66. Até já meu amor

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POV Narradora

O resto da semana passou mais devagar do que ambas gostariam. Gizelly passou a maior parte dessa semana pensando sobre se aceitaria ou não o cargo como presidenta dos Direitos Humanos da Abracrim-ES, ela tinha que se redescobrir, voltar a saber quem ela era. Mas com toda a certeza, suas amigas estavam dando um direcionamento para sua escolha.

Enquanto Rafa viveu um dia após o outro, ela estava tensa com o que aconteceria em sua audiência, apesar de conversar com Gizelly todas as noites e de que em alguns momentos dessas conversar elas se tornavam Dra. Gizelly Bicalho e sua cliente Rafa Kalimann, ela ainda tinha medo do que ocorreria.

A sexta-feira chegou, Rafa não conseguiu dormir direito e às 5h da manhã já estava de pé e era uma pilha de nervos. Já Gizelly estava tentando se manter tranquila, sabia que por mais que ela estivesse pessoalmente envolvida nesse caso, ela tinha que ser profissional e não deixar seus sentimentos atrapalharem tudo.

POV Rafa Kalimann

Eu acordei super cedo, na verdade, não dormi direito. Tava muito nervosa, minha audiência ia ser pela tarde, eu conversei a semana toda com Gizelly, ela me explicava todos os detalhes, mas eu não entendia nada. Eu confiava demais naquela mulher, mas apesar disso, não conseguia não ficar nervosa, uma parte da minha intimidade seria exposta ali, bom Gi disse que talvez não precisasse usar aquilo, mas eu sentia que iríamos ter que expor e isso me doía muito.

Era exatamente 7h23min quando Marcella chegou em meu apartamento, ela tava uma pilha de nervos igual a mim. Ela havia deixado de lado toda preocupação que tinha com a imagem da Rafa Kalimann e estava preocupada comigo, com sua prima.

- Oi Rafa. - disse me abraçando - Como você tá?

- Nervosa - disse quando a gente se afastou.

- Vai dar tudo certo! - ela fingia está calma - Nós vamos tá lá com você e Gizelly disse que tudo vai dar certo.

- Não tem como saber Ma - meus olhos marejaram.

- Eu confio na Gizelly e concordo com ela, vai dá tudo certo! - ela me abraçou novamente.

- Tia Genildinha ligou ontem, ela queria vir pra cá ficar com você, o Tio também, mas eu disse que não era preciso, que ia dar tudo certo. - ela fez uma pausa e me encarou - Ela pediu o número de Gizelly e eu não consegui dizer não - sua cara ficou séria esperando minha resposta.

- Você deu o número da Gi pra minha mãe? - perguntei em tom normal.

- Eu tive que dar Rafa, ela não parava de pedir.

- Tudo bem, espero que ela não tenha enchido a Gi de perguntas - suspirei.

- Falando nisso, já falou com ela hoje?

- Ainda não Ma, ela foi dormir super tarde revisando o caso, disse que seu primeiro cliente de hoje era só as 9h e ia dormir o máximo que conseguisse - falei.

- Cê tem falado muito com ela né? - Marcella parecia curiosa.

- Claro, ela vai ser minha advogada nesse caso - disse e senti uma tristeza tomar conta de mim, queria dizer que eu tava com ela, que eu gostava dela, que estava apaixonada por ela...

- Hm, tá bom. Já comeu? Eu ainda não tomei café - eu neguei, não havia comido nada desde ontem.

Eu comi um pouco e em seguida tentei me distrair, Marcella tentava conversar coisas aleatórias pra que minha cabeça ficasse ocupada. Perto da hora do almoço, Fla, Gio e Dani chegaram, elas iam comigo pra audiência, pelas caras, todas estavam tensas. Era por volta de 12h23min quando meu celular tocou, era Gizelly, todas me olharam e eu atendi o telefone.

EncontroNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ