63. Preciso te sentir em mim

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POV Gizelly Bicalho

Acabamos de comer a pizza e decidimos deitar no tapete da sala, ficamos ali brincando com nossas mãos que se tocavam, se entrelaçavam, se acarinhavam. Como quem lesse meu pensamento e soubesse que eu ia falar, Rafaella quebrou nosso silêncio.

- Gi, dorme aqui? - eu me virei de lado e apoiei minha cabeça em minha mão direita e a olhei.

- Bem que eu queria, mas tenho que ir, Tabata vai dormir no futuro namorado dela e eu saí tão determinada a vir conversar contigo que não coloquei comida para o Jackinho. - toquei em seu rosto e admirei os seus olhos verdes me olhando e ela fez um biquinho, mas em seguida olhou para um canto perto da porta e encarou com um sorrisinho no rosto - O que foi? - disse olhando para o local.

- Minhas coisas já estão arrumadas, preciso me auto convidar pra ir ou cê vai me chamar?

- Dorme comigo esta noite, Rafaella? No meu humilde apartamento? - disse me aproximando da mineira e depositando um beijo rápido.

- Pedindo desse jeito como é que eu digo não? - ela sorriu, grudou nossos lábios, sua língua pedia passagem vagarosamente em minha boca, seu beijo era sexy e se eu não o parasse naquele momento ia chegar muito tarde em casa e capaz de encontrar o Jackinho desmaiado de fome.

- Melhor a gente ir indo. Se você continuar me beijando assim a gente não sai daqui tão cedo. - ela se aproximou para me beijar de novo, eu retribui, mas logo me afastei - Rafaella, para! - me levantei - Vem, vamos logo! - estendi minha mão para a moça, que segurou e eu a levantei.

Já em pé, ela laçou seus braços em meu pescoço e me abraçou forte, encaixando sua cabeça em meu ombro, eu rapidamente rodeei meus braços por sua cintura e apertei ainda mais o abraço, aquela sensação de segurança era a melhor que já havia sentido na minha vida, tá dentro daquele abraço era como estar em casa, independente do local que eu tivesse.

- Vamos? - Rafa sussurrou em meu ouvido eu assenti e nos separamos.

Já no carro de Rafa, uma música começou a tocar e ela sorriu.

- Que foi? - perguntei vendo a cena.

- Ouve. - ela disse antes que a letra começasse a ser cantada e então ela começou a cantar junto - Minha vida mudou de uma forma, depois que a gente se separou. Tô chorando, sofrendo e bebendo, comendo o pão que o diabo amassou - ela cantava fazendo gestos com a mão.

- Que é isso, Rafaella? - disse rindo.

- Como tava me sentindo depois daquela reunião.

- Sério? - ela balançou a cabeça em sim - Eu também me senti assim, digo, chorei, sofri e bebi demais, meu fígado sofreu - ela riu.

- Pra quê isso? Desfilar com essa otária bem na minha cara? Pra quê isso? Já não basta o abandono e as noite sem sono? Pra quê isso? Me pisar, me humilhar, me tratar feito um lixo? Pra quê isso? Pra quê isso? - cantava e quando acabou mordeu seu lábio inferior.

- E lá vem a mordidinha de novo... Sangue, fogo e labareda, senhor, eu não aguento isso não - ela começou a rir, parou no sinal e se virou.

- Vem cá! - disse segurando meu rosto e logo colei nossos lábios em um beijo.

Em pouco tempo já havíamos chego em meu apartamento, subimos e fomos recebidas por um Jack Bacon todo animado.

- Oi filho, mamãe esqueceu da sua comida né? - falava com o cachorro - Pode tá vindo que vou botar agora!

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