75. Eu amo sua filha

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POV Gizelly Bicalho

Quando eu saí e deixei Rafa com a mãe, entrei na casa com Seu Tião, Tato foi em direção à sua mulher e sua filha que brincavam longe de onde estávamos, confesso que havia me esquecido como se anda e tava morrendo de medo do que o pai dela ia falar estando ali comigo e sem a presença de Rafaella. Meu coração tava quase parando. Ficamos longos minutos ali, sem falar nada, até que...

- Senta aqui, Gizelly - ele disse apontando para a cadeira à sua frente, eu gelei e caminhei lentamente até o local. Me sentei e sem o encarar, comecei a falar.

- Olha Seu Sebastião, eu amo sua filha e não queria que isso tudo tivesse acontecido, eu sei que tudo é confuso, difícil e agora pode até parecer errado, mas eu só quero o bem de Rafaella e eu sei que ela só vai ficar bem se você e sua mulher não a odiarem. E o pior é que isso vai ser refletido diretamente em mim, porque eu a amo e ela ama vocês e se ela perder o amor de vocês por ter ficado comigo eu sei que nossa relação não vai ser completa e eu sei que se isso acontecer eu juro, juro por tudo que há de mais sagrado nessa vida que eu vou largar ela na mesma hora, porque ela nunca, mais nunca mesmo vai conseguir viver plenamente sem o amor de vocês. Então me diz, por favor, se você e a dona Genilda podem esquecer tudo isso e voltar a amar a Rafaella que sempre conheceram se eu me afastar dela. Porque se sim, eu juro que me afasto. Eu vi como ela ficou a uns minutos atrás no quarto só com a ideia do que podia acontecer, eu não aguentaria de jeito nenhum ser o motivo daquela dor, en... - falei tudo de uma vez e vi ele se esticar e segurar minha mão - Então por favor... Você tá tocando na minha mão.

- Estou. Você tá a mais de um minuto falando sem parar e nem sequer respirou. Então eu tô tocando sua mão pra que você se acalme e respire, tá bom? - ele falou calmo e eu percebi que não havia respirado direito desde que me sentei.

- Tá bom - falei e respirei fundo.

- Olha, como eu disse, eu não entendo muito isso, mas a Rafa é minha filha e eu sempre vou amá-la. Ela já fez péssimas escolhas na vida, ela namorou com um cara que tirou completamente o brilho dela e isso eu sei que você não faz. - aquelas palavras me fez criar um biquinho no rosto e lágrimas nos olhos, estava emocionada - Eu vi o jeito alegre da minha filha desde que te conheceu. Presumo que naquele dia que nos encontramos na casa dela em São Paulo vocês já... - ficou sem jeito.

- A gente meio que já... - disse mais sem jeito ainda.

- Bom. Ali vi minha filha novamente. A Rafaella contente, com um sorriso verdadeiro, leve. Eu não posso odiar ela por ter seguido o coração. Só espero que você a respeite e a trate bem - me encarou.

- Sempre, não tenha dúvidas.

- Ótimo, eu prometo que vou tentar superar todos os preconceitos que eu tenho, pra aceitar você e minha filha juntas. Mas por enquanto, eu só posso dizer que tô feliz por você fazer bem pra ela e que não vou odiar minha filha por isso - ele disse e eu suspirei, deixando toda a tensão do meu corpo se esvair com o ato.

- Isso já é mais que o suficiente, Seu Tião - eu falei o olhando e vendo toda a sinceridade em suas palavras emanarem por seu olhar

- Eu gosto de você, Gizelly. Eu só tenho que aprender a gostar do fato de você ser... - fez uma pausa e olhou pra mesa - A namorada da minha filha.

- Você gosta de mim? - eu falei espantada e com lágrimas escorrendo no rosto, ele me olhou e assentiu - Eu também gostei muito do senhor. E da Gege também, digo, da Genilda. Acho que não poderei mais chamá-la pelo apelido por enquanto - disse fechando um pouco os olhos.

EncontroWhere stories live. Discover now