Capítulo 7

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Caio

Acordei cedo, mais cedo que o normal, comecei preparar as coisas que iam compor meu dia, entre elas estavam uma reunião no atliê, raramente eu tinha reuniões lá, mas dessa vez seria para discutir um novo projeto e um desfile que iria acontecer com novas peças da coleção que eu iria ter que criar.

Sentei na beira da cama, estava sozinho, os meninos estavam na China aconteceu um acidente com CEO parceiro da empresa, e foi convocada uma reunião de emergência entre os membros de um grupo que eles fazem parte, até brinquei dizendo que era reunião de coisa satanista, mas a piada não foi no momento certo.

Assim que tomei meu café, revisei todas minhas coisas, vi se estava tudo em ordem e me preparei para sair. Peguei um táxi e fui para meu local preferido, meu ateliê. Quando cheguei Sasha estava fazendo chá para nós dois e para nosso convidado, notei que ela estava meio cabisbaixa, e fiz uma nota mental para conversar se estava tudo bem depois. 

Tirei um maço de folhas em branco de dentro de uma gaveta no armário, reuni todo meu material de desenho e tudo que eu usava nos croquis, deixei desposto na mesa e me sentei com Sasha.

— Ele ligou tem cinco minutos, disse que ia passar num lugar antes, mas que estava bem perto — assenti.

Ouvimos um barulho na porta, e logo alguém entrou por ela, lá estaa ele, Hermes. Ele estava usando uma peça que eu conhecia, e conhecia muito porque foi eu que costurei, era uma jaqueta de couro preto com um bordado em ponto cruz em tons de azul formando a silhueta do rosto de uma mulher, era uma edição bem limitada, lembro que fiz só quinze porque comecei odiar o material e pelo que eu sabia todas tinham sido vendidas.

— Bom dia senhores — ele diz sorrindo e caminha até onde estamos, me levanto para cumprimentar ele e recebo um abraço inesperado assim como Sasha.

— Hey, quanto tempo, não nos falamos desde nosso encontro no aeroporto — ele concorda e nos próximos minutos nos fala de como foi o circuito de exposição, Sasha ouvia com atençao cada detalhe, Sasha amava arte, o avô dela era dono de um renomado ateliê de esculturas mas que se perdeu devido a ambição dos tios.

— Trouxe isso para você — ele me estende uma sacola de papel lacrada, agradeço e deixo guardada na minha estante para olhar mais tarde.

— Bom, já que a gente vai fazer uma parceria e suas roupas vão levar minhas pinturas como estampa, eu adoraria ver como você cria seus croquis — Hermes diz  e sorri em seguida, será se não doía os cantos da boca de sorrir tanto? Me questiono mentalmente e percebo que devo estar com maior cara de leso que existe.

Me sentei e peguei uma folha em branco, Sasha nos serviu chá, querendo ou não eu tinha mania de desenhar tomando chá, ou ouvindo música clássica, mas estava com um pouco de vergonha de por música, parecia algo genérico demais. Peguei um lapís e comecei rabiscar a silhueta de um corpo masculino, era algo simples, desenhos de estrutura de croqui não eram algo tão elaborado comparado a um desenho realista por exemplo.

— Você tem certeza que isso está certo? — Hermes pergunta e olho para ele sem entender, então ele continua a falar.

— Você tá meio desconfortável, posso notar isso na sua expressão, está faltando alguma coisa né, pra você realmente se sentir a vontade e fazer o desenho — continuei em silêncio até que ouvi Trois Gymnopédies de Erik Satie cortar o silêncio do ateliê, olhei para a direcão do som e vi sasha lá, quis me matar e matar Sasha também, com toda certeza ele sacaria.

— Então você gosta de Erik Satie também, bom não precisa ocultar o que te deixa confortável, eu sei que você deve achar que é algo genérico, mas não deve ligar para isso, se isso te faz bem, o que os outros vão pendar não tem muita importância —  balancei a cabeça concordando, não sabia muito o que falar no momento, mas mentalmente agradeci a Sasha.

Um Amor Proibido IIWhere stories live. Discover now