mas eu estava cansado de me sentir como se fosse uma máquina, Mare é a única capaz de despertar coisas em mim. O debate ocorre barulhento em minha cabeça enquanto o espaço a minha volta permanece silencioso, seguro firmemente uma pedra silenciosa, e sinto meu cérebro relaxar, as horas se passam rápido, e logo sou avisado que Farley havia chegado e aguardava na sala do conselho.

Vermelho No Prata (Mareven)Onde histórias criam vida. Descubra agora