Capítulo 9

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William

Será se eu podia pedir demissão do meu emprego? Se a resposta fosse sim, ia passar no RH hoje mesmo, parece que tudo nesse fatídico dia deu errado, desde a saída de casa quando me queimei com café, até a chegada na Trópico que me presenteou com uma grandíssima dor de cabeça.

Um dos nossos estagiários preencheu errado uma planilha do balanço do mês, ou de uma parte dele, e isso tudo acarretou numa pilha de pastas na minha mesa e eu tendo que rever aquela merda toda que nem um fodido, aliás eu realmente estava fodido e nem era do jeito bom.

— Grrrr, você devia ter demitido esse garoto, como que se erra uma merda dessa — Digo enfurecido e Louis aperta meus ombros massageando na tentativa de me acalmar o que seria em vão a não ser que ele ajoelhasse na minha frente e abaixasse minha calça.

— Cara, relaxa, a filha dele estava prestes a nascer é compreensível, não seja tão rude Will — Ouço Lou dizer e rolo os olhos, sempre sendo compreensível.

— Tanto faz, mas não custava fazer essa merda direito — Resmungo e Louis ri me deixando mais puto ainda.

— Amor, esse é o seu trabalho, não reclama, não vou fazer nada com o estagiário, mas do que nunca ele precisa do emprego, um dia você vai poder passar pela experiência de largar tudo porque tem um pirralho te esperando, não se preocupa com isso — Louis dá um beijo na minha testa e em seguida sai da sala.

Tudo bem, eu podia fazer aquilo, e pensar que realmente um dia eu teria um pirralho para me perturbar a paciência me faz sorrir e me deixar calmo, mas eu não faço a mínima ideia de como nós três iriamos conseguir ter filhos, se para um casal gay já é bem difícil e cheio de burocracias para adotar, imagina pra nós três, um trisal. Bom, moradia fixa a gente tem, dinheiro não seria problema nenhum, então não sei, acho que quando chegar a hora vai dar tudo certo eu espero.

Ponho música no meu celular e começo ler os papéis, esse tipo de coisa era tão chato, mas consigo fazer tudo antes do horário do almoço e entrego as planilhas todas pro pessoal que ficava no financeiro, se voltasse mais uma dessa eu demitia o setor todo sem o Louis saber.

Meu estômago ronca, pego o celular e mando mensagem no grupo que tenho com os meninos.

" Vamos almoçar onde? Tô saindo da Trópico "

Minutos depois o celular vibra com mensagem do Lou e do Caio.

" Tô no ateliê, vou almoçar por aqui, Hermes trouxe comida, temos que terminar as peças da nova coleção " — Leio a mensagem do Caio e rolo os olhos, Hermes isso, Hermes aquilo, parece o Lou com o Ícaro na época da escola, mas diferente do ícaro eu confio um total te zero nesse cara.

" Certo, Lou vejo você no Mc Donalds, não se atrase vou pedir e comer assim que der 12:45 pm"

" Sim senhor, bom almoço amor, mais tarde quando sair do ateliê avisa a gente".

Leio a última mensagem do Lou e bloqueio a tela do celular, pego um táxi e vou para o Mc Donalds mais próximo, mando localização pro Louis assim que chego lá e já vou fazendo meu pedido.

— Vai querer um adicional de batata por mais dois dólares senhor? — confirmo com a cabeça e pego a notinha indo para mesa para esperar meu lanche.

Estava batucando os dedos na mesa e olhando as pessoas de forma aleatória quando vejo a porta abrir e Louis passar por ela.

— Oi amor — Ele diz me beijando na bochecha e sorrio.

— Hey, não se atrasou, fiquei até surpreso com a pontualidade — Ele me manda o dedo do meio e sorrio.

— Que coisa feia, tem crianças aqui — Digo debochando.

Um Amor Proibido IIWhere stories live. Discover now