16. Desejos

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POV Narradora

E lá estavam elas, Gizelly e Rafaella, Rafaella e Gizelly, dividindo o mesmo espaço, mas dessa vez, a capixaba havia deixado todo o pudor de lado, encontrava-se levemente alterada devido ao álcool. E sabendo que o desejo que sentia em cada parte de seu corpo pela mulher que ali estava, vinha se tornando incontrolável.

Em algum momento na madrugada, perto do horário de fechamento do clube, a conversa fluía leve e engraçada, como se tornou de costume nesses poucos momentos que passaram juntas.

Quando Rafaella se dirigiu ao banheiro, sem saber o que rolaria por lá...

POV Rafa Kalimann

- Mas me respondam um trem aqui que tá me encucando. De onde cês tudo se conhecem? - Ivy falou.

- Nos esbarramos duas vezes desde que chegamos aqui em Goiânia. - Tabata falou rápida antes que qualquer outra daquelas mulheres pudessem pensar em alguma resposta - E você e Gi, se conhecem de onde? - deixou a curiosidade que a acompanhava desde mais cedo sair em forma de pergunta.

- Então, cês não sabem... - falou se arrumando na cadeira para contar a história, enquanto eu vi Gizelly colocando uma das mãos em seu rosto - A gente se esbarrou em uma festa lá no Espírito Santo a uns dois anos atrás... - começou a rir - Cês acreditam que ela teve coragem de dispensar uma mulher gata como eu? 

- Para com isso Lavigne! - Gizelly se pronunciou.

- Eu ein Gizelly, cê me deu um fora dos grandes e preferiu ficar com aquela loira metida e sem graça lá... - a retrucou -Nada contra loiras viu Ma.

- Você trocou um mulherão da porra desses por uma loira metida e sem graça Gizelly? - Taís disse rindo.

- Gentê, eu não troquei ninguém! Eu tava com Fernanda aquela noite, não ia ficar com as duas né. - a morena me pareceu envergonhada - Mas vamo tá mudando esse assunto, que já passou, né Lavigne sua safada.

- Passou pra quem Gizelly? Depois eu vou tá tacando um beijo nessa sua boca gostooosa - Ivy disse em um tom que não soube identificar se era brincadeira ou se falava sério, Gizelly apenas piscou pra ela e sorriu.

Não contive meu desconforto, então Ivy já quis ficar com Gizelly, ou ainda quer, não sei... Nossa, porque isso me incomodou tanto?

Pouco tempo depois eu me levantei pra ir ao banheiro, quando saí pra lavar as mãos ela estava lá, encostada na pia virada para mim, eu a encarei.

- Você está absurdamente gata hoje - Gizelly disse me encarando, eu me aproximei dela pra lavar minhas mãos.

- Você também! - eu disse mordendo meu lábio inferior.

- Isso é golpe baixo Rafaella - se virou de lado para me encarar novamente e sua cabeça pendeu um pouco para sua esquerda.

- O quê? - perguntei me virando e ficando de frente para ela, que me encarou por alguns segundos, a proximidade me fez morder meu lábio inferior novamente.

- Isso aí - ela disse apontando pra minha boca.

- Desculpa, é mania minha.

- Hm... Sabia que essa sua mania deixa a pessoa com uma puta vontade de fazer o mesmo? - ela disse e se aproximou um pouco, antes que eu falasse algo ela continuou - Dá muita vontade de mordê-lo também - falou colocando a mão direita em meu rosto, o toque me fez arrepiar.

Eu não sei de onde me veio esta coragem, mas quando me dei por mim, já havia proferido as palavras:

- E por que não vem cá e morde?

Ela sorriu sacana pra mim, sem desgrudar seus olhos dos meus e sem quebrar o contato de sua mão com meu rosto. Em seguida grudou seus lábios nos meus, encaixando-os no meu lábio inferior, senti ela sorrir levemente antes de segurar meu lábio com os dentes e puxá-lo para a frente. Soltei um gemido quase inaudível, me forcei a afastar ela de mim, pois alguém podia entrar a qualquer momento, ela sorriu:

- Isso é um golpe mais baixo ainda Rafaella - me encarava nos olhos.

Me aproximei de seu ouvido e disse:

- Golpe baixo é você aparecer na minha vida e me fazer ficar desejando ser beijada por essa sua boca - me afastei de seu rosto e ela carregava nele um sorriso maravilhoso.

- É pra eu tentar te carregar ali pra dentro agora? - ela me perguntou apontando para uma das cabines.

Minha respiração estava descompassada, por algum motivo necessitava beijar aquela mulher a minha frente, mas antes que eu pudesse responder, alguém entrou no banheiro, me fazendo desviar o olhar dos olhos castanhos de Gizelly e encarar a pessoa que havia entrado no banheiro.

- Melhor a gente ir - eu disse e fui em direção a porta, mas senti suas mãos me puxarem para perto do seu corpo.

Senti nossos lábios se encontrarem, dessa vez, não teve sorriso no meio do beijo, Gizelly mexia seus lábios com certa necessidade de fazer aquilo, sua língua pedia passagem pela minha boca, que eu cedi no momento que notei sua intenção, alguns segundos depois ela finalizou o beijo me dando um selinho, se afastou e disse quase que em um sussurro:

- Não se preocupa, ninguém viu nada, ela já estava lá dentro - sorriu e saiu do banheiro, eu a segui.

De volta pra onde as meninas estavam, todas pareciam alheias ao que havia ocorrido naquele banheiro, o resto da madrugada eu tentei evitar olhar pra ela, mas sentia seus olhares sobre mim.

Olhei para ela, peguei meu celular e fiz um sinal com a cabeça para que ela fizesse o mesmo: "Se cê n parar de me olhar assim eu posso n me controlar". Ela leu e sorriu maliciosa, senti que era exatamente aquilo que ela queria, por sorte, Manu me fez pensar em outra coisa:

- Amiga... - tocou em meu braço - Eu tô muito bêbada. - sua voz tava embolada - Vamos embora?

Eu assenti com a cabeça, nos despedimos das pessoas e eu fugi de qualquer tipo de contato com Gizelly, ela me acompanhou com os olhos.

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Notas da autora

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Aproveitem a leitura.

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