Capítulo 94

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Eu estava desesperadamente louca por Micael, e só soube disso quando senti meu corpo nu se deitando em nossa cama, enquanto tinha ele em cima de mim, beijando meus lábios e alisando meus braços, que por sinal, estavam fazendo força pra alcançar sua bunda.

Eu achava o sexo um termo estranho entre os casais, Lua sempre me dizia que algum homem me levaria ao céu e eu nunca entendia, achava que era uma piada interna.

Mas não era!

Eu entrava em todas as dimensões possíveis quando estava transando com Micael, não conseguia estar de fato ali. Meus olhos, minha boca, meu corpo... Sempre reagiam de forma inusitada, de forma que um consolo vibratório não conseguiria reproduzir.

Conseguia sentir cada parte do corpo de Micael. Sentia quando seu saco batia pausadamente no começo da minha bunda, sentia quando seu pau dava breves pausadas, me deixando pedir por mais. Sentia também quando sua boca pedia meus seios, o jeito como ele umedecia os lábios era demais pra mim, Micael era másculo até demais.

Mas hoje... Eu estava muito diferente! O meu corpo não reagia daquele jeito, como uma gatinha no cio. Eu precisava muito de Micael naquele momento, só ele poderia resolver esse problema.

— Eu te amo. — Silabei enquanto trocávamos de posição, comigo ficando por cima. Coloquei duas mexas do meu cabelo molhado de suor atrás da orelha, senti quando suas mãos firmes apertaram minha bunda.

Rezei todos os santos possíveis pra que Kate não chorasse naquele momento. Eu iria gozar! Eu iria chegar no meu sex appeal em menos de trinta minutos.

Soltei uma arfada longa quando senti Micael chupar os meus seios, os apertando e sugando como sempre fazia. Joguei minha cabeça pra trás, apoiando em seus ombros e tendo o orgasmo do dia. Meu Deus!

Ele deitou-se novamente, jogando seu corpo cansado na imensidão de travesseiros. Me desencaixei de seu membro deitando ao meu lugar, também cansada. Precisávamos de um banho e eu não iria reclamar se transássemos lá dentro.

— Não minta pra mim. — Virou seu rosto, me encarando, enquanto tínhamos a respiração ofegante.

— O que? — Franzi o cenho, sem entender.

— Você está tomando os anticoncepcionais?

Assenti.

— Sophia, você está tomando os anticoncepcionais? — Repetiu.

— Sim. — Respondi, ainda em transe.

— Eu vou perguntar mais uma vez. — Pausou. — Você está tomando os anticoncepcionais? — Repetiu, só que dessa vez, pausadamente.

— Você não confia em mim?

— Eu confio mas você precisa me dizer, caramba!

— Eu tô te dizendo, você que não quer acreditar.

— Você está muito manhosa. Está fértil! Sabe o perigo que é, não sabe? — Estava sério em suas perguntas.

E muito preocupado também.

— Você não pode deixar de tomar os anticoncepcionais nesse período, pelo amor que você tenha à Deus. — Pediu. — É como uma bomba relógio, você pode engravidar de novo muito rápido.

Engoli seco enquanto assentia, estava encarando Micael alguns minutos.

— Eu não sou burra, Micael! Sei que nós temos problemas demais em relação à isso.

— Eu não estou te chamando de burra, só estou estranhando esse seu comportamento. Você não era assim. — Explicou. — Eu não posso engravidar você de novo, não agora! É muito arriscado, eu me mataria por isso.

— Ah, você se mataria? — Fiquei incrédula. — Não seja tão infantil, Borges.

— Infantil? Eu estou cuidando de você.

— Cuidando de mim?

— É!

— Claro que não! — Cerrei meus dentes, brava.

— Tem questões que precisamos resolver. Já está na hora.

— Que tipo de questão?

— Eu vou marcar um médico pra você. — Piscou rápido. — Iremos passar por ele e você vai explicar que quer desmamar a Kate. Já está na hora, já passou da hora!

E por um segundo eu comecei a chorar. Só me dei conta quando senti minha lágrima salgada cair no canto da minha boca.

— Não. — Neguei diversas vezes. — Ela é um bebê, seu doente! Ela precisa de mim, ela precisa mamar.

— Ela já tem nutrientes demais, Sophia! Você quer amamentar ela até os 3 anos de idade? Por favor.

— Se for possível sim! Eu quero! Ela é minha filha e precisa de todo o nutriente e proteína que existe dentro de mim.

— É, e nisso você esquece de tomar o anticoncepcional, entra na fase fértil e pronto! Arrumamos mais uma encrenca. — Soltou em deboche, sequei minhas lágrimas.

— Não vamos arrumar mais uma encrenca. Eu estou tomando os anticoncepcionais, que inferno! Por que você não acredita em mim? — Gesticulei, ainda em choro.

— Porque eu tenho quase certeza que você está grávida de novo, Sophia! — Me encarou e saiu da cama, bravo e nervoso. — Porra, eu te peço diversas vezes. — Entrou na suíte abrindo o box de vidro. — Sophia, já tomou o anticoncepcional? — Pausou. — Tomei, Micael! Tomei sim, meu amor. — Me imitou enquanto abria o chuveiro, adequando a temperatura.

Eu ainda chorava desesperadamente na cama, sem ninguém. Escutar ele dizer aquilo me doeu na alma, ele não tinha esse direito. Me pedir para que eu fosse ao médico desmamar Kate? Pior ainda! Eu adorava amamentar a minha filha, era um momento único, um momento onde todos os meus problemas sumiam. Ele não podia tirar isso de mim.

Me levantei ainda arrasada, procurei meu hobby de seda e desci as escadas, me sentando no sofá e entrando em transe, repensando nas palavras cruéis que Micael havia me dito. Nunca havíamos conversado assim!

— Me desculpa. — Escutei sua voz, uma voz arrependida. Não ligava! Afinal, estava muito magoada com Micael.

— Vá se foder. — Silabei.

— Então vai ser assim?

— Você está todo fodido, é isso! — O encarei. — Está todo fodido porque está vivendo em duas vidas. Sua vida é uma merda, Micael! É por isso que está descontando sua raiva em mim.

Ele ficou em silêncio.

— O que você está dizendo, porra? — Ficou sem entender.

— Você não confia em mim, a única pessoa que você poderia contar. — Me levantei, ficando em sua frente. — Mas agora, eu não vou ficar trancada aqui vendo o tempo passar, vendo aquela vagabunda sugar você, sugar a sua saúde mental. Eu tenho uma filha e ela é uma Borges! — Cerrei meus dentes, brava. — Ela vai ter todo o direito do mundo, sem se esconder, sem precisar chorar quando perguntarem de quem ela é herdeira. Você fez ela e deve assumir isso!

Micael ficou com medo.

— Sophia, o que está acontecendo com você?

— Eu vou fazer a vida de Rayana Carvalho um inferno. Ou eu não me chamo Sophia Abrahão!

Young and the Restless - Jovens e Inquietos Onde histórias criam vida. Descubra agora